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Expulso do PSL, Alexandre Frota confirma convite de Doria e diz que se filiará ao PSDB


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O deputado federal Alexandre Frota (SP), expulso do PSL nesta semana, confirmou ao G1 nesta sexta-feira (16) que vai se filiar ao PSDB a convite do governador de São Paulo, João Doria.

P U B L I C I D A D E

Eleito com mais de 155 mil votos em 2018, Frota se elegeu como um dos nomes mais próximos do presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos meses, porém, o deputado passou de apoiador dedicado a um crítico do governo e de Bolsonaro.

Diante das críticas cada vez mais frequentes, Frota foi alvo de dois pedidos de expulsão do PSL: da deputada Carla Zambelli e do senador Major Olímpio, desafetos públicos e adversários dentro do partido.

Segundo Frota, depois da expulsão do PSL, ele chegou a conversar com outros partidos, mas optou pelo PSDB . O deputado disse ao G1 que recebeu convites de DEM, MDB, Podemos, PRB, PP e PL, e que se sentiu “prestigiado” com o reconhecimento de diversas siglas.

“Se eu tomei a decisão de me filiar ao PSDB? Sim, tomei a decisão. Não foi fácil tomar a decisão, eu não queria ter saído do PSL da maneira como foi, inclusive. […] Mas enfim, foi uma decisão acertada, foi uma decisão muito pensada, conversamos muito, eu conversei muito com a executiva do PSDB, com o João Doria, que o convite partiu dele, com o Bruno Araújo [presidente nacional do PSDB]”, afirmou.

O deputado, que deve se filiar ao PSDB ainda nesta sexta, ressaltou que pesou para a sua decisão a amizade com Doria, a quem chamou de “amigo”.

‘Ingratidão’

Questionado pela reportagem sobre se havia se sentido traído pelo presidente Jair Bolsonaro, já que o pedido de expulsão do PSL partiu dele, Frota afirmou que não falaria sobre “traição”, mas sim sobre “ingratidão”.

Ele disse que casos como o dele fazem parte do jogo político, e que está “pronto para o jogo”.

“Não houve traição. Eu quero falar de ingratidão, mas isso é pessoal. Eu não tenho problema nenhum com o PSL, e até ontem [quinta] eu votei sempre com o governo, muitas vezes até não concordando com algumas questões, mas eu respeitei todos os acordos”, disse Frota.

O parlamentar também disse ao G1 que não conversou com Bolsonaro após a expulsão, e que, mesmo antes, não estava em contato com o presidente. Ele narrou que Bolsonaro chegou a recusar recebê-lo em seu gabinete nos últimos dias.

“A última vez que eu tentei falar com o Bolsonaro, eu cheguei na porta do gabinete dele, o Major Vitor Hugo (líder do governo na Câmara] passou por mim, eu estava esperando há 15 minutos, ele passou, entrou, voltou e disse que ele [Bolsonaro] não iria me atender porque eu estava em rota de colisão com o filho dele, e que ele não iria me atender”, afirmou o parlamentar.

O presidente Jair Bolsonaro conversa com o deputado Alexandre Frota no plenário da Câmara durante solenidade em maio deste ano — Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados

O presidente Jair Bolsonaro conversa com o deputado Alexandre Frota no plenário da Câmara durante solenidade em maio deste ano — Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados

‘Sei nem quem é esse’

Nesta quinta, questionado sobre a expulsão de Frota do PSL, o presidente Jair Bolsonaro disse que não conhece o parlamentar. “Sei nem quem é esse”, declarou o presidente. Já nesta sexta, Bolsonaro se recusou a falar sobre Frota, e disse apenas: “Seja feliz”.

À reportagem, Alexandre Frota evitou polêmicas com o presidente, desejou “boa sorte” a ele, mas criticou o fato de ter sido expulsou apenas por fazer críticas ao governo.

“Eu não posso falar tudo que o governo quer, e não posso falar tudo que o Bolsonaro quer. […] Fui expulso por não estar alinhado com o governo, por fazer críticas ao governo, ao Bolsonaro, mas, até onde sei, estamos em uma democracia, precisamos ter a liberdade de opinar, de falar”, completou.

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