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Delegacia registra 540 casos de violência contra mulher em menos de 7 meses em Rio Branco


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Ameaça, lesão corporal, estupro, importunação sexual são os crimes que podem ser classificados dentro do rol da violência doméstica e sexual. Em menos de sete meses, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) registrou 540 inquéritos de violência contra a mulher em Rio Branco.

P U B L I C I D A D E

Os dados são do dia 1 de janeiro até esta quarta-feira (14). Em todo o ano passado foram registrados 953 inquéritos instaurados na especializada de violência contra a mulher.

Apesar de alto, o número de registros vem diminuindo a cada ano desde 2014, segundo análise da delegada titular da Deam, Elenice Frez. Segundo ela, em 2013, por exemplo, a especializada chegou fechar o ano com quase 4 mil inquéritos desse tipo de crime. Em 2019, em menos de sete meses, já tinham sido instaurados 1.038 casos na delegacia.

“Ainda assim, o Acre figura com um alto número de casos de violência doméstica proporcional à sua população”, afirmou a delegada.

Feminicídio

Este ano, em todo o estado, foram registrados três feminicídios – crime de ódio motivado pela condição de gênero – segundo informou a delegada. Em todo o ano passado, foram 11 feminicídios.

O caso mais recente de feminicídio no estado foi o da jovem Adriana Paulichen, de 23 anos, morta a golpes de facas e por estrangulamento na última sexta-feira (9), no bairro Estação Experimental, em Rio Branco.

O marido dela Hitalo Marinho Gouveia foi preso e confessou o crime. À polícia, ele disse que a briga começou depois que ele contou para a mulher que tinha traído ela com sua melhor amiga.

Em 2020, o Acre mais uma vez apareceu como o estado mais violento para o público feminino. Dados do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que o Acre tem a maior taxa de homicídios contra mulheres e de feminicídios do país.

Os números utilizados no estudo são casos registrados em 2018 e 2019. Segundo o balanço, a taxa de homicídios dolosos de mulheres do Acre é a maior do país, com sete mortes a cada 100 mil mulheres.

Já a de feminicídios do estado acreano é de 2,5 para cada 100 mil mulheres. Essa é a mesma taxa do registrada no estado de Alagoas (AL). Em 2019, o Acre registrou 31 homicídios dolosos contra mulheres e, destes, 11 foram feminicídios.

Denúncias

A delegada ressaltou que as denúncias devem ser feitas por qualquer pessoa que presenciar esses tipos de violência. Ela lembrou ainda da lei, sancionada no ano passado, que obriga os condomínios a denunciarem ocorrência ou indícios de violência doméstica e familiar contra mulher, criança, adolescente ou idoso.

Elenice afirmou que, inclusive, tem um inquérito instaurado contra um condomínio que tinha conhecimento caso de violência contra mulher e não denunciou à polícia.

A lei prevê que o descumprimento por parte dos condomínios pode gerar penalidades como: advertência, quando da primeira autuação da infração; e multa, a partir da segunda autuação. A multa prevista vai de R$ 500 a R$ 10 mil, dependendo das circunstâncias da infração, das condições financeiras e do porte do condomínio, informou a lei.

“O condomínio que tem suspeita ou recebe denúncia de que está havendo violência contra criança, adolescente, idoso, mulher tem a obrigação de notificar. Temos os canais de denúncia pelo 180, que é o disque denúncia nacional, o 181 que é o local, o Disque 100. Além de qualquer delegacia de polícia e o 190, para situações de flagrante. Então não hesite, para salvar mulheres em situação de violência o caminho é a denúncia. Meta a colher mesmo, não se omita. Muitas situações podem ser evitadas com uma ligação”, disse Elenice.

G1.globo.com

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