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Rondônia

Seis meses após feminicídio, mãe de professora assassinada ainda não sabe da morte da filha em RO


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Seis meses depois de Joselita Félix ser morta a pauladas pelo ex-marido, a mãe da educadora ainda não sabe da morte da filha. O acusado do crime de feminicídio, Ueliton Aparecido da Silva, de 35 anos, está sendo julgado pelo Tribunal do Júri nesta quinta-feira (19) em Porto Velho.

P U B L I C I D A D E

Ao G1, a família diz que não contou da morte de Joselita para a mãe devido ao quadro de saúde dela.

Durante o intervalo do julgamento na tarde desta quinta-feira, a família de Joselita Félix conversou com a reportagem. O irmão da educadora, Josué Félix, 47, declarou que deseja que a justiça seja feita.

“Queremos ficar com o caminho livre para recomeçar. Que ele [Ueliton] pague pelo que fez com ela”, disse.

O pai da professora e também vítima do crime, Francisco Félix, de 74 anos, acompanha o julgamento e foi uma das testemunhas de acusação que estiveram presentes na sessão do júri. Para ele, Ueliton merece a condenação de feminicídio e tentativa de homicídio.

“Quero que ele pague pelo que fez a mim e pegue mais uns 30 anos de cadeia pela morte da minha filha. Ela, uma mulher linda, se envolver com ele”, alegou.

Francisco sofre atualmente de síndrome do pânico por conta do crime contra a família. Ao G1, o idoso contou a sequência do crime, que aconteceu no dia 17 de março na casa dele.

Joselita Felix foi morta pelo ex-companheiro em Rondônia — Foto: Facebook/Reprodução

Joselita Felix foi morta pelo ex-companheiro em Rondônia — Foto: Facebook/Reprodução

“Ele [Ueliton] me pegou forte pelo braço, me puxou e me machucou. Quando botei sangue pela boca que ele me largou no mato na frente de casa. Depois foi atrás de minha filha. Eu só lembro de quando cheguei no João Paulo II. Daí, não lembro mais”, explicou.

Júri do caso Joselita

O júri do caso começou nas primeiras horas da manhã e deve seguir até o período da noite. O Tribunal do Júri é formado por quatro mulheres e três homens. A acusação é feita pelo promotor Marcelo Lincoln Guidio.

Ueliton Aparecido da Silva vai a júri em Porto Velho — Foto: Mayara Subtil/G1

Ueliton Aparecido da Silva vai a júri em Porto Velho — Foto: Mayara Subtil/G1

O pai da Joselita, Francisco Félix, chegou ao plenário em uma cadeira de rodas e foi a primeira testemunha a ser ouvida pelos jurados. O idoso também foi atacado pelo réu no dia do crime, quando tentou defender a filha. “Ueliton era um lobo em pele de cordeiro”, disse Francisco.

A segunda testemunha chamada no plenário foi um policial militar que atendeu a ocorrência. Ao júri, o PM descreveu detalhes sobre o local do assassinato. “Em 33 anos de polícia foi a pior cena que vi na mina história de policial”, relatou.

Depois das testemunhas de acusação falarem no Fórum, Ueliton pediu para trocar de roupa, tendo o pedido aceito pelo juiz.

Feminicídio

Joselita foi morta pelo ex-marido em março, em Candeias do Jamari, após ter a casa invadida por Ueliton Aparecido Silva, em Candeias do Jamari. O ex-marido foi preso logo depois do crime.

O pai da educadora, Francisco Félix, estava em casa e presenciou o ataque. O idoso tentou salvar a filha e segurar o suspeito, mas também foi atacado a pauladas. Ele ficou internado e, dias depois, recebeu alta e foi informado da morte da filha.

Ueliton foi acusado pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO) de tentativa de homicídio e feminicídio. A vítima e o acusado ficaram juntos cerca de 3 anos.

Sala de aula

Aos 47 anos, Joselita era servidora municipal de Porto Velho, mas atualmente morava em Candeias do Jamari para cuidar dos pais, um casal de idosos.

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