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Direto de Brasília

Governo discute linhas de crédito para exportações à Argentina com garantias


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País vizinho vive profunda crise econômica. Presidentes da Argentina e do Brasil, Alberto Fernández e Luiz Inácio Lula da Silva, se encontram na tarde desta terça-feira (2), em Brasília.

P U B L I C I D A D E

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta terça-feira (2) que o governo brasileiro está discutindo a concessão de linhas de crédito para empresas argentinas comprarem produtos exportados por companhias brasileiras. A informação havia sido adiantada pelo secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo, em entrevista à GloboNews.

“O que queremos é não perder espaço de exportação para a Argentina. São mais de 200 empresas brasileiras que não só não estão exportando, como muitas não estão recebendo. Estão com valor das exportações retido na argentina em virtude da falta de divisas”, disse.

“Vamos sentar hoje para verificar se é possível levar ao presidente, em uma reunião seguida de jantar, talvez uma solução para isso, que obviamente tem que assegurar que os nossos exportadores recebam pelo produto exportado”, declarou Haddad.

Os presidentes da Argentina e do Brasil, Alberto Fernández e Luiz Inácio Lula da Silva, se encontram na tarde desta terça em Brasília. A pauta principal deve ser a profunda crise econômica enfrentada pelo país vizinho.

Segundo Haddad, essas linhas de crédito teriam garantias, que poderiam ser executadas no caso de não pagamento pelos compradores de produtos brasileiros.

“Necessariamente, né [as linhas teriam garantias]? Para que possamos garantir que esse fluxo não seja interrompido. A forma de dar essa garantia é que está sendo estudada, a bem da verdade, desde janeiro. Estamos trabalhando neste assunto”, acrescentou o ministro da Fazenda.

Perda de mercado

Neste domingo, em entrevista à GloboNews, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou que o Brasil perdeu US$ 6 bilhões em exportações à Argentina nos últimos cinco anos, por conta da falta de mecanismos de financiamento.

Ele notou que a China, outro parceiro comercial da Argentina, vem ganhando mercado por ter viabilizado esses mecanismos.

O secretário observou, também, que as empresas brasileiras enfrentam dificuldade em retirar os recursos da Argentina, que passa por dificuldades econômicas e tem imposto restrições à saída de ativos do país.

“Essas 210 empresas, para exportar para a Argentina, depende de uma aprovação de 180 dias. Se quiser retirar recursos da Argentina, tem um alíquota de 60% de imposto. O que faz com que as empresas passem a comprar imóveis na Argentina, é quase uma imobiliária na Argentina”, comentou.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode atuar como agente financiador das exportações brasileiras. “Mas tem uma governança do BNDES, com garantias e exigências, que têm de ser cumpridas”, declarou.

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