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Pantanal de Mato Grosso tem maior concentração de quilombolas do Estado


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A população quilombola de Mato Grosso é de 11.719 pessoas, o que representa 0,32% da população, que hoje é de 3,6 milhões de habitantes.

P U B L I C I D A D E

É no Pantanal mato-grossense onde encontra-se a principal concentração dessas famílias integrantes dos povos e comunidades tradicionais reconhecidos pela Constituição de 1988.

Os dados são do Censo 2022, que investigou, pela primeira vez esse, grupo e foram divulgados na quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inserção dessas comunidades na sondagem do instituto é uma solicitação antiga das entidades que representam esse grupo, como a Coordenação Nacional Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

Segundo o IBGE, no país, são 1.327.802 quilombolas.

Coordenador executivo da Conaq, Biko Rodrigues, falou sobre a importância do censo.

“Estamos tirando da invisibilidade os quilombolas desse país. Precisamos dar visibilidade à pauta”, disse durante evento em Brasília transmitido ao vivo pela internet. “O censo é uma conquista de anos de luta e é importante para que possamos avançar na construção de políticas públicas. Somos mais do que números. A cada número desse bate um coração e uma trajetória de resistência”, completou.

De acordo com o gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, o Pantanal mato-grossense integra os quatros principais eixos de concentração da população quilombola do país.

Os primeiros e segundo eixos são formados pelas regiões Sudeste e Nordeste.

“Um terceiro está entre as regiões centro-oeste e o norte, principalmente, no entorno do Pantanal mato-grossense e na bacia do Rio Guaporé. O Vale do Guaporé tem uma concentração expressiva da população quilombola no norte”, destacou, durante a apresentação dos dados.

O quarto eixo está no sul do país.

Conforme o levantamento, Poconé (100 km ao Sul de Cuiabá) é o município pantaneiro com mais quilombolas: 3.445 pessoas.

Em seguida, está Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km a oeste de Cuiabá), com 2.589.

No Estado, 958 pessoas residem dentro e 10.761 fora dos territórios quilombolas, sendo que somente quatro dessas áreas estão oficialmente delimitadas por decreto (2) e Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (2). Nenhum território encontra-se titulado.

O Censo 2022 revela ainda que Mato Grosso é o 18º Estado do Brasil com mais moradores inseridos nesse grupo.

Especificamente dentro dos territórios tidos como habitações exclusivas de quilombolas, vivem cerca de 958 pessoas. Outros 10.761 (91,83%) moram em outras áreas do Estado.

Em nível nacional, o estudo mostra que foram identificados 473.970 domicílios onde residia pelo menos uma pessoa quilombola, espalhados por 1.696 municípios brasileiros.

Já os territórios quilombolas oficialmente delimitados abrigam 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas, ou 12,6% do total de quilombolas do país.

Destaca-se, ainda, que apenas 4,3% da população quilombola reside em territórios já titulados no processo de regularização fundiária.

“Com essa divulgação, o IBGE atende a uma demanda histórica da sociedade brasileira, dos órgãos governamentais e dos movimentos sociais. Conhecer o número de pessoas quilombolas e como elas se distribuem pelo país, no nível de municípios, vai orientar políticas públicas de habitação, ocupação, trabalho, geração de renda, e regularização fundiária”, declara Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE.

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