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Agronegócios

Exportações bovinas: alta pode ser pela cota cheia dos EUA e preço em queda segue 2022


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Caso se confirme que os Estados Unidos foram os maiores participantes das exportações de carne bovina do Brasil em janeiro, não chegará a ser surpresa. Como não o é a seguida baixa nos preços pagos pelos importadores.

P U B L I C I D A D E

A Secex informa venda mensal de 160,19 mil toneladas, alta de 4,84% sobre dezembro e de 16% frente a janeiro 22, só de carnes in natura, enquanto o consolidado total do setor sairá semana que vem.

Como na última semana do mês os embarques superaram em 29,57% (sobre o acumulado de 16 a 20), período no qual a China estava totalmente fora da ponta (feriado de Ano Novo Lunar), o resultado mostra ser os americanos mais ativos.

A cota anual de 30 mil toneladas facilitada pelos EUA a tarifas mais amigáveis – de 4% a 10% a depender do corte -, abre cheia no início de cada ano. Há uma corrida de compradores e vendedores para aproveitar essa janela, em meio à crescente demanda americana pela carne bovina brasileira, que pode fazer expirar rápido esse limite e, aí, o imposto de importação na alfândega do país sobe a 26,4%.

Essa confirmação foi feita pela Abrafrigo, entidade que reúne exportadores frigoríficos.

Exportações de carne bovina sobem e preços caem (Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

A Abiec, a outra associação, que reúne as maiores indústrias, corrobora em nota a Money Times: “O aumento das exportações para os EUA neste começo de ano tem a ver com o acesso à cota que o Brasil tem para acessar [o mercado], que abre no começo do ano e, quando acaba, a tarifa fica mais alta e as exportações diminuem. Mas não houve alteração na tarifa não – e essa exportação foi dentro da cota”.

Em relação aos preços, relatório da Ajax Asset Management apresenta queda de 2% na média sobre dezembro, em torno de US$ 4,8 por quilo, dado que a Agrifatto Consultoria também referenda, embora oficialmente só será conhecido quando a Secex divulgar o balanço total.

Desde o meio do ano passado essa pressão por renegociação de preços é percebida – e mais forte vinda dos chineses, em um misto de manter os consumos domésticos dos compradores ativos em meio a inflação ascendente e desaceleração econômica.

Os mesmos números de baixa da cotação em dólar da carne vista pela Ajax, na comparação anual, Yago Travagini, analista da Agrifatto, também assina: menos 5%.

Se o resultado dos preços praticados internacionalmente em janeiro vai comprometer o spread dos frigoríficos, não se reflete à priori. Apenas na última semana de janeiro houve um certo endurecimento dos preços boi, mesmo não afetando os 12 dias médios com programação de abates em São Paulo, já que ao longo das três semanas anteriores as indústrias se aproveitaram dos preços em queda da arroba.

MONEYTIMES

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