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Cidade do Acre é a primeira do Brasil a registrar praga que atinge plantios de cacau e cupuaçu


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A cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, registrou o primeiro foco no Brasil de monilíase do cacaueiro, uma praga que afeta frutas como o cacau e o cupuaçu. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou que a doença foi encontrada em uma área residencial do município.

P U B L I C I D A D E

Um morador percebeu a doença nas frutas e acionou, no dia 21 de junho, equipes do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF-AC). No dia seguinte, um servidor do instituto esteve no local para verificação. Após isso, uma equipe de Rio Branco, devidamente capacitada com equipamentos e materiais necessários, foi até Cruzeiro do Sul coletar amostrar e enviar para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA-GO).

O laudo oficial do laboratório com a confirmação da praga foi emitido na quarta-feira (7). Após a descoberta do foco, equipes do governo federal se organizam para chegar ao Acre entre domingo (11) e segunda (12).

Até então, o fungo já havia sido encontrado em todos os países produtores de cacau da América Latina, exceto o Brasil. Para evitar a proliferação do fungo, as equipes do Idaf tomaram algumas medidas emergenciais orientadas pelo Mapa:

  • Delimitação da área de ocorrência, com ampliação da amostragem ao redor do primeiro foco;
  • Coleta para análises laboratoriais;
  • Eliminação de frutos suspeitos e suspensão do trânsito de plantas e frutos hospedeiros da praga para outras áreas a fim de evitar sua disseminação;
  • Permitir a imediata contenção e erradicação no país.

A monilíase do cacaueiro é uma doença que causa danos diretos porque o ataque do fungo é exatamente no fruto, que é a parte comercial, tanto do cacau quanto do cupuaçu. O fungo não causa danos à saúde humana, segundo estudos, mas traz graves riscos econômicos.

Conforme o Mapa, na América do Sul, a praga era encontrada apenas no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. A monilíase pode causar prejuízos que vão de 50% a 100% da produção, no caso de um ataque mais severo.

Os produtores acreanos começaram a ser alertados sobre a praga em 2018. O Idaf fez campanhas de alerta e orientações. Na época, a engenheira agrônoma do Idaf, Lidiane Amorim, explicou que o ‘Acre era considerado como alto risco para a entrada dessa doença, porque fazemos fronteira com esses países’.

Em 2019, servidores do instituto visitaram comunidades rurais de Cruzeiro do Sul para orientar os produtores sobre a monilíase. Na oportunidade, foram cadastrados mais de 2 mil propriedades produtoras de cupuaçu e cacau.

G1.globo.com

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