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Com BR-364 interditada por conta de crateras, Acre segue isolado por via terrestre


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O Acre segue isolado por via terrestre do restante do país, após um trecho da BR-364 precisar ser interditado na altura do distrito de Extrema (RO) depois que crateras se abriram no meio da via. A Polícia Rodoviária Federal de Rondônia (PRF-AC) informou que não há previsão para liberação do tráfego de veículos na rodovia.

P U B L I C I D A D E

O trecho da rodovia está interditado desde o domingo (19). Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que é responsável pela manutenção e reparo da via, informou que os serviços de recuperação do trecho começam na manhã desta terça-feira (21).

“O Departamento esclarece que foi necessário aguardar a decretação da situação de emergência para dar início aos trabalhos. Não procede a informação de que as obras não teriam iniciado por falta de pedra”, disse em nota.

Acre está isolado por via terrestre após crateras se abrirem em trecho da BR-364 em Extrema (RO) — Foto: Arquivo/Dnit

Acre está isolado por via terrestre após crateras se abrirem em trecho da BR-364 em Extrema (RO) — Foto: Arquivo/Dnit

Segundo a PRF-RO:

  • as crateras se formaram na rodovia após intensas chuvas na região;
  • houve desbarrancamento nas laterais da pista e o surgimento de um enorme buraco;
  • a interdição da BR-364 é nos dois sentidos;
  • nenhum tipo de veículo pode passar pelo local.

 

Possível desabastecimento

 

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Gás Liquefeito de Petróleo e Lubrificantes do Acre (Sindepac), Delano Lima, disse que, por enquanto, não há previsão de desabastecimento nos postos do estado.

“Informamos a população e a quem interessar que não há risco de desabastecimento de combustíveis no momento, pois os postos continuam sendo reabastecidos por suas Distribuidoras (BR, Equador) o qual mantém estoques regulares para atender seus revendedores durante toda esta semana. Segundo informações, até o final desta semana as obras na BR 364 (Distrito Extrema) serão finalizadas e o tráfego de veículos normalizado”, afirmou também em nota.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC) informou que, como a interdição do trecho é recente, ainda é cedo para afirmar desabastecimento. “Os estoques, no momento, estão sob controle. Pequenas empresas que dependem de compras diárias e têm estoques baixos podem sentir o impacto da interdição em curto prazo”, afirmou o consultor institucional, Egídio Garó.

g1 também entrou em contato com a Associação Comercial do Acre (Acisa) para saber se já há reflexo no comércio acreano do isolamento do estado e aguarda resposta até última atualização desta reportagem.

A presidente do Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas do Acre, Nazaré Cunha, disse que o prejuízo fica para o Acre e que é necessário agilidade para que não haja falta de produtos no estado.

“Esperamos do setor de transporte que eles restabeleçam urgente o que aconteceu, pelo menos fazer um paliativo, para que a gente não fique totalmente sem ter como ir e vir porque daqui a pouco vai começar a faltar tudo […] nós temos muito caminhão na fila aguardando, vamos ver o que acontece no decorrer do dia porque nós, infelizmente, dependemos das autoridades”, comentou.

Ela diz ainda que, por trabalhar com mercadorias, muitos clientes já estão preocupados com o destino das cargas, uma vez que trabalham com prazos.

“Temos contrato assinado, nossos clientes tem contratos de entrega de mercadorias. Os cleintes já amanheceram cobrando as cargas porque tem licitação, tem prazo para entregar a mercadoria, então fica difícil para todo mundo, inclusive para a população em geral que vai sofrer com a falta dos produtos. Se não recuperar rápido, vão começar a faltar produtos. Se o DNIT agilizar, pelo menos fazer um paliativo para que dê passagem, ajuda um pouco. As carretas passando, já ajuda um pouco”, frisou.

Passageiros de ônibus

 

José Guilherme Simão é servidor público, natural de Boca do Acre e corre o risco de perder o voo de Porto Velho para Manaus. Na ocasião, iria pegar a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele tentava embarcar em um ônibus na Rodoviária de Rio Branco nessa segunda-feira (20), quando ficou sabendo da interdição da rodovia.

“Não tenho parente, não tenho família em Porto Velho, então quando chegar lá posso ficar totalmente ilhado, sem saber o que fazer lá no local, fora que o valor das passagens ultimamente tá enorme, uma situação dessa, é oneroso demais para se pensar. Eu teria que realizar uma nova solenidade, comprar uma passagem para o próximo mês, fazer toda essa viagem se essa realmente não der certo, né, e ter que realizar novamente esse percurso para chegar lá e fazer essa solenidade, realmente é complicado”.

Paulo Aguiar é trainee de operações. Estava indo para Porto Velho a trabalho e ficou sabendo da situação da BR-364 por meio de um grupo em um aplicativo de mensagens.

“Entrei em contato com a Eucatur que falou para mim que ia fazer uma tal de ‘baldeação’. Aí eu perguntei o que seria isso e eles falaram que vão transferir os passageiros de um ônibus para o outro lá onde quebrou a rua. Aí vamos aguardar que dê tudo certo e não demore tanto. Ninguém sabe se vai dar certo essa tal de baldeação, espero que dê e que a gente não volte para Rio Branco, mas sim para nosso destino. Eu estou indo lá a trabalho, vou passar uns dias por lá”.

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