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Bioinsumos podem superar defensivos químicos no Brasil


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São Paulo, 11 de junho de 2021 – Insumos de base biológica produzidos a partir do reaproveitamento de subprodutos animais e vegetais representam um novo paradigma tecnológico na agricultura brasileira.

P U B L I C I D A D E

Esta foi a constatação geral feita pelos palestrantes de uma reunião virtual realizada nesta segunda-feira (07/06) pelo Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), da FiespJacyr Costa filho, presidente deste Conselho, sublinha a reflexão dos participantes: “Os biodenfensivos terão uma participação de 25% no mercado de insumos agrícolas até 2025. A projeção para 2030 é de que estes produtos vão superar os índices de comercialização dos defensivos químicos”, afirmou o executivo.

O encontro reuniu especialistas no desenvolvimento e aplicação de bioinsumos na agropecuária brasileira. Cleber Oliveira Soares, secretário adjunto de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), abordou a evolução geral do Programa Nacional de Bioinsumos, iniciativa lançada pelo governo federal em maio de 2020. Segundo o executivo, um resultado direto desta política foi a criação, em abril deste ano, do Programa Estadual de Bioinsumos em Goiás. Outros estados como Paraná e Mato Grosso deverão seguir o exemplo.

Cleber Oliveira revelou que o Mapa está trabalhando junto ao BNDES e FINEP para linhas de crédito visando o desenvolvimento deste setor. “O movimento e a dinâmica do mercado de bioinsumos no Brasil e no mundo tem crescido a uma taxa média global que oscila entre 13% e 17% ao ano.  Já no Brasil, a taxa média de crescimento tem sido, em média, de 18% ao ano. Ou seja, temos um enorme potencial”, ressaltou o secretário adjunto do MAPA.

Marcelo Morandi, chefe da Embrapa Meio Ambiente, pontuou que o Brasil é muito dependente da importação de fertilizantes químicos, e que o desenvolvimento de uma indústria nacional de bioinsumos poderia atenuar  este quadro. Hoje, 80% dos insumos como potássio, fósforo e nitrogênio vêm de outros países.

“Estamos numa rota crescente no mundo da redução da dependência de produtos de base fóssil para produtos de base biológica. Um levantamento  do BNDES mostra que se o Brasil usasse 100% dos resíduos em cadeias como o setor sucroenergético e o setor de produção animal – bovino, suínos e aves – poderíamos suprir a metade da demanda interna de macronutrientes. Isso movimentaria cerca de US$ 1 bilhão anuais”, explicou Morandi.

Sobre o uso de biodefensivos na agricultura nacional, dois representantes de empresas que investem na produção de produtos de base biológica discorreram sobre as vantagens da produção doméstica destas tecnologias. Antonio Carlos Zem, CEO da Biotrop, acredita que “além da economia [na importação de insumos químicos para uso em defensivos], que pode chegar a 10 ou até 20 vezes, é possível desenvolver soluções em tempo muito menor e com resultados mais consistentes”. Gustavo Herrmann, diretor da Koppert do Brasil, salientou que “inovação é a palavra-chave para um programa eficiente de controle biológico”.

Encerrando o ciclo de palestras, Celso do Amaral Mello Júnior, CEO da Nutron Cargill, explicou como a digitalização e uso de inovações tecnológicas representam um diferencial importante na agricultura brasileira e mundial, principalmente com relação à profissionalização da mão de obra no segmento de bioinsumos. “Os negócios morrem porque eles fazem muito bem a mesma coisa por muito tempo. O que deu certo há cinco anos não serve mais para o dia de hoje. Temos de inovar. Esse é o grande desafio e deve ser o direcionador”, ressaltou.


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Flávio Falcão

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