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Entenda funcionamento do cérebro após situações como a de Baldwin


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Um dos assuntos mais comentados nos últimos dias é a fatalidade que aconteceu com Alec Baldwin, na última quinta-feira (21). O ator, de 63 anos, disparou uma arma cenográfica durante ensaio da gravação do filme Rust e matou acidentalmente a diretora de fotografia Halyna Hutchins, de 42 anos. Um outro tiro acertou o diretor Joel Souza, de 48 anos, que ficou ferido.

P U B L I C I D A D E

Situações como essa podem causar traumas profundos nos envolvidos, e a retomada da vida normal passa pelo chamado estresse pós-traumático. Nesse período, a pessoa vive um sofrimento intenso, que prejudica vários aspectos da vida, como trabalho e relacionamentos.

O psiquiatra Henrique Bottura, do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica como o cérebro funciona em situações extremas como a vivida pelo ator. “O cérebro processa como um evento traumático. Presenciar ou ser responsável pela morte de alguém pode causar estresse pós-traumático, provocando impactos na saúde mental de quem passa por essas situações”, afirma.

Baldwin usou as redes sociais para falar sobre como está se sentindo. “Estou sem palavras para descrever meu choque e a tristeza em relação ao trágico acidente que tirou a vida de Halyna Hutchins, esposa, mãe e colega de trabalho. Profundamente admirada. Estou cooperando totalmente com a investigação policial”, escreveu Alec.

Bottura acredita que o sentimento de culpa, aliado à memória do acontecimento, pode levar o ator de Hollywood a ter sintomas de ansiedade e depressão.

“O organismo tem vários tipos de emoções que o regulam. O sentimento de culpa, que pode acontecer mesmo sem a pessoa ter culpa efetivamente, em situações como a do ator, pode levá-lo a pensar o que poderia ter feito para evitar aquela situação”, diz ele.

Segundo o Manual MSD de diagnóstico e tratamento, estima-se que 4% dos adultos em todo o mundo sofram com o transtorno de estresse pós-traumático. O trauma pode ser estar relacionado a uma situação perigosa vivida, à perda de pessoas próximas e familiares, a separações, desemprego e acidentes inesperados.

Alec Baldwin com o viúvo e o filho da diretora morta acidentalmente

Bottura explica o que deve ser feito após vivenciar esses eventos. “No primeiro momento, é necessário que a pessoa se proteja e seja protegida. A partir do momento em que se sinta pronta, ela deve procurar ajuda para a recuperação. Em situações que envolvem vítima, o perdão por parte da pessoa atingida ou de algum familiar pode ajudar no processo, deixando o caso mais fácil de ser processado pelo cérebro”, explica o médico.

Na última terça-feira, Alec Baldwin foi fotografado com o ator Matt, viúvo de Halyna Hutchins, e com Andros, de 9 anos, filho do casal. Os três estavam saindo de um hotel no Novo México onde ficaram hospedados após a morte da diretora.

O médico explica ainda que existem pessoas que não passam pelo estresse pós-traumático e conseguem absorver eventos como esse com mais facilidade, mesmo que levem tempo para refletir sobre o ocorrido.

Porém, o psiquiatra ressalta que, seja qual for a individualidade do envolvido, o acompanhamento médico é essencial. “O tratamento se dá, muitas vezes, com o uso de medicamentos e psicoterapias voltadas para o tratamento de memórias, que podem ajudar muito nesse processo”, finaliza.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Carla Canteras

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