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Saúde

No Dia Mundial do Lúpus, dermatologista explica sobre efeitos da doença na pele


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Queda de cabelo, dor nas juntas, aftas recorrentes e sensibilidade ao sol em áreas expostas como rosto, colo e braços, são alguns dos sintomas do Lúpus. A doença rara e autoimune pode atingir diversos órgãos e tecidos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a doença acomete mais as mulheres que homens. Além disso, segundo a entidade, a patologia costuma se manifestar, na maioria dos casos, na fase adulta do que na infância ou na melhor idade. É o caso de Ladyslene de Paula, 32, professora universitária diagnosticada com o Lúpus Sistêmico com fotossensibilidade há nove anos.
A doença começou a dar sinais durante um retorno da faculdade, quando sentiu dores nos joelhos e fraqueza nas mãos enquanto pilotava uma moto. “Consegui chegar em casa, mas já estava com fadiga, dor nas mãos e sem forças. Dormi e quando acordei meus joelhos estavam muito inchados, muito vermelhos e os meus dedos estavam bastante rígidos a ponto de eu não conseguir segurar a caixa de leite para tomar café da manhã. Também tive febre”, conta.
De acordo com o dermatologista do Hospital Anchieta, Dr. André Lemes, “o Lúpus pode atingir órgãos como pele, rins, articulações, cérebro, coração, pulmões e sangue. Por isso, os sintomas podem variar de acordo com o órgão atacado”. No caso dos rins, por exemplo, podem surgir sintomas como sangue na urina, inchaço excessivo das pernas, pés, rosto e mãos. Já quando afeta o coração, a doença pode dar sinais como tontura e ritmo irregular das batidas cardíacas.
Após o aparecimento dos primeiros sintomas é essencial que a paciente faça uma visita ao médico. O diagnóstico da doença é feito após a observação de alterações clínicas e laboratoriais. Para diagnosticar o lúpus que acomete exclusivamente a pele, conhecido como lúpus cutâneo, por exemplo, é solicitada uma biopsia, ou seja, é colhida uma pequena amostra da área lesionada para análise.
À época estudante de Engenharia de Alimentos, Ladyslene não entendia a razão das dores. “Fui o hospital pra fazer exame de sangue, raios-x pra saber se eu tinha alguma fratura, mas estava tudo normal”, relata. Com o resultado dos exames e o agravamento dos sintomas, passou por diversos especialistas até que por indicação de uma tia chegou a um reumatologista que a diagnosticou com a doença. “Fiz todos os exames clínicos e de sangue. São 11 critérios e eu apresentava ao menos 8: dor nas articulações, febre, fadiga, muita sensibilidade a luz do sol e outros”, conta. O diagnóstico trouxe alguns medos, dentre eles o que não poder ser mãe.
Tratamento e mudança de hábitos 
De acordo com o Dr. André Lemes, o tratamento é feito de acordo com quadro de saúde do paciente e com o órgão atingido. “No caso do Lúpus Cutâneo, o tratamento é feito com base em medicamentos de uso diário, pomadas e proteção solar”, explica.
Além do uso constante de medicações, para Ladyslene, o diagnóstico fez com que diversos hábitos fossem mudados. “Desde o diagnóstico comecei a usar filtro solar, porque eu era uma pessoa que não usava. Hoje não passo um dia sem. Nunca gostei muito de atividade física, mas a doença exigiu que eu fizesse alguma coisa. Fui procurando atividades que eu gostasse, então hoje pratico pilates, faço aulas de dança e musculação. Decidi fazer para melhorar as articulações e para me distrair também”, conta.
Em  2017, Ladyslene teve alta e passou a fazer consultas anuais para verificar sua situação de saúde. Desde então decidiu que era hora de tentar realizar o sonho de ser mãe e em fevereiro deste ano teve o teste positivo. “Agora com a gestação, estou reforçando os cuidados”, relata.
Sintomas
Sensibilidade ao sol, nas áreas expostas;
Manchas avermelhadas que podem descamar e deixar até cicatrizes;
Queda de pelos;
Queda de cabelos em grande quantidade;
Dor nas articulações;
Mal-estar;
Perda de apetite e de peso.
Dia Mundial do Lúpus
Dia 10 de maio foi instituído o Dia Mundial do Lúpus. A data patrocinada pela Federação Mundial de Lúpus – uma coalizão de organizações de pacientes lúpicos de todo o mundo, chama atenção para o impacto da doença na vida dos diagnosticados, para melhorias nos atendimentos, aumento de pesquisas sobre o tema e outros avanços.
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