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Justiça

Advogado que humilhou Mariana Ferrer já ofendeu outras vítimas de estupro


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O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que agrediu verbalmente Mariana Ferrer nas imagens da audiência na qual o crime denunciado por ela foi enquadrado no conceito de “estupro culposo”, tem um histórico de culpabilização de mulheres que alegam terem sido vítimas de estupro.

P U B L I C I D A D E

Em 18 de julho de 2019, está assinado por ele um artigo intitulado Falsos Amores, Falsas Acusações, publicado no Portal JusCatarina, especializado em assuntos jurídicos.

O autor não menciona nomes, mas descreve um caso de acusação de estupro que “mexeu muito” com ele. A data do relato coincide com a época em que André de Camargo Aranha, 42 anos, cliente do advogado, foi indiciado por estupro de vulnerável, após ter sido acusado por Mariana Ferrer.

A polícia constatou que o estupro ocorreu no interior do Café de La Musique, em 15 de dezembro de 2019, e que a vítima não tinha discernimento para a prática do ato. Um mandado de prisão temporária foi decretado pela 3ª Vara Criminal.

No artigo, Gastão relata o apelo que fez a um desembargador. “Fui apresentar um pedido de reconsideração para um desembargador que negara uma liminar para suspender um mandado de prisão em face de uma acusação por estupro. Após falar sobre o processo, fiz um desabafo, motivado por estar diante de um magistrado piedoso, humano e preocupadíssimo em fazer Justiça:

“Desembargador, esse caso mexeu muito comigo. Desculpe a audácia, mas confesso que a cada dia vejo mais banalizada a análise de provas em torno de relatos envolvendo crimes sexuais. Já acompanhei episódios onde era desfiado um rosário de falsas imputações, motivadas pelos mais espúrios e torpes interesses”, relata.

O advogado argumentou que esteve com a família do acusado. “Vi o sofrimento no semblante de seu pai, um homem honrado, e testemunhar o tormento espiritual que abatia a alma e o coração contrito e humilhado da sua bondosa mãe”.

O magistrado teria respondido: “Doutor, o senhor não pode absorver tanto os problemas alheios, faça sua parte e basta”.

“O dia em que eu deixar de comungar com o réu a eucaristia da dor, nesse dia estarei acabado, não serei mais advogado. Terá chegado a hora de parar. A injustiça me maltrata, me perturba, me tira o sono”, escreveu Gastão.

O advogado se refere a mulheres que denunciaram “falsos estupros” como “oportunistas que procuram fama”.

“Hoje, como de costume, acordei por volta das 3 da manhã. Ao levantar, rezei e fui estudar o caso objeto da minha conversa com o desembargador, cujo julgamento se avizinha. Não pude deixar de refletir sobre as falsas acusações patrocinadas por moças oportunistas que procuram fama, dinheiro ou às vezes as duas coisas.”

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