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Carol Niemeyer entre curvas e retas desmistificando o sobrenome de seu avô


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Meu sobrenome tem pesos e medidas dentro do que venho fazendo, mas não me preocupo com isso. Meus traços são curvos, retos, são do meu jeito, minha forma de ver a Arquitetura.

P U B L I C I D A D E

Desde criança, comecei a gostar de arquitetura mesmo sem saber o que era exatamente, aos finais de semana quando ia para a casa dos meus avós em Itaipava, interior do Rio de Janeiro, e, ficava na construtora do meu avô esperando para irmos e foi ali que comecei a gostar, ficava olhando as maquetes perfeitas com vários detalhes, tentava entender as plantas e não parava de perguntar a quem passasse sobre o que era, como era feito, quem fazia aquilo. Ao longo do tempo, quando fui crescendo, adorava andar pelo condomínio em Itaipava e olhar as casas, por ter intimidade com os moradores meu avô ficava conversando enquanto alguém me apresentava a casa.

Quando arrumei um estágio, meu primeiro e único estágio, descobri que o arquiteto que me contratou era exatamente o arquiteto que fez várias casas no condomínio, no qual eu era apaixonada, isso me motivou ainda mais.

A arquitetura é algo maravilhoso para qualquer pessoa, todos deveriam ter um arquiteto para planejar tudo como sempre imaginaram. A parte mais difícil nesse processo de ser arquiteta é a diferença de opiniões, você tem que estudar cada cliente, cada detalhe, seus gostos e tentar colocar isso no papel, pois as vezes o gosto de um não é igual ao meu, ou as vezes o cliente quer algo que não tem nada a ver com o projeto que ele escolheu, então o maior desafio é conseguir transmitir ao cliente o que ficará bom, o que não ficará bom, o que vai funcionar e o que não vai, isso focado no gosto dele. Esse desafio é o que mais me motiva, não fazer nenhum projeto igual, individualizar cada projeto e torná-lo único, no final ver a alegria e satisfação dos clientes, vendo um antes e depois incrível sem imaginar que aquilo era possível me deixa extremamente feliz, missão cumprida.

O futuro da arquitetura na minha cabeça é fácil, junto com o avanço da tecnologia teremos projetos cada vez mais sustentáveis, viáveis, materiais cada vez melhores e mais práticos. Os métodos de construções evoluem a cada dia, modificando a ideia do concreto e tijolo, gerando novas maneiras de construção, visando os gastos e o meio ambiente. A cada dia que passa os estudos nessa área crescem mais, pois a arquitetura não está apenas dentro da sua casa, ela está em todo lugar, nas praças, nas ruas, nos acessos.

Onde você vai, tem arquitetura. Você entra em um espaço lindo é uma arquitetura bem feita, você anda por um local aconchegante é uma arquitetura bem feita, você passa por espaços públicos bonitos, funcionais é arquitetura bem feita, nós precisamos da arquitetura nas nossas vidas para termos mais qualidade de vida.
No Brasil ainda temos dificuldade com a chegada dessas tecnologias, valores de tudo, construção, materiais e etc. No EUA e Europa isso já está mais evoluído, então já existem tecnologias funcionando perfeitamente. Como casas feitas em 2 dias através de encaixes, espaços totalmente tecnológicos, projetos 100% sustentáveis.

Se eu tenho um estilo definido? Não, mas, claro que tenho meus gostos e minhas opiniões, o que eu realmente gosto em projetos são: a conexão com o verde, o uso da madeira e algum tipo de cor ao espaço, tento implementar isso de alguma forma em cada projeto, mas viso sempre buscar através do gosto dos clientes o melhor para seu espaço, de acordo com necessidades, funcionalidade e beleza, auxiliando o que é interessante para o espaço e o que não é viável fazer, variando em relação a custos, gostos, combinações.

Gosto de desafios, de sair do meu jeito de pensar, de largar o meu gosto e tentar entrar no gosto de outra pessoa, e assim não criar projetos extremamente parecidos, tento criar algo único, exclusivo, para cada cliente sem onerar nos orçamentos de projetos.

Não tento ser igual a ninguém pois existem todos os tipos de projetos, todos os tipos de gostos, todos os tipos de clientes, mas, não deixo de seguir o que realmente gosto e acho bom.

Dentro do que me proponho a fazer a meus clientes busco, atualmente, um caminho dentro da sustentabilidade. Ela é essencial em qualquer projeto de arquitetura, seja casa, prédio, praças, calçadas, museus, e se faz necessário pensar mais a frente, escolher materiais mais sustentáveis, reaproveitamento de água, de energia, algo que todo mundo deveria pensar, não só na economia que gera individualmente, mas no futuro global.

Tento sempre implementar em meus projetos soluções sustentáveis, criação de áreas verdes, de sombras, de ventilação natural, soluções que não afetam o meio ambiente. Além de mecanismos como reaproveitamento de águas pluviais, placas para utilização de energia ou para aquecimento de água, as vezes simples detalhes no projeto já o torna sustentável, pois a sustentabilidade está nos detalhes.

O mais importante é que, mesmo com meu sobrenome, carrego meus ideais, meus valores, meus riscos e rabiscos, com valores de projetos que cabem nos bolsos de gente que trabalha, que luta, que quer ter sua casa com sua cara!

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