Agronegócios
Em reunião com Bolsonaro, governador de MT defende cultivo agrícola em terras indígenas
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O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), defendeu durante reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), nesta terça-feira (27), em Brasília, a ampliação da produção agrícola, com fins comerciais, nos territórios indígenas. O discurso de Mendes estava em sintonia com o de Bolsonaro, que criticou a demarcação de áreas indígenas, quilombolas e de preservação ambiental.
Segundo ele, entre 2 e 5% das áreas indígenas podem ser destinados para a geração de renda. Ele citou como exemplo os índios da etnia Paresi, de Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, que produzem soja em 10 mil hectares.
“Eles estão construindo as suas condições de existência e, com isso, também criando condições de preservação cultural e das próprias terras que estão sob o seu domínio. Nós somos totalmente favoráveis que isso aconteça”, declarou.
Ele disse que várias etnias já manifestaram interesse em plantar grãos e que em outubro será realizado um seminário sobre o plantio mecanizado em terras indígenas.
Ajuda bem-vinda
Além disso, Mauro Mendes, assim como os outros governadores que participaram da reunião, defendeu que o governo brasileiro aceite ajuda financeira de outros países para combater os incêndios na Amazônia e impedir o desmatamento ilegal.
“A proteção interessa a todos nós, interessa ao mundo. Isso foi acordado nas amplas reuniões ao redor do planeta e eles (países) têm que cumprir a sua parte pagando pelos serviços ambientais que o Brasil está prestando ao planeta”, enfatizou.
Ocorre que nesta terça-feira Jair Bolsonaro disse que só iria considerar aceitar a ajuda de US$ 20 milhões (cerca de R$ 82 milhões) dos países do G7 para combater queimadas na Amazônia se o presidente da França, Emmanuel Macron, “retirasse os insultos” contra ele.
Macron e Bolsonaro trocam críticas desde a semana passada, quando teve início a crise diplomática entre França e Brasil provocada pela alta das queimadas na Amazônia