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Agronegócios

Aumento de custo reduz intenção de confinamento em Mato Grosso


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O custo do confinamento em 2022 está 38% maior do que o registrado em 2021 e passou de R$ 12,59 por cabeça por dia (cab/dia) para R$ 17,42 cab/dia. O reflexo disso está queda acentuada nas intenções de confinar, que reduziu 19% no comparativo abril 2022 com abril 2021 e 36,7% em comparação com o consolidado ano passado. Os dados são do 1º levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

P U B L I C I D A D E

Em números, em abril deste ano, os pecuaristas apontaram que pretendem confinar 529,9 mil animais. Em abril de 21, este valor estava estimado em 661,4 mil. Mas, no final do ano, o balanço foi de 837,7 mil animais terminados no cocho em Mato Grosso.

Para o diretor técnico operacional do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade, ano passado, as projeções de preço para o boi gordo apontavam um cenário lucrativo aos confinadores, algo que não acontece neste momento.

“Ao analisar o preço futuro do boi gordo, temos arroba cotada a R$ 330 no mercado futuro, o que representaria uma arroba a R$ 330 em Mato Grosso. Com o custo estimado de R$ 340 por arroba produzida, resultando numa margem negativa”, explica Bruno Andrade.

De acordo com o analista, os insumos para a nutrição animal são os que mais impactaram no aumento de custos, como o custo do milho, utilizado como ração, e dos chamados núcleos adicionados na dieta bovina.

Segundo o levantamento do Imea, além do custo dos insumos, a arroba do boi gordo e o preço dos animais para reposição estão entre os fatores decisivos para redução no volume de animais confinados.

A análise detalhada aponta que os produtores das regiões centro-sul, nordeste, noroeste e médio-norte do estado estão mais otimistas e devem aumentar o volume de animais confinados, principalmente no médio-norte do estado. Mesmo assim, a baixa expectativas dos produtores do norte, do oeste e sudeste tiveram maior influência na conta final das intenções.

Segundo Bruno Andrade, as regiões onde são apontadas perspectivas de alta são justamente as que mais produzem grãos, facilitando o acesso dos pecuaristas e reduzindo os custos operacionais do confinamento.

Alternativa – O diretor técnico operacional do Imac, Bruno de Jesus Andrade explica que, em ano com cenários de incertezas e alta nos custos produtivos, os produtores podem recorrer a ferramentas mais baratas, como intensificação de pastagens.

“De maneira geral, sempre é mais vantajoso o produtor iniciar o processo de intensificação com investimentos nas suas áreas de pastagens. Com isso, há uma melhoria na produtividade e ele envia para o confinamento ou semi-confinamento um animal melhor acabado, reduzindo o tempo de intensificação no cocho e os custos. Dependendo da qualidade das áreas, é possível fazer a terminação a pasto”.

Imac – Criado em 2016, o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) promove a valorização da carne a partir de ações de pesquisa e desenvolvimento, informação e marketing. A meta é auxiliar na celeridade da regularização ambiental e melhorar o balanço de carbono por arroba produzida, disseminando o uso de tecnologias voltadas à intensificação das pastagens degradadas, redução da idade de abate, aumento do número de animais por hectare e ainda a captura de parte das emissões por meio dos sistemas intensivos.

Fonte:Só Notícias

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