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Opinião

As cadeias produtivas, duas correntes no MDB e a escalada da violência


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As cadeias produtivas
“Como acabar com o desmatamento criminoso se as pessoas dependem dele para sobreviver?”, a questão mais cínica levantada na Amazônia, acaba de ser respondida por uma pesquisa do Instituto Escolhas, demonstrando que a redução da pobreza e o desmatamento da floresta podem andar juntos por meio de cadeias produtivas de alta rentabilidade que não causam impacto negativo na floresta e aceleram a promoção social.

P U B L I C I D A D E

A capacidade de dar respostas contundentes aos criminosos é decisiva na batalha do clima. Mesmo as mortes violentas de pesquisadores ambientais, religiosos e lideranças indígenas precisa ser respondida com a força de exemplos imortais. Os assassinos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, mortos em junho de 2022 no Vale do Javari, por exemplo, jamais poderiam imaginar que suas vítimas seriam imortalizadas de uma forma biopoética.

Duas novas espécies da levedura descobertas na Amazônia por pesquisadores de Minas Gerais, Tocantins e Canadá ganharam seus nomes: “Spathaspora brunopereirae” e “Spathaspora domphillipsii”. Não são leveduras triviais. Elas têm a propriedade de converter resíduos de madeira (d-xilose) em etanol, o que as projeta como opções no setor de combustíveis, e também em xilitol, adoçante natural para diabéticos, com implicações na qualidade de vida. Em grego, bio.

Duas correntes
Com duas correntes políticas distintas, o MDB de Rondônia segue sua trajetória diversionista. De um lado, o presidente estadual, o deputado federal Lucio Mosquini, um bolsonarista empedernido e apoiador do governador de Rondônia Marcos Rocha. De outro, o senador Confúcio Moura, maior destaque da bancada federal, oposição ao governador Marcos Rocha e adepto da base de apoio do atual presidente Luís Inácio Lula da Silva. Com isto, o partido terá interesses dispares nas eleições municipais, a começar em Porto Velho, onde poderá contar com duas candidaturas distintas para bater chapas nas convenções partidárias.

Polêmica esfriando
Com a polemica do IPTU esfriando e a comissão de investigação da Câmara Municipal de Vereadores examinando as causas dos reajustes astronômicos no tributo, o prefeito Hildon Chaves segue a vida obtendo a proeza de tocar pavimentação em pleno inverno amazônico. A coisa só acalmou depois do alcaide garantir aos contribuintes que o preço a ser cobrado do IPTU será o mesmo do exercício de 2022, mais inflação, uma grande vitória da comunidade. Se a cidade com seus movimentos populares não gritasse o brutal reajuste seria imposto goela abaixo aos contribuintes. O povo unido virou o jogo.

Papo furado
O governo federal não dá conta nem da restauração da BR 364 e da pavimentação da BR 319, e eis que anuncia através do Dnitt a construção da ponte binacional sobre o Rio Mamoré em Guajará Mirim. A medida entusiasmou vereadores, deputados e todo mundo está acreditando numa promessa que passa dos 40 anos. O povo da Pérola do Mamoré na fronteira, está recebendo com cautela a anuncio, pois também o compromisso da Hidrelétrica da Cachoeira Speranza não deu em nada e era papo furado. Seja em governo de esquerda, ou de direita, proliferam os anúncios de obras, a maioria catimbadas pelo tempo.

Escalada da violência
A grande verdade é que se as autoridades brasileiras não têm reagido contra o crime organizado e o país pode se transformar num paraíso para os carteis do narcotráfico. Rondônia já é quintal dos carteis a um certo tempo e as consequências estão aí para se ver, um banho de sangue na disputa por território, a exemplo do que ocorre em maior escala no Rio de Janeiro. No governo Bolsonaro, o então ministro Sérgio Moro tentou endurecer e moralizar as coisas nos presídios e punir os chefões do tráfico e acabou sendo demitido. Agora, ameaçado pelo narcotráfico é acusado de encenar atentado contra ele mesmo pelo presidente Lula. É coisa de louco.

Crise e boquinhas
Com a crise, comercio berrando, vendas de carros encolhendo, transações imobiliárias definhando, o governador Marcos Rocha enfrenta um verdadeiro chororô de pedidos de nomeações dos partidos aliados. Parecem gatinhos esfaimados tateando pires de leite. Rocha até aumentou o número de secretarias visando oportunizar mais cargos para os aliados da sua base de sustentação, mas se fosse atender a todos os clamores dos políticos teria que criar umas duzentas secretarias e ainda seria pouco. Não bastava os políticos derrotados nos pleitos passados que se abrigam no governo e na Assemblei Legislativa.

Via Direta
*** As nomeações de cargos federais em Rondônia seguem com parcimônia. Os partidos da base aliada do presidente Lula aguardando as nomeações, inclusive a ex-senadora Fatima Cleide, expoente petista no estado
*** Começam os primeiros movimentos no tabuleiro sucessório em Porto Velho. O que é de causar perplexidade é o número de possíveis candidatos à sucessão do prefeito Hildon Chaves. É mais de uma dúzia
*** A antecipação das corridas sucessórias municipais é uma realidade também no interior rondoniense. Tanto em Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, os opositores já tacam o pau nos prefeitos que disputam a reeleição
*** A campanha 2024 promete grandes duelos regionais.

CARLOS SPERANÇA
GENTE DE OPINIÃO

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