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Cigarro eletrônico: Veja os riscos ligados ao uso do produto


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Cada vez mais, o uso de cigarro eletrônico vem sendo relacionado a uma série de problemas de saúde, que estão deixando os médicos bastante preocupados no mundo todo e levantando alertas importantes sobre o assunto.

P U B L I C I D A D E

Enquanto nos Estados Unidos já foram contabilizadas 52 mortes e 2.500 internações associadas ao produto, um dado recente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) chamou atenção para o impacto dos e-cigarettes aqui no país.

Segundo a entidade, três casos de doenças pulmonares causadas pelo cigarro eletrônico foram registrados recentemente no Brasil – e todas as vítimas confirmaram o uso de vaping com tetrahidrocanabinol (THC) nos últimos três meses.

Mesmo com o uso e venda proibidos em âmbito nacional, os usuários revelaram que adquiriram os aparelhos nos EUA. Por lá, o cigarro eletrônico é vendido como um produto “seguro” para a saúde, mas seus efeitos a longo prazo podem ser mais perigosos do que parece.

Como funciona o cigarro eletrônico

Os cigarros eletrônicos são dispositivos para fumo que funcionam à base de bateria e contêm substâncias tóxicas, como aditivos de nicotina (que causa dependência química).

Brasil registra três casos de doença pulmonar associada ao cigarro eletrônico - Foto: Shutterstock
Brasil registra três casos de doença pulmonar associada ao cigarro eletrônico – Foto: Shutterstock

A nicotina líquida dos e-cigarettes é misturada a óleos e solventes até dissolver. Essa solução, então, é aquecida pela bateria do produto, liberando o vapor que é aspirado pelo fumante.

Autoridades norte-americanas desconfiam de que o componente químico “acetato de vitamina E” possa ser o grande vilão causador das doenças pulmonares associadas a cigarro eletrônico.

Essa substância é usada para engrossar a mistura junto aos líquidos que apresentam TCH. Porém, novos estudos são necessários para confirmar essa hipótese inicial.

Cigarros eletrônicos no Brasil

No Brasil, os cigarros eletrônicos são identificados como DEFs (dispositivos eletrônicos para fumar) e são proibidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A interdição se dá pela ausência de comprovações sobre a segurança de uso do produto.

Em setembro deste ano, o publicitário Pedro Ivo Brito, de 29 anos, foi internado com dores no peito, tosse e dificuldade para respirar em São Paulo. O jovem foi diagnosticado com Evali, doença pulmonar ligada ao uso de cigarro eletrônico, e teve de passar por cirurgia devido a um derrame de líquido em membrana do pulmão.

O que é Evali

A doença pulmonar ligada ao uso de cigarro eletrônico recebeu um nome oficial em 2019: Evali. O título é, na verdade, uma abreviação em inglês para “lesão pulmonar associada ao uso de produtos como cigarro eletrônico ou vaping”, criada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

A maioria dos pacientes com Evali apenas identificou os sinais quando a doença já se encontrava em estado grave. Os sintomas são muito semelhantes aos de gripe e infecções respiratórias, como:

  • Dificuldade de respirar
  • Dor no peito
  • Febre
  • Náusea
  • Diarreia
  • Tosse
  • Dor abdominal
  • Calafrio
  • Perda de peso

Tratamento

Como a identificação de Evali ainda é recente, pesquisas estão sendo feitas para descobrir qual é o tratamento mais adequado aos pacientes. Porém, geralmente, os médicos recomendam a suspensão do uso de cigarro eletrônico imediatamente.

Outras medidas devem ser tomadas, especialmente conforme a dificuldade de respirar, de acordo com a SBPT:

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  • Pacientes com suspeita de Evali: acompanhamento com medicamentos antivirais e/ou antimicrobianos, com reavaliação constante a cada 24 a 48 horas
  • Pacientes com suspeita de Evali e falta de ar: internação, fornecimento de oxigênio e medicamentos

Caso haja suspeita de doença pulmonar associada a cigarro eletrônico (Evali), procure o pronto-socorro mais próximo. Além disso, a SBPT pede para que o público informe sobre as suspeitas e confirmações médicas acerca da doença pelo e-mail sbpt@sbpt.org.br.

Efeitos do cigarro eletrônico

Além da Evali, as substâncias inaladas podem provocar graves problemas respiratórios aos usuários de cigarro eletrônico. Entre as doenças estão:

  • Pneumonia
  • Asma
  • Infecção pulmonar
  • Doenças cardíacas
  • Câncer

Fora essas condições de saúde, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou um alerta sobre explosões causadas pelos dispositivos eletrônicos. Devido à bateria, incêndios, queimaduras, perda de parte do corpo e até mesmo morte estão sendo relacionadas ao uso de e-cigarettes.

Cigarro eletrônico vs cigarro tradicional

Um estudo recente publicado no periódico American Journal of Preventive Medicine indicou que os usuários de cigarro eletrônico estão 30% mais propensos a desenvolver doenças pulmonares crônicas (como asma, bronquite e enfisema) em comparação às pessoas que não usam o produto.

A pesquisa contou com mais de 32 mil voluntários e os participantes não apresentavam nenhuma doença pulmonar em 2013. Contudo, após três anos usando vaporizadores como os e-cigarettes, eles retornaram para uma nova análise e foi constatado o surgimento das enfermidades.

A análise inova ao concluir que os cigarros eletrônicos, antes considerados menos nocivos à saúde, podem ter complicações similares às de cigarros comuns.

Riscos a longo prazo

A pesquisa verificou ainda que os fumantes de cigarro comum têm o dobro de risco de desenvolverem doenças do pulmão em três anos do que não fumantes. Porém, o perigo triplica quando os fumantes utilizam cigarro tradicional e cigarro eletrônico.

Ressalta-se, também, que adultos que fumam cigarro eletrônico têm quatro vezes mais chances de utilizarem cigarros tradicionais, quando comparados a não-fumantes.

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