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Sobre falsos cristos e discernimento – Por Daniel Lima


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Nos últimos dias o mundo evangélico tem sido surpreendido com a notícia de que alguns conhecidos artistas do ramo gospel não só vão participar, mas estão permitindo que suas imagens sejam usadas para promover uma reunião organizada pela viúva do reverendo Moon, a dra. Hak Ja Han Moon (no momento da escrita deste artigo, as fotos e os nomes dos cantores no site onde o show era promovido foram retirados). De modo geral, seria desnecessário alertar qualquer cristão maduro sobre o falso mestre reverendo Moon, já falecido; no entanto, mesmo para quem não o conhece, basta alguns minutos na internet para entender o que este grupo ensina. A dra. Hak Ja Han Moon é a continuadora da obra de seu marido. Este pregava que: (1) ele próprio era o segundo Messias, pois Cristo não cumpriu sua tarefa; (2) Jesus, apesar de perfeito, não era Deus; (3) ele havia recebido revelações de Cristo, Abraão, Moisés, Maomé e Buda; e (4) Jesus não ressuscitou em corpo. Dentro de suas pregações, ela e o marido afirmavam que eles eram os Pais Verdadeiros que iriam implementar o reino de Deus na terra.

P U B L I C I D A D E

Isso tudo foi levantado em uma pesquisa rápida na internet, verificando as fontes para evitar notícias falsas. O que então levou os artistas evangélicos Priscilla Alcantara, Aline Barros, Thalles Roberto e André Valadão a se comprometer e promover este evento? Será que eles não checaram nada? Será que seus líderes espirituais não os alertaram? Será que o turbilhão de atividades e de agendas os levou a serem descuidados? Será que não se preocupam com seus seguidores, que serão expostos à uma pregação tão destrutiva? Infelizmente, esse não é um caso isolado; outros líderes evangélicos já participaram de eventos promovidos por esta seita, talvez levados pelas belas palavras e pelo engano que ela promove. Afinal, qual cristão não quer promover a paz e a família (propósitos declarados do evento)? Então, será que, sendo os propósitos válidos, é legítimo participar? O próprio apóstolo Paulo, combatendo os falsos mestres de sua época, nos deixa um alerta, muitas vezes ignorado…

Pois tais homens são falsos apóstolos, obreiros enganosos, fingindo-se apóstolos de Cristo. Isso não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz. Portanto, não é surpresa que os seus servos finjam que são servos da justiça. O fim deles será o que as suas ações merecem. (2Coríntios 11.13-15)

Não posso crer que todos sabiam disso e ainda assim foram adiante. Prefiro pensar que faltou a eles (como a tantos de nós) discernimento na hora de uma escolha. E isso deve ficar como um alerta, pois encaramos escolhas o tempo todo. Desde qual roupa colocar pela manhã, passando pelo que comer, até qual caminho tomar para o trabalho ou estudo. E estas são as escolhas fáceis e de praticamente nenhum impacto espiritual! As que realmente nos desafiam são mais na linha do “onde devo investir meu tempo?” ou ainda “gostaria de me dedicar mais a Deus, mas para isso teria de abrir mão de coisas das quais eu gosto”. Em resumo, nossa vida é o resultado da somatória de escolhas que fazemos.

Mas, como escolher? Especialmente, como escolher entre duas opções que são aparentemente boas? Nenhum cristão sério teria dificuldade em escolher entre aceitar um trabalho difícil ou traficar drogas. O que torna nossas escolhas difíceis são (1) lidar com nossos próprios anseios e (2) nossa percepção da realidade. O primeiro fator (anseios) vamos tratar em outro artigo, mas a questão de como percebemos a realidade é fundamental para qualquer ser humano e particularmente para o cristão. Esta capacidade está intimamente relacionada ao conceito de discernimento.

Por que é importante desenvolver discernimento? No caso de artistas e líderes gospel, para não cair no constrangimento de se ver promovendo (conscientemente ou não) uma seita que nega a divindade de Cristo. Para todos os cristãos, no entanto, este alerta serve para que permaneçamos firmes no evangelho que nos foi passado. Paulo já alertava a Timóteo:

O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios. (1Timóteo 4.1)

Discernimento é definido como a “capacidade de compreender situações, de separar o certo do errado”. Esta definição se aproxima muito daquilo que o autor de Hebreus descreve:

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