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Como a testosterona influencia na saúde cardiovascular do homem


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Problemas hormonais podem desempenhar um papel significativo na saúde dos homens e, infelizmente, muitas vezes são ignorados ou não reconhecidos. A testosterona desempenha um papel importante em várias funções do corpo masculino, incluindo o desenvolvimento sexual, a regulação do humor, o metabolismo e a saúde cardiovascular.

P U B L I C I D A D E

Segundo a endocrinologista Dra. Luciana Lopes, coordenadora da Endocrinologia do Hospital Copa D’Or, a ação direta dos níveis de testosterona e desfechos cardiovasculares têm sido demonstrada em diversos estudos que tentam determinar atuação do hipogonadismo no risco cardiovascular. “Apesar das evidências da associação de testosterona baixa com maior risco de mortalidade cardiovascular, estes resultados podem apenas mostrar associação, mas não causalidade”, destaca a médica.

Essas doenças cardiovasculares representam um desafio significativo para a saúde masculina e podem levar a consequências graves e até fatais. Por esse motivo é essencial tomar medidas preventivas e adotar um estilo de vida saudável para reduzir o risco dessas doenças e promover a longevidade e o bem-estar do homem.

Os maus hábitos, como fumar, consumir álcool em excesso e até mesmo negligenciar a ida ao médico, contribuem para que os homens sejam mais propensos a desenvolver doenças cardiovasculares. De acordo com o Ministério da Saúde, o risco de mortalidade por doenças crônicas na população masculina é maior do que na feminina.

No dia 15 de julho é celebrado o Dia do Homem, data instituída para impulsionar a Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem, que tem o objetivo de conscientizar a população masculina sobre a importância dos cuidados que devem tomar com a sua saúde.

De acordo com a Estatística Cardiovascular do Brasil, 51% dos indivíduos que apresentam algum tipo de doença cardiovascular no país são homens. Entre 18 e 74 anos, as doenças cardíacas mais comuns dos homens são o infarto agudo do miocárdio (IAM), a cardiomiopatia, a miocardite, a doença valvar do coração, a insuficiência cardíaca, o acidente vascular cerebral (derrame ou AVC) e a hipertensão (“pressão alta”). Continue lendo e entenda como a testosterona influencia na saúde cardiovascular do homem.

A testosterona e a saúde cardiovascular do homem

A testosterona é o principal hormônio sexual masculino e desempenha um papel crucial no desenvolvimento e funcionamento adequados dos órgãos reprodutivos masculinos, bem como na manutenção da libido, massa muscular, densidade óssea e outros aspectos da saúde masculina, incluindo a saúde cardiovascular.

A diminuição dos níveis de testosterona no homem é denominada hipogonadismo masculino. De acordo com a Dra. Luciana Lopes, o hipogonadismo tem sido associado a impactos negativos em vários fatores de risco cardiovascular, como diabetes tipo 2 e obesidade visceral.

O hipogonadismo masculino consiste em uma síndrome clínica que resulta da falência testicular na produção adequada de testosterona e/ou espermatozoides em decorrência de uma patologia que acomete o eixo entre as glândulas hipotálamo, hipófise e testículo. Essa incapacidade pode ser:

  • Primária: ocorre quando há uma disfunção nos próprios testículos, impedindo a produção adequada de testosterona; pode ser causada por diversos fatores, incluindo anomalias genéticas, lesões nos testículos, infecções, doenças autoimunes, radioterapia ou quimioterapia, por exemplo.
  • Secundária: em condições normais, a hipófise (uma glândula dentro do nosso cérebro) produz um hormônio, chamado GnRH, que estimula os testículos a produzir testosterona. Se houver uma falha na produção do GnRH na hipófise, ou na comunicação entre a hipófise e os testículos, pode ocorrer o hipogonadismo secundário.

As causas de hipogonadismo são várias, e incluem desde doenças genéticas, até problemas na produção suficiente, seja na hipófise (GnRH), seja nos testículos (testosterona).

Um problema de saúde importante é que doenças como a obesidade, a síndrome metabólica, o diabetes tipo 2, o uso de alguns medicamentos e a apneia do sono são algumas das situações que podem causar hipogonadismo.

Segundo a médica, estudos têm sido realizados para investigar a relação entre os níveis de testosterona e o risco de doença no coração. “Alguns estudos demonstraram que a terapia de reposição da testosterona não é efetiva em reduzir o risco de doenças no coração, mas quando corretamente aplicada, não está associada ao aumento do risco cardiovascular, podendo ter efeito benéfico em algumas subpopulações (como aqueles com hipogonadismo grave)”, enfatiza.

A médica alerta que atualmente a testosterona é um problema em razão do uso indevido da substância para fins estéticos e outros fins sem comprovação científica, levando a um nível excessivo do hormônio – essa sim uma situação que pode favorecer problemas no coração, como a pressão alta. “O tratamento tem que ser individualizado, então cada caso é um caso, eu não posso generalizar o tratamento”, explica a endocrinologista.

De acordo com a especialista, pessoas com deficiência do hormônio têm, sim, a necessidade de fazer a reposição hormonal dependendo da origem do problema, mas em hipótese alguma o especialista pode repor hormônio para doses excessivas só para crescimento muscular ou desejo sexual. “A dose em excesso de qualquer hormônio traz muito prejuízo à saúde”, enfatiza.

Ainda de acordo com a endocrinologista, pesquisas futuras continuarão contribuindo para esclarecer se o hipogonadismo masculino pode ser considerado um fator de risco para doenças cardíacas, e se a normalização dos níveis de testosterona total poderia reduzir esse risco.

Sinais e sintomas da deficiência de testosterona nos homens:

A deficiência de testosterona nos homens pode apresentar uma variedade de sinais e sintomas dependendo da gravidade da deficiência hormonal e da idade do paciente.

São sinais e sintomas específicos:

  • Desenvolvimento sexual incompleto ou atrasado;
  • Perda de pelos axilares e pubianos;
  • Testículos pequenos.

São considerados sinais e sintomas inespecíficos:

  • Humor deprimido;
  • Cansaço;
  • Dificuldade de concentração e memória;
  • Distúrbios do sono;
  • Anemia leve inexplicada;
  • Redução da massa e da força muscular;
  • Aumento da gordura corporal.

Rastreamento do hipogonadismomasculino

“O rastreamento de rotina do hipogonadismo masculino na população geral não é recomendado, porque baixos níveis de testosterona isoladamente sem sinais e sintomas compatíveis não estabelecem o diagnóstico de hipogonadismo”, descreve a médica.

Dra. Luciana explica que a avaliação das concentrações de testosterona deve ser solicitada em homens que apresentam:

  • Diminuição do desejo sexual;
  • Disfunção erétil;
  • Infertilidade;
  • Perda de peso associada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV);
  • Osteoporose;
  • Fratura óssea por fragilidade;
  • Antecedente de uso de esteroides androgênicos anabólicos;
  • Tratamento com drogas que afetem a produção ou metabolismo da testosterona;
  • Doenças da hipófise como os tumores.

“Nesses casos devemos solicitar a testosterona total no exame de sangue e em alguns casos também devemos solicitar a testosterona livre. A realização da coleta para avaliação dos níveis séricos de testosterona deve acontecer no período da manhã, em jejum, entre as 07h e 10h”, completa.

A endocrinologista alerta que pelo menos duas dosagens baixas de testosterona são necessárias para a realização do diagnóstico de hipogonadismo com segurança.

Tratamento do hipogonadismo masculino

Quando apresenta sintomas, o hipogonadismo masculino deve ser avaliado e acompanhado por um médico capacitado. “Para otimizar a relação risco-benefício, é importante que os pacientes selecionados para o tratamento atendam a critérios diagnósticos adequadamente estabelecidos para o hipogonadismo e apresentem sinais e sintomas ou condições que possam melhorar com a reposição hormonal”, destaca a especialista.

A médica afirma que as contraindicações precisam ser respeitadas. “Durante o tratamento, o nível sérico de testosterona deve ser acompanhado regularmente, assim como, deve-se ficar atento aos possíveis eventos adversos’, explica.

De acordo com a médica, o uso do hormônio da testosterona é proibido quando o objetivo exclusivo é controlar o açúcar no sangue, emagrecer, reduzir o risco cardiovascular ou melhorar a saúde óssea. “Os níveis suprafisiológicos (excessivos, acima do normal) de testosterona têm uma série de efeitos colaterais e aumentam o risco cardiovascular”, alerta.

Dicas para cuidar da saúde cardíaca masculina

 

A conscientização sobre os cuidados com a saúde masculina é de extrema importância para garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos homens. Dra. Luciana Lopes aponta as dicas abaixo:

1 – Atividade física regular:

A endocrinologista reforça que é ideal que o paciente pratique de 150 a 300 minutos de atividade física moderada por semana.

“Para pessoas com mais de 65 anos, são recomendadas atividades físicas que aumentem o equilíbrio, a flexibilidade, a coordenação e o fortalecimento muscular, visando a prevenção de quedas”, enfatiza.

2 – Alimentação saudável:

É importante dar preferência ao consumo de alimentos naturais a exemplo de frutas, verduras, cereais, leguminosas, sementes, nozes, carnes, laticínios e óleos vegetais (azeite e derivados).

3 – Tratamento da obesidade e da síndrome metabólica:

A médica destaca a importância de tratar a síndrome metabólica, que ela descreve como um conjunto de alterações que pode incluir a própria obesidade. “Com aumento da circunferência abdominal, hipertensão arterial, triglicerídeos altos, colesterol HDL baixo e diabetes, essas doenças são determinantes para o declínio da testosterona na maioria dos casos. Já a diminuição do peso leva ao aumento significativo da testosterona”, ressalta.

4 – Não fumar:

O cigarro tem um impacto significativo na saúde do coração dos homens. O tabagismo está diretamente associado a uma série de problemas cardiovasculares, como doenças infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e arritmias.

5 – Acompanhamento médico regular:

A médica enfatiza ainda a importância do acompanhamento médico regular, incluindo a equipe multidisciplinar composta por nutricionista, professor de educação física e psicólogo, por exemplo.

6 – Dormir bem:

A qualidade e a duração inadequada do sono têm sido associadas a um maior risco de desenvolver problemas cardiovasculares, incluindo doenças cardíacas, hipertensão arterial, arritmias e acidente vascular cerebral (AVC).

Os cuidados preventivos com a saúde como um todo são cruciais para a saúde cardíaca dos homens. Adotar hábitos saudáveis e seguir medidas preventivas podem reduzir significativamente o risco de doenças cardíacas nos homens. Você tem feito a sua parte para cuidar do seu coração?

 

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