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Médica do AC que tomou terceira dose da vacina contra Covid agiu de forma ‘premeditada’, diz secretário


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A Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco ainda está tentando entender como a médica ginecologista Jaqueline Lola Hassen conseguiu burlar o sistema e tomar três doses de vacina contra a Covid-19. Uma das hipóteses levantadas é que ela tenha usado o documento de outra pessoa na triagem para receber a dose da Janssen na terça-feira (6) no ponto de drive-thru.

P U B L I C I D A D E

G1 tentou contato com a profissional por dois dias, mas ela não respondeu até última atualização desta reportagem.

A médica, que atua em Rio Branco, tomou a primeira dose da vacina Coronavac no dia 26 de janeiro e a segunda dose no dia 23 de março. Assim, a profissional de saúde concluiu o esquema vacinal. No entanto, na terça, ela voltou a um dos pontos de vacinação, no drive-thru montado em frente ao 7º BEC, e tomou a terceira dose da Janssen, que é dose única. A irregularidade foi descoberta após uma denúncia.

Forma premeditada

Para o secretário de Saúde, Frank Lima, a médica agiu de má fé e de forma premeditada para receber a vacina de dose única. Ele criticou a postura da profissional e disse que vai levar o caso para o Ministério Público, Conselho Regional de Medicina do Acre, Superintendência de Saúde no Acre, Programa Nacional de Imunização e para a Controladoria da União para que tomem as medidas necessárias.

“Percebemos que foi um ato deliberado, porque foi atrás de uma vacina específica de dose única. Foi algo premeditado. Isso é falta de respeito com a sociedade e coloca em risco a equipe de imunização. Porque quando se burla o sistema, você coloca em jogo também a credibilidade da equipe. E eu não posso deixar que um caso isolado coloque em risco a credibilidade dessa equipe de guerreiros que já fez mais de 150 mil vacinas em Rio branco”, afirmou Lima.

O secretário informou que, como está configurada a “má fé” por parte da médica e como a Semsa não tem poder de investigação, as equipes que estavam no drive-thru no dia em que ela foi vacinada devem ser chamadas para prestar informações aos órgãos de controle.

“Essa pessoa já tinha passado pelo drive, já tinha sido identificada e ela voltou no segundo momento. A veracidade disso tudo quem vai colocar no papel são os órgãos de controle. Cabe à Semsa noticiar esses órgãos sobre o fato ocorrido e isso nós estamos fazendo. As pessoas que estavam no drive é que deverão ser chamadas pelos órgãos de controle para contar o ocorrido.”

Ao G1, o CRM-AC informou que não recebeu nenhuma formalização sobre o caso e que, portanto, não tem elementos suficientes para se manifestar a respeito. A Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre), onde a médica tem contrato, não respondeu se vai abrir procedimento apuratório.

A reportagem também entrou em contato com o Ministério do Público do Acre (MP-AC) que afirmou que ainda não foi notificado. A assessoria informou ainda que a Ouvidoria do MP-AC ainda não recebeu nenhuma notificação de pessoas que tomaram ou tentaram tomar a terceira dose da vacina.

Crime contra o patrimônio público

Em nota divulgada nessa quarta (7), a Semsa ifnromou que o caso seria levado aos órgãos de controle para instaurar os devidos procedimentos legais, uma vez que se trata de crime contra o patrimônio público e que coloca em risco a vida, já que não tem estudos que apontem nessa direção.

Em entrevista à Rede Amazônica, o secretário Frank Lima disse que o caso causou surpresa na equipe de saúde, principalmente por se tratar de uma pessoa que, teoricamente, tem conhecimento sobre os riscos de fazer o cruzamento de vacinas sem recomendação do Ministério da Saúde.

“Estamos falando de uma pessoa que tem conhecimento e fez um juramento. Seu conselho profissional precisa saber dessa conduta ética e moral, assim como o Ministério Público, que é o guardião da lei e precisa resguardar quem ainda precisa tomar a vacina.”

Flagrantes

A Secretaria de Saúde de Rio Branco (Semsa) informou ainda que na terça foram identificadas mais duas pessoas tentando tomar a terceira dose da vacina na Policlínica Barral & Barral e outra na Urap Eduardo Assmar.

“Ao serem identificadas, foi tirado um print da página do aplicativo e pedido para essas pessoas se retirarem das filas”, afirma.

G1.globo.com

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