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Agronegócios

Dia da Mulher: Levantamento aponta crescimento de 100% das mulheres na apicultura


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Mesmo com tantos desafios e preconceitos, as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço no agronegócio. Não à toa, já são cerca de 1 milhão de mulheres que tocam empreendimentos no campo, segundo estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em conjunto com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na apicultura, o protagonismo delas também está em uma crescente. Prova disso é o levantamento feito pela Escola de Apicultura, que aponta que o número de alunas mulheres dobrou nos últimos dois anos. Com alunos espalhados pelo Brasil, a escola on-line comandada pelo professor Armindo Vieira Junior, uma das maiores referência do mercado no Brasil, também é dirigida pela sua sócia e esposa Janaina Alves Nicolini. A dupla também está à frente da Cia da Abelha, empresa voltada para a produção de mel orgânico.

P U B L I C I D A D E

“De 2020 para cá, a participação das mulheres em nossos cursos cresceu 100%. Hoje, as mulheres já entenderam que podem e devem estar onde desejarem. É muito bacana ver a inserção delas na apicultura e quebrar esse tabu de que elas têm medo das abelhas. Esse movimento promove a participação ativa do público feminino na economia doméstica e coletiva, levando também a equidade de gênero. Além disso, o sexo não define o resultado do trabalho em nenhum segmento, muito menos na apicultura. O sucesso com as abelhas pode acontecer tanto para mulher como para o homem, independente de sexo, mas para isso é necessário foco, determinação, estudo, força de vontade e persistência”, afirma Janaina.

Além de ser professora do curso de Cosmetologia, Janaina Nicolini está à frente da Casa da Cera, empresa que cuida dos processos de produção, beneficiamento e desenvolvimento de produtos e subprodutos à base de cera de abelhas. A empreendedora faturou em 2022, R? 500 mil/ano e tem como expectativa para este ano a receita de R? 2 milhões.

A participação da mulher no meio rural ocorre em todos os setores do agronegócio, sem distinção, mas o papel na apicultura ainda necessita de visibilidade e reconhecimento. O questionamento da força física para trabalhar com as colmeias e da tolerância às ferroadas estão dentre as práticas sexistas mais frequentes experimentadas pelas mulheres. “A contribuição da mulher na apicultura é importante, porque muitas vezes essa mulher é responsável pela renda da família, pelo ganha pão dos seus filhos, parentes e até vizinhos. Isso traz uma percepção ambiental e social, pelo fato de ser uma atividade limpa, que não polui, nem desmata, agrega valor e desenvolve o respeito pela natureza”, comenta o professor Armindo, uma das maiores referências em apicultura no Brasil.

É o caso da produtora de mel mineira Lais Lavareda, de Araguari-MG. Ela comenta que a apicultura entrou na sua vida após o nascimento do seu filho Miguel. Lavareda era consultora comercial, mas queria mais tempo para ficar com o bebê e resolveu empreender nesse mercado. “Eu tinha muito medo, porque tenho uma alergia severa a picada de abelhas, mas conforme fui fazendo os cursos da Escola de Apicultura, o professor Armindo foi mostrando que se tivermos respeito e usarmos os EPIs (Equipamento de Proteção Individual) é possível produzir mel sem levar ferroadas. Nosso negócio cresceu e convidei meu marido para ser meu sócio e estimulei-o a sair do emprego. Hoje, vivemos muito bem da apicultura”, conta Lais.

Já a paulista Eliana Caceres Rosa, de Cantantuva-SP, foi aluna do professor Armindo e hoje também é uma das produtoras de mel que fazem parte dessa estatística. Ela diz que começou na apicultura por acaso, mas hoje não se vê sem as abelhas. “Meu marido precisava de um sócio, ele tinha apenas 14 colmeias e queria crescer. Aí surgiu o convite. Pensei mil vezes antes de aceitar, porque tinha medo de abelhas, mas resolvi arriscar e fiz todos os cursos da Escola de Apicultura. Hoje, temos três apiários, vamos montar o quarto. São 150 colmeias. No ano passado, produzimos 3 toneladas de mel de laranjeira. Hoje, todo o nosso sustento vem das abelhas. Meu trabalho se tornou uma terapia. Toda vez que chego no apiário, dou bom dia paras abelhas e converso com elas. Aprendi a respeitar ainda mais a natureza”, comenta.

Nascida em Tocantins, criada em Goiás e Mineira de coração, Laís disse que passou a vender mel com castanhas e isso agregou ainda mais valor ao produto. “Eu ne apaixonei por produzir e vender mel. Hoje, comercializamos também Pólen, Própolis, e vários itens de utilidades e produtos alimentícios com mel na receita”, comenta Lais.

 

Fonte: Broto Comunicação

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