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Gestação anembrionada: O que é e como lidar


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A gestação anembrionada (GA) ocorre quando um óvulo fertilizado se implanta no útero, mas não há desenvolvimento de um embrião, ou acontece a sua reabsorção. “A GA é uma das principais causas de abortamento na gravidez. Muitas vezes, ocorre tão cedo que a mulher nem chega a saber que estava grávida”, afirma Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa, e especialista em reprodução assistida pela FEBRASGO. Segundo ela, o aborto espontâneo ocorre quando a gravidez termina sozinha, dentro das primeiras 20 semanas.
Como acontece
Quando uma mulher engravida, o óvulo fertilizado se liga à parede uterina. Ao redor de cinco ou seis semanas de gravidez, um embrião deve estar presente. Nesse momento, o saco gestacional – onde o feto se desenvolve – tem cerca de 18 milímetros de largura. Na GA, o saco gestacional se forma e cresce, mas o embrião não se desenvolve. Segundo a Dra. Karina, daí o nome de gravidez anembrionária.
O que causa a GA
A GA costuma ter relação com alterações cromossômicas do óvulo fertilizado. Pode acontecer pela baixa qualidade do esperma ou do óvulo, e também devido à divisão celular anormal. De acordo com Karina Tafner, o corpo interrompe a gravidez, pois reconhece essa anormalidade. “É importante entender que você não fez nada para causar esse aborto e, provavelmente, não poderia ter evitado”, frisa a ginecologista. Para a maioria das mulheres, a GA ocorre apenas uma vez, com baixíssimo risco de acontecer novamente.
Sintomas
A gestante tem os mesmos sinais e sintomas de uma gravidez normal. Por exemplo, você pode ter tido um teste de gravidez positivo, atraso na menstruação, náuseas, sonolência e vômitos. Isso ocorre porque há produção do HGC (gonadotrofina coriônica), hormônio produzido pela placenta após a implantação. A placenta pode crescer por um breve período de tempo, mesmo quando um embrião não está presente. Quando a produção de HCG é interrompida, a gestante pode apresentar sinais de abortamento:
– Cólicas abdominais moderadas a intensas
– Sangramento vaginal de leve a moderado
– Interrupção dos sintomas gestacionais (náuseas, tontura, sonolência)
“Ressaltando que nem todo sangramento no primeiro trimestre termina em aborto. Portanto, não deixe de consultar o seu médico imediatamente se tiver algum destes sinais”, reforça Karina Tafner.
Diagnóstico
É necessária a realização de ultrassom para diagnosticar uma GA, confirmando que o saco gestacional está vazio. Repita o exame após 7 dias da suspeita do quadro, para o diagnóstico de certeza.
Tratamento
O tratamento deve sempre ser discutido entre paciente e médico.
“Algumas mulheres optam por realizar a dilatação do colo uterino e posterior curetagem ou a aspiração a vácuo (remoção do conteúdo uterino), com eficácia próxima a 100%. A complicação mais frequente é a infecção, que pode estar presente em até 10% dos casos”. Já a conduta cirúrgica é indicada em situações de emergência, como em casos de sangramento moderado ou intenso, presença de infecções ou para pacientes que não querem esperar a eliminação espontânea ou medicamentosa dos produtos da concepção.

Segundo a ginecologista, o uso de medicamentos, como o misoprostol, pode ser outra opção de tratamento. “No entanto, pode levar vários dias para o seu corpo expulsar todo o tecido. Com este medicamento, você pode ter mais sangramentos e efeitos colaterais, como dores intensas”, alerta Karina. Há quem prefira renunciar ao tratamento médico ou à cirurgia. Neste caso, a opção é pela conduta expectante, quando o corpo expulsa o tecido gestacional por si só. “Após o aborto, seu médico pode recomendar que você espere, pelo menos, de um a três ciclos menstruais antes de tentar engravidar novamente, dependendo do procedimento escolhido para o tratamento da GA”, finaliza Karina Tafner.

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