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Projeto leva estudantes para conhecerem extremos geográficos e sociais de Porto Velho


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Mais de 130 pessoas tiveram neste sábado (15) uma experiência diferente de reconhecimento da cidade de Porto Velho. Estudantes e moradores percorreram diversos pontos turísticos, mas também foram conhecer um dos extremos da cidade, o conjunto habitacional Cristal da Calama, distante 10 quilômetros do Centro da capital.

P U B L I C I D A D E

O projeto “Ver-a-cidade para o exercício da cidadania” acontece desde 2014 e tem objetivo de estimular um olhar diferenciado sobre pontos extremamente conhecidos do espaço urbano, mas também descobrir a existência de outros espaços, como a periferia. O projeto é realizado pelo Departamento de Ciências Jurídicas (DCJ) da Universidade Federal de Rondônia (Unir).

As atividades desta edição começaram no início da manhã com uma visita na Catedral Sagrado Coração de Jesus. No local, o professor da Unir, Marco Teixeira, contou como foi o surgimento do catolicismo na cidade. Uma arquiteta que faz parte do grupo de revisão do Plano Diretor de Porto Velho também acompanhou o grupo nas reflexões sobre o futuro da área central.

Projeto 'Ver-a-cidade' leva estudantes para conhecer extremos geográficos e sociais de Porto Velho — Foto: Bastia Neves/Arquivo pessoal

Projeto ‘Ver-a-cidade’ leva estudantes para conhecer extremos geográficos e sociais de Porto Velho — Foto: Bastia Neves/Arquivo pessoal

O roteiro do projeto incluiu as lojas maçônicas do centro, camelódromo, Mercado Cultural, Unir Centro, Praça das Três Caixas d’Água, complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Igreja de Santo Antônio e Memorial Rondon.

O pernambucano André Lacerda é servidor público e está há 4 anos em Porto Velho. Ele lembra que um detalhe desconhecido por ele era a grande presença americana em Porto Velho durante a construção da estrada de ferro, inclusive com a colocação de uma cerca dividindo a cidade numa área americana e outra brasileira.

“Como eu não sou de Porto Velho, eu achei muito interessante a ideia de poder conhecer mais sobre história da cidade e de uma maneira mais pragmática, visitando os locais que eu passo diariamente. Então a ideia de conhecer a história por trás daqueles locais me chamou atenção”, conta André.

Uma das paradas foi no residencial Cristal da Calama — Foto: Breno Vinícius/Arquivo pessoal

Uma das paradas foi no residencial Cristal da Calama — Foto: Breno Vinícius/Arquivo pessoal

No período da tarde, o trabalho seguiu no Residencial Cristal da Calama, na Zona Leste de Porto Velho, com palestras para a comunidade. Os estudantes almoçaram no bairro, construído com recursos do programa “Minha Casa, Minha Vida” e que tem cerca de 10 mil habitantes.

Acadêmica no curso de Direito da Unir, Samara Martins revela que a grande novidade para ela foi conhecer o Cristal da Calama. Mesmo sendo de Porto Velho, ela nunca havia ido ao conjunto.

“Eu nunca tinha visitado. Foi uma descoberta pra mim, por ser uma realidade completamente diferente. Isso muda a forma como a gente vê a cidade”, contou a jovem durante a aula de Direito da Cidade.

A Catedral Sagrado Coração de Jesus também foi visitada — Foto: Aparecida Zuin/Arquivo pessoal

A Catedral Sagrado Coração de Jesus também foi visitada — Foto: Aparecida Zuin/Arquivo pessoal

A professora da Unir e criadora do “Ver-a-cidade”, Aparecida Zuin disse ao G1 que a atividade pretende chamar atenção e gerar conhecimento sobre os símbolos da cidade e seus significados.

“Muitos habitantes de Porto Velho não olham, percebem ou sentem a cidade como lugar de vivência e convivência. Não podemos circular pela cidade sem nos darmos conta do que ela significa como espaço social, histórico, cultural, de comunicação, por isso, ‘tirar as vendas’ para sentir a cidade como ela se oferece a nós”, comenta a professora.

Aparecida Zuin explica que a escolha pelo residencial Cristal da Calama tem a intenção de tirar os alunos da zona de conforto, da teoria do ambiente universitário.

“Um dia ao conferir os andamentos de atualização do Plano Diretor municipal me deparei com o mapa de Porto Velho e descobri como a cidade tinha crescido, e me dado conta que não conhecemos a cidade. Era preciso chegar até lá. Medir a distância, fazer o reconhecimento do lugar, conhecer as dificuldades que os moradores do Conjunto Habitacional Cristal Calama enfrentam em virtude da falta de equipamentos públicos, por exemplo”, explica a professora.

Projeto 'Ver-a-cidade' leva estudantes para conhecer extremos geográficos e sociais de Porto Velho — Foto: Paloma Carvalho/Arquivo pessoal

Projeto ‘Ver-a-cidade’ leva estudantes para conhecer extremos geográficos e sociais de Porto Velho — Foto: Paloma Carvalho/Arquivo pessoal

Ela avalia positivamente o projeto, que está na quinta edição e deve ter mais uma nos próximos meses. “O aumento significativo da procura para participação é a resposta que temos para continuarmos neste exercício. Também tenho a certeza que, após conhecerem melhor um pouco a história da cidade e aprenderem a olhá-la com mais precisão, para cima, para baixo, para os lados, passam a ter uma visão mais crítica sobre a realidade e o que pode ser melhorado”, conclui.

Estudantes no projeto 'Ver a Cidade' em Porto Velho  — Foto: Breno Vinicius/ Arquivo pessoal

Estudantes no projeto ‘Ver a Cidade’ em Porto Velho — Foto: Breno Vinicius/ Arquivo pessoal

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