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Nova concessão renova esperanças do agro – Por Itamar Canossa


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Itamar Canossa

P U B L I C I D A D E

Considerada uma das principais rodovias do agronegócio do país, que corta o Brasil de Norte a Sul (do Rio Grande do Sul até o Pará), a BR-163, ao que tudo indica, está sob os cuidados de uma nova empresa, que promete investir mais de R$ 1,2 bilhão em sua duplicação. No dia 04 de outubro, em um grande evento no Palácio do Paiaguás, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Concessionária Rota do Oeste assinaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a transferência do controle acionário da concessionária à MT Participações e Projetos (MT Par), sociedade de economia mista ligada ao Estado.

Vale ressaltar que após a assinatura do TAC o processo de transferência entra em sua segunda etapa, com a renegociação de dívidas junto aos bancos que financiaram a primeira parte da duplicação da rodovia. Inclusive o documento conta com uma cláusula suspensiva, até que a análise dos bancos seja concluída.

De acordo com o governo do estado, a duplicação da BR-163/MT melhorará o escoamento de grãos e leguminosas da região Centro-Oeste e diminuirá os gargalos logísticos, além do número de acidentes, principal preocupação dos condutores e da população que usam a rodovia. Para efeito de conhecimento, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Transporte (CNT), em 2021 foram registrados 612 acidentes na BR-163, mais de um acidente por dia, com um total de 75 vidas perdidas.

Para nós do setor produtivo mato-grossense, as esperanças se renovam com a possibilidade da conclusão das obras, pela MT Par, de um trecho de 822 quilômetros que hoje está sob concessão da Rota do Oeste.

Sem dúvida, acredito que a conclusão das obras trará inúmeros benefícios para Mato Grosso e sua população. Viabilizará o escoamento com maior eficiência do agronegócio, principal engrenagem da economia do Estado, e deixará o segmento ainda mais competitivo. Atualmente, Mato Grosso é o primeiro estado no ranking de produção agropecuária, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) estimado para este ano no estado em R$ 224,81 bilhões.

Em boas condições, a BR-163 aumentará a capacidade de escoamento dos grãos e de outros produtos oriundos do agronegócio. Em 2020, estudos apontaram que menos da metade da safra gigante de Mato Grosso era escoada pelos portos do Arco Norte, que, juntos, têm capacidade de absorver 70 milhões de toneladas de grãos.

De acordo com o Movimento Pró-Logística Mato Grosso, estima-se a circulação de 1.800 caminhões (84,6 mil toneladas) por dia na BR-163, somente de Sinop a Santarém. O escoamento ocorre durante o ano todo, sendo o pico em março/abril e julho/agosto.

A duplicação da BR-163 garantirá mais segurança aos 19 municípios que são cortados pela rodovia em Mato Grosso, impactando diretamente cerca de 50% da população do estado. O anúncio de novos investimentos na BR-163 é uma grande notícia, e para todos é mais um sopro de esperança para que ela seja concluída.

Itamar Canossa é presidente do Fórum Agro MT e da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) e produtor rural.

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