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Crianças e adolescentes que passam mais de três horas em frente às telas tendem a ter mais dor nas costas, diz estudo


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Pesquisadores alertam que, quando as crianças ficam muito tempo em frente às telas, é comum adotarem posturas inadequadas, que podem ser prejudiciais para a saúde da coluna.

P U B L I C I D A D E

Não tem como negar que, cada vez mais, os celulares e tablets fazem parte da vida das crianças e adolescentes. Já se sabe de muitas consequências que o uso excessivo da tecnologia pode trazer para os pequenos, mas novo estudo financiado pela FAPESP e publicado pela revista científica Healthcare adicionou mais um perigo a esta lista: a dor na coluna. Segundo os pesquisadores, quando as crianças ficam muito tempo em frente às telas, é comum adotarem posturas inadequadas, que podem causar, entre outros problemas, dores nas costas.

A pesquisa constatou que, de todos os participantes, a prevalência de um ano foi de 38,4%, o que significa que os adolescentes relataram TSP tanto em 2017 quanto em 2018. A incidência em um ano foi de 10,1%; ou seja, não notificaram TSP em 2017, mas foram encaminhados como casos novos de TSP em 2018. Também foi observado que as dores na coluna ocorrem mais nas meninas do que nos meninos.

Foram identificados diversos fatores de risco para a saúde da coluna, como o uso de telas por mais de três horas ao dia, a pouca distância entre o equipamento eletrônico e os olhos, a utilização na posição deitada de prono (de barriga para baixo) e também na posição sentada.

A dor nas costas é comum em diferentes idades na população mundial. Estima-se que afete de 15% a 35% dos adultos e de 13% a 35% de crianças e adolescentes. A pandemia de Covid-19 e a consequente explosão no uso de eletrônicos seguramente agravaram a incidência do problema. Há também fortes evidências que a atividade física, o comportamento sedentário e a saúde mental impactam na saúde da coluna vertebral. Todos esses fatores foram considerados críticos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua mais recente revisão global de evidências e diretrizes.

O papel das escolas

De acordo com o especialista, as instituições educacionais desempenham um papel fundamental para ajudar as crianças a terem uma relação saudável com as telas. “Esse trabalho pode ser utilizado para implementar programas de educação em saúde nos diversos níveis escolares, visando capacitar estudantes, professores, funcionários e pais”, diz Alberto de Vitta, doutor em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com pós-doutorado em saúde pública pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e um dos autores do artigo.

“Isso vai ao encontro de alguns objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais [PCN], segundo os quais a escola deve assumir a responsabilidade pela educação para a saúde, identificando fatores de risco à saúde pessoal e coletiva no meio em que vivem, intervindo de forma individual ou coletiva sobre os fatores desfavoráveis à saúde e promovendo a adoção de hábitos de autocuidado com respeito às possibilidades e limites do corpo”, complementa Vitta, que também leciona e pesquisa no Departamento de Fisioterapia da Faculdade Eduvale de Avaré (SP).

Saber informações sobre fatores de risco para TSP em estudantes do ensino médio é muito importante, pois crianças e adolescentes com dor nas costas tendem a ser mais inativos, apresentam baixo rendimento acadêmico e mais problemas psicossociais, como aponta o artigo. Além disso, poucos estudos foram realizados em TSP em comparação com a dor lombar e cervical. Uma revisão sistemática de TSP identificou apenas dois estudos prospectivos sobre fatores prognósticos.

Além de Vitta, assinam o artigo Matias Noll, Instituto Federal Goiano e da Faculdade de Educação Física e Dança da Universidade Federal de Goiás, Manuel Monfort-Pañego e Vicente Miñana-Signes, da Universidade de Valência (Espanha), e Nicoly Machado Maciel, da Universidade de São Paulo.

Com informações da Agência FAPESP

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