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Mãe perde bebê após ir a maternidade cinco vezes e ser mandada para casa: ‘Diziam que não era hora’


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O início de 2019 era para ser de muita alegria para Karolayne Coelho Neves, de 21 anos. Ela estava grávida d e 40 semanas da terceira filha e, após buscar atendimento diversas vezes na Maternidade Azilda da Silva Marreiro, no bairro Galileia, na Zona Norte de Manaus, acabou perdendo o bebê. Ela e a família alegam negligência médica em relação ao caso. (Assista ao depoimento).

P U B L I C I D A D E

Em relato ao G1, a amazonense conta que, desde o dia 30 de dezembro, quando foi à Maternidade da Galileia pela primeira vez, com fortes dores, ouviu de médicos que “ainda não era hora” de dar à luz. Marcaram o parto para o dia 2 de janeiro. Ela foi ao hospital todos os dias, até o dia 5. Neste último, ao retornar, seguindo recomendação médica, descobriu que a filha estava morta.

A Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) informou por meio de nota que deve abrir um procedimento administrativo para apurar a conduta dos profissionais responsáveis.

A família de Karolayne já estava com tudo preparado. A pequena Stefany tinha roupas, enxoval e todos já a esperavam. As dores começaram no dia 30 de dezembro de 2018. A jovem, preparada para dar início ao parto, foi levada até a maternidade. Foi nesse mesmo hospital onde ela teve suas duas outras filhas.

“Falei para a minha irmã que estava com as dores e fomos. Como tive minhas outras duas filhas lá e ocorreu tudo bem, fomos lá. Eu ‘batia’ ultrassom e tudo mais. Eles diziam que ainda não estava na hora, que tinha que estar com mais dilatação para fazer a cesária e me mandavam de volta para casa”, disse Karolayne.

 óbito da criança foi constatado na Maternidade Azilda da Silva Marreiro, no bairro Galileia, na Zona Norte de Manaus — Foto: Patrick Marques/G1 AM

óbito da criança foi constatado na Maternidade Azilda da Silva Marreiro, no bairro Galileia, na Zona Norte de Manaus — Foto: Patrick Marques/G1 AM

O parto de Stefany estava marcado para acontecer no dia 2 de janeiro. Foi quando Karolayne voltou para a maternidade, mas recebeu a mesma resposta dos médicos: “ainda não era a hora”. Em certo momento, na noite do dia 4, ouviu que deveria voltar na manhã seguinte, quando o hospital estivesse com equipe maior de plantão. No mesmo dia, no Instituto da Mulher, foi constatado que a mãe já havia perdido líquido amniótico, mas que ela e a criança passavam bem.

“No exame, viram que ela já perdia o líquido. Foi quando [na maternidade] nos mandaram voltar para casa porque ‘lá não tinha médico suficiente’. Disseram que a cirurgia dela era muito delicada e que o laboratório já estava fechado. Mandaram voltar no sábado (5) .Que ela já seria internada”, lembrou Kethelen.

 Exame de ultrassom feito por Karolayne na noite do dia 4 mostrava que criança estava bem — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Exame de ultrassom feito por Karolayne na noite do dia 4 mostrava que criança estava bem — Foto: Patrick Marques/G1 AM

As irmãs voltaram imediatamente para a maternidade na manhã do dia 5, com a esperança de que, finalmente, o procedimento de parto seria feito. Ao ser examinada, a médica constatou que a bebê Stefany não tinha mais batimentos cardíacos. O exame constatou o óbito fetal.

“Ele simplesmente me avaliou e falou que estava tudo bem com a neném, que o coração dela estava batendo. Mandou eu voltar no dia seguinte. Foi o dia que eu perdi ela. Eles viram que eu já tinha perdido líquido. Foi negligência médica “.

 Óbito da criança foi constatado na manhã do dia 5 de janeiro, na maternidade — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Óbito da criança foi constatado na manhã do dia 5 de janeiro, na maternidade — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Apesar da dor e do trauma recente, Karolayne aguarda a entrega de documentos dos procedimentos feitos na maternidade, previstos para serem entregues na segunda-feira (14), para tomar medidas.

“Estava esperando por ela. Tão ansiosa… Com a esperança de sair com ela no colo, mas foi diferente. Eu sei que nada vai trazer ela de volta, mas quero que alguma coisa seja feita para outras mães não sentirem o que eu estou sentindo. A dor é muito grande”, finalizou.

 Karolayne Coelho Neves já estava com as roupas preparadas para receber terceira filha — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Karolayne Coelho Neves já estava com as roupas preparadas para receber terceira filha — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Secretaria deve abrir procedimento administrativo

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) informou que deve abrir um procedimento administrativo para apurar a conduta dos profissionais responsáveis pelo atendimento de Karolayne.

“A direção da maternidade Azilda Marreiro ressalta que a mãe recebeu atendimento psicológico e a família foi orientada a levar o caso à ouvidoria da unidade. A nova gestão da Susam, que assumiu no dia 2 de janeiro, reforça que tem como uma de suas principais metas avançar na melhoria da assistência materno-infantil oferecida em sua rede de maternidades”.

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