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Bolsonaro sobre OMS ser contra vacinação obrigatória: “Começou a acertar”


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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comemorou a posição da Organização Mundial da Saúde (OMS) que descartou a necessidade de os governos obrigarem a vacinação contra a Covid-19 neste momento. Para a entidade, é recomendado convencer a população da importância da imunização e que a obrigatoriedade poderia causar rejeição.

P U B L I C I D A D E

“Até que enfim a OMS começou a acertar”, disse Bolsonaro a apoiadores nesta terça-feira (8/12) na saída do Palácio da Alvorada. A fala foi em resposta a um apoiador que o questionou sobre a posição da organização.

Segundo Mariângela Simão, diretora-assistente da entidade, a melhor estratégia é trabalhar campanhas de informação para que a população tome uma “decisão informada” sobre a importância da imunização. Para Michael Ryan, diretor de emergências da OMS, a vacina é fonte de esperança. “Precisamos trazer as pessoas nessa jornada, conversar, convencer e dialogar”, salientou.

“Uma vacina presa na geladeira não tem benefício. As questões são legítimas, e queremos que as pessoas estejam bem informadas sobre a ciência e as evidências. Uma das ações para isso é que a fonte da notícia seja confiável”, disse Kate O’Brien, diretora de vacinas da organização, que sugere envolvimento dos governos e de profissionais de saúde nas campanhas de convencimento.

Plano Nacional de Imunização

Nesta terça, às 11h, os ministros da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, e da Saúde, Eduardo Pazuello, se reúnem com governadores para tratar do Plano Nacional de Imunização (PNI). O encontro foi anunciado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e não consta na agenda oficial dos ministros, apesar de ter sido confirmado pelas assessorias. Alguns representantes devem participar por videoconferência e outros presencialmente.

Bolsonaro trava uma disputa de narrativa com o governador João Doria (PSDB), que anunciou nessa segunda-feira (7/12) que o plano de vacinação com a Coronavac — produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan — começa no dia 25 de janeiro de 2021.

Depois do anúncio do governo paulista, Bolsonaro disse que após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) certificar uma vacina eficaz contra a doença, “o governo brasileiro ofertará a toda a população de forma gratuita e não obrigatória”.

Vacinas e plano de imunização

Atualmente, quatro vacinas estão na fase 3 de testagem em humanos no Brasil. São elas:

  • AstraZeneca + Universidade de Oxford: 70% de eficácia, com uma variação de 62% a 90% de acordo com a dose aplicada.
  • Coronavac: ainda sem a taxa de eficácia divulgada.
  • Pfizer + BioNTech: 95% de eficácia e mais de 94% eficaz em idosos acima de 65 anos, segundo dados preliminares da fase 3.
  • Janssen: ainda sem a taxa de eficácia divulgada.

Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou os primeiros pontos da estratégia preliminar para a vacinação da população. Segundo a pasta, o plano será dividido em quatro etapas:

  • Primeira fase: trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.
  • Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos.
  • Terceira fase: pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares).
  • Quarta fase: professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.
Uso emergencial da vacina

Também na semana passada, a Anvisa divulgou que vai aceitar que empresas desenvolvedoras de vacinas contra a Covid-19 solicitem o “uso emergencial” no Brasil. De acordo com a agência, o uso emergencial será restrito a vacinas que já estão em testes no país.

Veja os principais pontos:

  • Cada pedido deve ser feito pela empresa desenvolvedora e será analisado de forma independente;
  • Decisão será tomada pela Diretoria Colegiada da Anvisa;
  • Serão considerados estudos não-clínicos e clínicos (em humanos);
  • Serão avaliados: qualidade, boas práticas de fabricação, estratégias de monitoramento e controle, e resultados provisórios de ensaios clínicos;
  • Empresa interessada deverá comprovar que a fabricação e a estabilidade do produto garantem a qualidade da vacina;
  • Estudo clínico na fase 3 — última etapa de testes — deve estar em andamento e conduzido também no Brasil;
  • Vacina com uso emergencial liberado não pode ser comercializada, ela só pode ser distribuída no sistema público de saúde;
  • Liberação de uso emergencial pode ser revogada pela Anvisa a qualquer momento.

Apesar dos critérios, a Anvisa ressaltou, no entanto, que a vacina só será liberada para o público previamente definido e testado nos estudos.

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