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Mato Grosso tem 26,2% da população pobre ou extremamente pobre


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Em 2022, Mato Grosso tinha pouco mais de 773,5 mil pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, o que equivale a 22,1% da população sobrevivendo com até R$ 637,00 por mês ou com menos de R$ 21,23 por dia.

P U B L I C I D A D E

Embora elevado, o número é menor (-6,5) que o verificado em 2021, quando 28,6% dos 3,5 milhões habitantes viviam em condição semelhante.

Contrapondo, aumentou o contingente de miseráveis, ou seja, que viviam com menos de R$ 200,00 por mês no ano passado, correspondendo a 4,1% da população mato-grossense. São cerca de 143 mil indivíduos em situação de extrema pobreza, sobrevivendo com menos de R$ 6,66 ao dia.

O percentual representa uma alta de 0,6% em relação a 2021, quando a taxa atingiu 3,5% da população.

Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem (06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No país, a pesquisa mostra que a taxa de brasileiros em extrema pobreza reduziu de 9,0% em 2021 para 5,9% em 2022, e, em situação de pobreza, caiu de 36,7% para 31,6% no mesmo período de 12 meses.

Para essa análise, o IBGE utilizou os parâmetros do Banco Mundial de US$ 2,15 ao dia para extrema pobreza e de US$ 6,85 ao dia para a pobreza, em termos de Poder de Paridade de Compra (PPC) a preços internacionais de 2017.

Segundo o Instituto, essas são as linhas utilizadas para o monitoramento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 (ODS1: Erradicação da Pobreza), e foram atualizadas pelo Banco Mundial em 2022, sendo, até então, utilizados os valores de US$1,90 PPC 2011 ao dia para extrema pobreza e US$ 5,50 PPC 2011 ao dia para pobreza.

“Na linha de extrema pobreza não há uma diferença significativa entre os valores da linha antiga e da linha atualizada ao longo da série, pois ela é basicamente de consumo para subsistência e sua atualização se dá principalmente por uma questão de preços. Já a linha de pobreza mostra uma diferença maior, ligada a dinâmica do rendimento e padrões de consumo mais heterogêneos de países de renda-média alta”, explicou André Simões, analista da pesquisa.

No geral, embora o número de pessoas em situação de vulnerabilidade seja elevado, houve redução relevante em relação a 2021, graças à retomada, em ano eleitoral, da distribuição de recursos ou da adoção dos programas de transferências de renda.

Às vésperas das eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)) anunciou a ampliação do “Auxílio Brasil”, que em 2023 voltou a ser chamado de Bolsa Família pelo presidente Luiz Inácio da Silva (PT).

Outro fator apontado é a melhora do mercado de trabalho, passado o choque inicial provocado pela pandemia da Covid-19.

CRIANÇAS E RAÇA – O IBGE revela ainda que, em 2022, a proporção de crianças menores de 14 anos de idade abaixo da linha de pobreza foi de 49,1%.

A proporção de crianças brasileiras vivendo em situação de pobreza extrema foi de 10,0% em 2022.

No grupo etário de 15 a 29 anos, 34,9% viviam na pobreza, e 6,3% estavam em situação de miséria.

Por outro lado, na população idosa, com 60 anos ou mais, 14,8% viviam em situação de pobreza, e 2,3% sobreviviam na extrema pobreza.

“As aposentadorias e pensões têm um peso extremamente significativo na redução da pobreza e da extrema pobreza”, ponderou o pesquisador do Instituto.

A questão racial também indica vulnerabilidade. Entre os brasileiros pretos e pardos, 40,0% viviam em situação de pobreza em 2022, praticamente o dobro da proporção de brancos (21,0%) nessa situação.

No grupo de negros, 7,7% estavam sobrevivendo em condição de pobreza extrema, enquanto que entre os brancos essa incidência era reduzida a menos da metade, havia 3,5% de miseráveis no grupo de brancos.

 

JOANICE DE DEUS
Da Reportagem

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