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Drauzio Varella e especialistas da área da saúde alertam para o crescimento da obesidade infantojuvenil em seminário promovido pelo Instituto Desiderata


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O Instituto Desiderata promoveu ontem, 8 de outubro, o painel O Panorama da Obesidade Infantil no Brasil, na abertura do 2º Seminário de Obesidade de Crianças e Adolescentes. A conversa reuniu virtualmente o Dr. Drauzio Varella, médico oncologista, cientista e escritor; Elisa Mendonça, analista de saúde do Instituto Desiderata; e Giselle Bortolini, servidora pública, nutricionista, doutora em nutrição e coordenadora da CGAN/MS, que discutiram a urgência da adoção de políticas públicas que regulamentem a indústria alimentícia. A íntegra do painel, que teve mediação de Roberta Costa Marques, diretora do Desiderata, está disponível e pode ser assistida no YouTube do instituto ou pelo link https://www.youtube.com/watch?v=HL-6AOcGF3Y.

P U B L I C I D A D E

Segundo Giselle Bortolini, o principal problema é o aumento do consumo de alimentos industrializados pelos brasileiros. Foi um consenso entre os palestrantes que a diminuição das atividades físicas é outro problema diretamente ligado ao aumento do peso do grupo infantil. “Elas não fazem atividades físicas, e consomem alimentos ultraprocessados e calóricos. O resultado são crianças com obesidade e que mais tarde vão ter outros diversos problemas, como diabetes, pressão alta e doenças dermatológicas”, alerta Drauzio.

A falta de informação ao consumidor sobre como alimentos ultraprocessados e açucarados provocam problemas à saúde é um fator que necessita ser corrigido com políticas públicas, restrição à publicidade e regulamentação rigorosa. Drauzio foi enfático ao afirmar que a propaganda é uma das comandantes na perpetuação e crescimento dessa adversidade. “A publicidade bombardeia as crianças o tempo inteiro e não existe uma contrapartida. Como convencê-las a comerem maçã se elas não veem publicidade de maçã?”

“Cada vez fica mais evidente a importância de avançar em políticas que protejam as crianças da exposição precoce dos alimentos ultraprocessados”, ressaltou Giselle. “Fica claro o poder que a publicidade tem na população. Quando a propaganda do cigarro foi proibida, nós conseguimos esclarecer à população e hoje o Brasil é um dos países que menos fuma do mundo”, ressaltou o médico. “A mudança de hábitos pode levar muitos anos, dependendo da escolaridade dos pais, dentre outros diversos outros fatores. Temos que ter leis que regulamentem isso”.

Foi concluído que deve haver políticas que vão além do setor da saúde, para a resolução desse problema. Giselle sugere exemplos: “É preciso garantir o acesso a alimentos saudáveis. Prefeitos devem financiar agricultores locais, para fornecer alimentos para escolas locais e estimular circuitos curtos, mantendo os recursos na cidade” ou “políticas para ampliar o número de feiras, garantindo que tenha alimentos saudáveis próximos as casas das pessoas” e “ações da prefeitura como criação de ciclovias, fechamento de ruas uma vez por semana”, incentivando a prática de atividades físicas.

“É preciso buscar a origem dos problemas, investir e prevenir os problemas de saúde, ou estaremos perdidos e a situação do SUS vai se tornar cada vez pior. Não há sistema de saúde no mundo que aguente uma crise de obesidade como a que está sendo vivida em alguns países”, conclui Drauzio.

Fundado há 17 anos, o Desiderata é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) com uma história inovadora de atuação conjunta com gestores públicos e organizações. O Instituto desenvolve e implementa soluções relacionadas à prevenção, ao diagnóstico e ao cuidado da saúde de crianças e adolescentes.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DOS PROXIMOS PAINEIS DO 2º SEMINÁRIO DE OBESIDADE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES:

Inscrições gratuitas pelo link abaixo:

CLIQUE AQUI PARA SE INSCREVER

Dia 14/10, às 19h

Comer, cozinhar e cuidar: aspectos fundamentais na promoção da saúde infantojuvenil

Apresentação e mediação: Elisa Mendonça, analista de saúde do Instituto Desiderata.

Painel 1: O resgate da culinária e da ancestralidade para a promoção de práticas alimentares saudáveis – Rute Costa, nutricionista, professora e vice-coordenadora de Extensão Universitária da UFRJ Campus Macaé.

Painel 2: Cozinhar na infância – Gabriela Kapim, nutricionista e apresentadora.

Dia 19/10, às 19h

Obesidade infantil em tempos de COVID-19

Apresentação e mediação: Roberta Marques, diretora do Instituto Desiderata.

Painel 1: Obesidade em crianças e adolescentes uma responsabilidade compartilhada – Lais Fleury e Livia Cattaruzzi Gerasimczuk, Instituto ALANA.

Painel 2: Infância e cuidado em tempos de pandemia – Denise Lellis, pediatra com título de especialista pela SBP, pediatra da liga de Obesidade Infantil do HC-FMUSP e Membro do departamento de Obesidade Infantil da ABESO.

Dia 22/10, às 19h

Obesidade infantil: desafios para a comunicação

Apresentação e mediação: Rosa Mattos, jornalista ACT Promoção da Saúde/Aliança Pela Alimentação Saudável e Adequada.

Painel 1: Políticas de alimentação e nutrição com foco na infância – Patricia Jaime, nutricionista, professora e Pós-Doutora em Epidemiologia Nutricional pelo NUPENS-USP.

Painel 2: Estigma da obesidade e políticas públicas – Olivia Cavalcanti, diretora de Ciência e Educação do World Obesity Federation.

Painel 3: A experiência da campanha “Obesidade infantil é coisa séria” – Anna Cardoso, jornalista e gerente de comunicação Instituto Desiderata.

Assessoria

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