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“Dobradinha Mendes e Botelho vai ajudar a recuperar Cuiabá”


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Recém-nomeada presidente do União Brasil em Cuiabá, a deputada federal Gisela Simona defendeu a parceria entre o deputado estadual Eduardo Botelho e o governador Mauro Mendes como solução para acabar com o caos na Prefeitura de Cuiabá.

P U B L I C I D A D E

Botelho foi escolhido como pré-candidato do União Brasil no começo deste ano. Mesmo não tendo apoiado a candidatura do colega de partido no início, Gisela agora vê o deputado como o nome mais qualificado entre os adversários que disputam a sucessão do Palácio Alencastro.

“Considero isso principalmente pelo alinhamento com o governador Mauro Mendes. […] Se os outros ganharem, o governador não vai apoiar? Vai apoiar, não duvido disso, mas é essa abertura e essa ligação entre os dois. Ambos fizeram uma excelente dobradinha enquanto Governo do Estado e Assembleia Legislativa. Acredito que essa dobradinha, por terem afinidade, vai ser importante para recuperar Cuiabá”, afirmou em entrevista ao MidiaNews.

Gisela, que já foi candidata a prefeita de Cuiabá em 2020, ainda falou sobre a herança que será deixada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) após oito anos no Palácio Alencastro.

“Quando perdi para ele na eleição falei: “Que ele aproveite a oportunidade para sair da imagem do dinheiro caindo do paletó”. Só que, infelizmente, parece que a coisa está terminando pior do que estava”, disse.

Ao longo da entrevista a presidente do União Brasil também comentou sobre o perfil de vice para Botelho, a oposição a Emanuel, a polarização nas eleições e seu futuro na política.

Confira os principais trechos da entrevista:

MidiaNews – A senhora assumiu o comando do União em Cuiabá ao final de uma disputa entre Botelho e Garcia para ser o candidato a prefeito pelo partido. Depois de uma série de críticas feitas ao Botelho, inclusive dizendo que ele deveria provar que não está colado ao prefeito Emanuel Pinheiro, como ficou essa relação?

Gisela Simona – Tudo está resolvido. Na verdade, a gente cobrou do Botelho aquilo que a gente cobra como cuiabana, como cidadã, que tenha uma gestão diferente da atual, que faça entregas positivas para a população. E o Botelho tem esse compromisso. Desde quando o governador Mauro Mendes o escolheu para ser candidato, ele fez esse compromisso com todo o grupo de que está pronto para exercer uma gestão técnica em Cuiabá.

Ter recebido essa incumbência do governador aqui na Capital é uma grande responsabilidade. Vivemos um momento desafiador, porque é um momento que todos os partidos estão vivendo intensificando filiações para formar chapas forte, competitivas e pelo fato de termos uma candidatura majoritária, do deputado Botelho, temos essa missão de fazer uma chapa forte e que vai fazer diferente do que o Emanuel está fazendo na Prefeitura.

O Botelho tem esse compromisso com o grupo, uma vez sendo eleito, fazer uma gestão técnica, que possa valorizar o servidor público, tomar decisões em cima daquilo que é necessário para consertar Cuiabá.

Queremos que seja uma campanha propositiva. Não só falar o que é ruim.

MidiaNews – Recentemente, o União Brasil reforçou a oposição ao prefeito Emanuel Pinheiro. Em sua opinião, ele vai deixar a pior gestão para o próximo prefeito de Cuiabá?

Botelho acaba podendo, na condição que está, ter simpatia tanto da esquerda quanto da direita. Não vejo isso como algo ruim. Quando você tem uma campanha mais propositiva, foge da polarização

Gisela Simona – Sim, compartilho desse pensamento. Infelizmente, a gestão Emanuel Pinheiro tem deixado marcas ruins ao cidadão. Termos na Capital, pela primeira vez, um prefeito que já foi duas vezes afastado por decisão judicial, tivemos uma intervenção na Saúde, reprovação das contas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).Além de tantas operações policiais envolvendo a gestão. Realmente, isso é caótico.

A quantidade de fornecedores que estão sem receber remuneração e isso tudo tem feito com que serviços essências na cidade sejam interrompidos. Hora é do lixo, hora é de serviços médicos. É uma situação muito grave.

MidiaNews – Por que o Botelho é o melhor nome para suceder essa gestão caótica do Emanuel?

Gisela Simona – Considero isso principalmente pelo alinhamento com o governador Mauro Mendes, porque hoje Cuiabá com esse déficit fiscal, será de suma importância o apoio do Governo para que a Capital saia dessa situação.

Se os outros ganharem o governador não vai apoiar? Vai apoiar, não duvido disso, mas é essa abertura e essa ligação entre os dois. Ambos fizeram uma excelente dobradinha enquanto Governo do Estado e Assembleia Legislativa. Acredito que essa dobradinha, por terem afinidade, vai ser importante para recuperar Cuiabá.

MidiaNews – Como o União faz oposição ao prefeito Emanuel Pinheiro, se espera que o Botelho faça uma crítica forte e contundente a atual gestão. Por que isso ainda não está sendo feito?

Gisela Simona – Cada pessoa tem uma forma de mostrar suas manifestações. O Fábio Garcia tem seu jeito, o governador tem o dele e o próprio Botelho o dele. O deputado tem um estilo de se posicionar que não é tão acirrado. Podemos colocar um exemplo claro: o Abílio [Brunini] o tempo todo tenta o atacar e não vemos o Botelho expressando raiva.

É o estilo dele e eu respeito. Porém, se for necessário, ele vai ter que endurecer. Acredito que o compromisso fica mais claro quando a gente tem as decisões que são tomadas no que se refere ao plano de Cuiabá. Quando se tornar público, acredito que ficará mais claro para todos o quanto a gestão de Botelho será diferente da gestão Emanuel.

MidiaNews – Acha que o próximo prefeito precisa fazer uma devassa nas contas antes de assinar qualquer novo contrato? Qual plano de governo está sendo desenvolvido pelo partido e pelo Botelho? Quais áreas serão prioridade?

Gisela Simona – Ainda não há uma decisão de grupo de como isso será feito, porque esse material está sendo construído e ainda não validamos. Posso falar enquanto Gisela, enquanto alguém que foi inclusive candidata a prefeita, que não vejo outra forma, senão o combate implacável à corrupção. Vai ser preciso, em minha visão, que a gente tenha um combate a tudo que vimos pelos processos que envolvem as secretarias de Cuiabá.

É preciso fazer uma auditoria, seja dos contratos, não só de pessoal como das empresas, para que possamos avaliar onde está saindo pelo ralo o dinheiro que não chega nos serviços essenciais.

Da mesma forma teremos que conseguir fazer os levantamentos dos problemas, mas já aplicando injeções para a cidade sair do caos que está.

MidiaNews – A senhora vê algum ponto positivo na gestão do Emanuel ou o único legado que ele deixará será de uma gestão corrupta e endividada?

Gisela Simona – Estou muito preocupada. Quero, sim, que ele deixe coisas positivas, porque quando a gente fala de deixar apenas coisas negativas, somos nós cidadãos que sofremos. É muito importante que ele deixe fatos positivos, mas não consigo avaliar em que áreas isso poderia ocorrer.

Quando ele criou o uniforme para as crianças foi algo bom, durante um tempo conseguiu pagar a RGA dos servidores, mas como isso termina? Como isso traz de consequência para todas as outras áreas do governo? Teremos que avaliar no conjunto.

Inclusive, temos feito levantamentos de secretaria por secretaria do que está no Portal da Transparência para que possamos acompanhar mais de perto. Mas é isso, são os desafios.

Aqui não torço contra. Inclusive, quando perdi para ele na eleição falei: “Que ele aproveite a oportunidade para sair da imagem do dinheiro caindo do paletó”. Só que, infelizmente, parece que a coisa está terminando pior do que estava e isso é muito ruim para o cidadão.

MidiaNews – Por que acha que apesar de todo caos visto, ele ainda tem apoiadores na Câmara? Na última reunião com vereadores do partido a senhora prometeu punição para quem apoiar o Emanuel na Câmara. Acredita que esta deveria ser a posição de outros partidos para combater a gestão caótica em Cuiabá?

Gisela Simona – Acredito que cada partido tem esse livre arbítrio para saber como decide em relação aos seus votos na Câmara. Porém, o que vejo é que quando se tem um número maior de vereadores, como é o caso do União Brasil que ampliou para quatro, é importante fixar uma diretriz partidária.

O que vejo hoje é que criou-se uma certa dependência com cargos dentro da Prefeitura. Lá tem muita gente contratada, comissionada e isso muitas vezes são indicações de vereadores que sabem que se votam contra o prefeito acabam perdendo os cargos. São situações que fazem as pessoas ficarem, de certa forma, amarradas com a gestão.

Por isso defendo concurso público, que tenha essa autonomia na Câmara, que tem um papel constitucional de ser fiscalizadora. É importante para não acontecer essas amarras e cada um poder estar livre para votar de acordo com as convicções.

MidiaNews – O Abílio Brunini terá na campanha a prefeito o ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto o Lúdio Cabral terá o presidente Lula. Acha que o fato de não ter esses medalhões no palanque, pode prejudicar de alguma forma a campanha do Botelho?

É importante que o Abílio redimensione essa rota, no sentido de fazer com que as pessoas conheçam mais o que ele pretende fazer por Cuiabá. Que ele é contra a atual gestão já sabemos, agora, o que vai fazer para melhorar?

Gisela Simona – Acredito que não. Acho importante o registro de que o União Brasil apoiou Bolsonaro, então o Abílio não tem essa exclusividade de ter o Bolsonaro como alguém que seja dele. Talvez para as eleições municipais, mas em termos do papel dele para o Estado e para o país, o governador Mauro Mendes foi um dos maiores puxadores de votos dele aqui em Mato Grosso.

Por outro lado, o Botelho acaba podendo, na condição que está, ter simpatia tanto da esquerda quanto da direita. Não vejo isso como algo ruim. Quando você tem uma campanha mais propositiva, foge da polarização.

Então, acredito que o Botelho vai fazer uma campanha focada nos resultados que ele pode trazer para Cuiabá e isso vai fazer com que ele atraia eleitores tanto que votam em Lula quanto em Bolsonaro. Isso será positivo e creio que ele sai ganhando nesse contexto.

MidiaNews – Nas pesquisas, Abílio aparece em segundo lugar, atrás de Botelho. Ele. inclusive, vem usando as redes para fazer críticas ao deputado. O que acha dessa postura de ataque? Acha que falta propostas?

Gisela Simona – Como  falei, cada um tem um estilo de comportamento. Conhecemos o Abílio desde quando era vereador. Ele tem essa postura mais agressiva, de ataque, mas agora é importante o registro de que ele concorre a um cargo majoritário. Aqui, a postura que se exige de um gestor, de um candidato, é que se posicione de forma técnica.

É importante que o Abílio redimensione essa rota, no sentido de fazer com que as pessoas conheçam mais o que ele pretende fazer por Cuiabá. Que ele é contra a atual gestão já sabemos, agora, o que vai fazer para melhorar?

MidiaNews – Um dos pontos cruciais de uma gestão é ter uma base de sustentação na Câmara. Para tanto, qual o esforço o União está fazendo na Capital para formar suas chapas? Qual a meta?

Gisela Simona – Nós tivemos a filiação do Dilemário [Alencar], do Luiz Fernando e também temos a Michelly Alencar que já estava com a gente na Câmara. Uma coisa que posso adiantar é que felizmente atingimos a cota feminina, até superamos. Estamos com 12 mulheres competitivas na nossa chapa e estamos felizes.

Acredito que ter uma mulher no comando do partido facilitou a conversa e a confiança para vir. Agora temos a missão de conseguir ajudá-las para saírem fortes da eleição.

MidiaNews – Tem se especulado que a vice da chapa encabeçada pelo deputado Botelho deve ser uma mulher. Defende que seja escolhido um nome feminino? 

Gisela Simona – Ainda não existe nada deliberado sobre o vice. Se será homem ou mulher, de qual partido virá, está tudo em aberto. O que houve aqui foi um combinado de que só vamos discutir o vice após o fim da janela partidária. Claro que cada um dos partidos com seus interesses estão filiando pessoas que possam preencher esse perfil, mas não tem nada deliberado nesse sentido.

Como mulher, gostaria muito que fosse um nome feminino, mas isso é uma posição pessoal. É preciso que seja um nome representativo da cidade, que agregue ao nome do Botelho. Tudo isso é possível, porém não tem nada deliberado.

Quero muito que o governador seja nosso próximo senador da República. Faço votos que continue a carreira política

MidiaNews – O governador Mauro Mendes caminha para o fim da primeira metade do atual mandato. Acha que ao final vai ser um dos melhores gestores do Estado?

Gisela Simona – Ele já é um dos maiores gestores do país, temos acompanhado essa avaliação. Dentro do Estado vai deixar um legado gigante. Algo que tenho percebido, talvez por estar como deputada federal, é que a avaliação do governador chega a ser surpreendente do tanto que é positiva.

Em todos os municípios que você vai, vê muitas entregas. Esses dois últimos anos de mandato acredito que serão nesse sentido, porque muitas obras estão em andamento, muitas entregas estão sendo feitas e continuarão sendo feitas. É esse diferencial de caixa que dá a ele a possibilidade de investir 20% do orçamento no Estado, algo quase inédito em Mato Grosso.

MidiaNews – Vai estar apto para disputar qualquer cargo?

Gisela Simona – Quero muito que o governador seja nosso próximo senador da República. Faço votos que continue a carreira política no Senado Federal, mas vamos avaliar o que ele vai decidir nos próximos anos.

Precisamos dele. Já se mostrou um excelente gestor, é alguém com uma capacidade de articulação boa. Acredito que no Senado ganharíamos muito com ele.

MidiaNews – E o futuro político da senhora, já vem planejando algo para as eleições de 2026?

Gisela Simona – A gente faz parte de um grupo político e quando isso acontece acabamos tomando decisões conjuntas, do que é melhor para o grupo. Porém, com a decisão do Fábio Garcia de permanecer na Casa Civil, me vejo ainda sendo deputada federal e poder, a princípio, vir à reeleição em 2026. Pode haver mudanças? Pode, mas hoje o plano é esse.

Ser prefeita não está nos meus planos, mas não vou dizer que isso não estará no futuro. Tudo é possível.

 MidiaNews 

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