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Saúde

Vacina para a AIDS: por que ainda não existe?


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Em 1981 a AIDS foi reconhecida como doença. De lá para cá, provocou muitas mortes. Mas, até hoje, não há vacina para ela. Isso nos leva a pensar: Por quê? Afinal, em poucos meses foi possível criar um imunizante para a Covid-19.  A seguir, vamos conferir o que pode explicar essa diferença.

P U B L I C I D A D E

É fato que o esforço para buscar a vacina para a AIDS não foi o mesmo empregado para combater o novo coronavírus. Apesar da gravidade de ambos, o segundo se mostrou mais alastrável e, justamente, por meio de algo que é inerente à vida: o ar.

A onda crescente e assustadora de mortes diárias parou o mundo. Frente à essa realidade, governos de todo o planeta se mobilizaram e investiram: tempo, dinheiro e pesquisa.

Com a AIDS, a história é diferente. A seguir, vamos entender mais sobre isso. Afinal, por mais que seja importante reconhecer os avanços no tratamento médico contra a doença, ela continua matando e comprometendo a vida de muita gente.

Por que não há vacina para a AIDS

Poucos sabem, mas um recente ensaio de vacina na África Subsaariana, para gerar imunidade contra várias variantes do HIV, foi descontinuado devido à falta de eficácia.

Para ficar claro, é bom saber, por exemplo, que uma infecção com Sars-Cov2 (o vírus da covid-19) é curada na maioria dos casos naturalmente. O mesmo não acontece com o HIV.

É fato que a natureza do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da AIDS, é difícil de neutralizar. Olivier Schwartz, diretor da unidade de vírus e imunidade do Instituto Pasteur, destacou à AFP que o HIV “infecta as células do sistema imunológico”, integrando no DNA seu próprio material genético.

Isso explica por que é difícil de localizá-lo. Acontece assim: essas células imunes passam por fases dormentes que permitem o desenvolvimento do vírus.

Outro complicador é o fato de que a variabilidade do HIV é muito maior. Ou seja, o HIV sofre com mutações mais facilmente. Sim, por mais que surjam diferentes variantes no caso do novo Coronavírus, com a AIDS é mais complexo.  E, portanto, “é mais difícil gerar anticorpos de amplo espectro que podem bloquear a infecção”, esclarece Olivier Schwartz.

O chefe de equipe do Instituto Curie, Nicolas Manel, comentou que “sabemos vacinar contra uma variante rapidamente, mas não quando um vírus sofre mutações excessivas”.


A AIDS hoje

A AIDS é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, em inglês), que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças.

As células mais atingidas por esse ataque são os linfócitos T CD4+. O HIV é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo.

Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

A vacina seria, a priori, a única forma de erradicar totalmente esse vírus. Segundo dados do Governo Federal de 2020, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil.

Desse total, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável.

Vale ressaltar que há uma dezena de vacinas em estudo. Entre elas, um produto desenvolvido pelo laboratório Moderna com tecnologia de RNA mensageiro, método inovador que deu origem ao grande à vacina contra a Covid-19.


Tratamento AIDS

Segundo o Ministério da Saúde, existem atualmente 19 medicamentos disponíveis em 34 apresentações farmacêuticas.

O Brasil distribui gratuitamente todos os antirretrovirais desde 1996 e, desde 2013, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante o tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente da carga viral.

terapia tripla para HIV tem sido o padrão de cuidado desde 1996, combinando 2 análogos nucleosídeos / nucleotídeos a uma 3ª medicação.

Sabemos que ela suprime o vírus maximamente e possui elevada barreira contra resistência.

Novo medicamento AIDS

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o tratamento de HIV. Ele  combina duas diferentes substâncias — os antivirais lamivudina e dolutegravir sódico — em um único comprimido.

O remédio foi desenvolvido pela companhia ViiV Healthcare — parte da farmacêutica britânica GSK — e recebe o nome de Dovato.

Em nota, a Anvisa comunicou que “a aprovação representa um avanço no tratamento das pessoas portadoras do vírus que causa a Aids, já que reúne em uma dose diária dois antirretrovirais que não estavam disponíveis em um só comprimido”.

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