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As chances de cura aumentam quando os médicos também se cuidam, convoca campanha da SBCO


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Também se cuidam, convoca campanha da SBCO “Você cuida de todos à sua volta, mas você cuida de você?”. É com essa pergunta que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica engaja os seus membros durante a edição de 2023 da Ação Nacional de Combate ao Câncer (ANCC), alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Câncer, em 27 de novembro

P U B L I C I D A D E

Durante a IV Semana Brasileira da Oncologia, realizada entre os dias 16 e 18 de novembro, uma das ações foi de convocação dos mais de 5 mil participantes para um chamado – para os dias que se seguiriam – focado em prevenção e diagnóstico precoce de câncer. Foi feita a pergunta; “Você cuida de todos à sua volta, mas você cuida de você?”. Houve distribuição de camisetas com esta mensagem, que será reverberada pela criadora da campanha – a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), em especial na segunda (27), que é o Dia Nacional de Combate ao Câncer.

Esta atividade foi a escolhida para compor este ano a Ação Nacional de Combate ao Câncer (ANCC 2023), criada e conduzida pela SBCO. Foram distribuídas camisetas para os membros da entidade e as postagens – nos perfis da SBCO nas mídias sociais – serão alusivas à data, com proposta de engajar os médicos na adoção de hábitos de vida que contribuem para a redução da carga global de câncer. Em 2022, com foco na população, o tema – motivado pelo represamento causado pela pandemia – foi “Pela Retomada dos Cuidados dos Exames Periódicos”.

“Entendemos que tão importante quanto conscientizar a população sobre ter um estilo de vida saudável e os exames em dia é ter os profissionais, que cuidam das pessoas, também cuidando de sua própria saúde. O exemplo começa por quem está no consultório. Começa com os cirurgiões oncológicos e demais profissionais envolvidas no cuidado ao paciente com câncer. Quando o paciente se inspira em seu oncologista, aumenta a adesão ao tratamento e, consequentemente, as chances de cura”, afirma o cirurgião oncológico Héber Salvador, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e titular do Centro de Referência em Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center.

237 MIL CASOS DE CÂNCER A MAIS ATÉ 2025

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) são previstos 704 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2023-2025. Ao comparar-se com os números do triênio 2020-2022, quando eram esperados 625 mil novos casos por ano, observa-se que a expectativa é que tenhamos 79 mil casos acrescidos anualmente, ou seja, 237 mil novos casos a mais na somatória dos próximos três anos.

O câncer é a segundo maior causa de morte no mundo, com mais de 10 milhões de óbitos nos cinco continentes, segundo o Globocan, do Instituto de Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS). Embora preveníveis, passíveis de serem diagnosticados precocemente e até mesmo evitáveis em muitos casos, os cânceres que surgem em órgãos como mama, próstata, pulmão, intestino grosso e reto (colorretal) e colo do útero continuam na lista dos mais incidentes.

10 tipos de câncer mais incidentes em homens e mulheres no Brasil

Distribuição proporcional dos dez tipos de câncer mais incidentes estimados para 2023 por sexo, exceto pele não melanoma*

HOMENS MULHERES
Localização primária Casos % Localização primária Casos %
Próstata 71.730 30,0% Mama feminina 73.610 30,1%
Cólon e Reto 21.970 9,2% Cólon e Reto 23.600 9,7%
Pulmão 18.020 7,5% Colo do útero 17.010 7,0%
Estômago 13.340 5,6% Pulmão 14.540 6,0%
Cavidade Oral 10.900 4,6% Glândula Tireoide 14.160 5,8%
Esôfago 8.200 3,4% Estômago 8.140 3,3%
Bexiga 7.870 3,3% Corpo do útero 7.840 3,2%
Laringe 6.570 2,7% Ovário 7.310 3,0%
Linfoma não Hodgkin 6.420 2,7% Pâncreas 5.690 2,3%
Fígado 6.390 2,7% Linfoma não Hodgkin 5.620 2,3%

Fonte:https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/numeros/estimativa/estado-capital/brasil

Excluindo os casos de câncer de pele não melanoma, o mais comum em homens (próstata) e em mulheres (mama feminina) representam 3 entre 10 casos. Para ambos, há políticas de rastreamento, que incluem, para diagnóstico dos tumores prostáticos, o exame de antígeno prostático específico (PSA) e toque prostático. Para rastrear o câncer de mama é indicada a mamografia, podendo ser complementada pelo ultrassom.

O câncer de cólon/intestino grosso e reto (colorretal) é o segundo mais comum tanto em homens, quanto em mulheres. Mais que fazer o diagnóstico precoce, o rastreamento com colonoscopia é capaz de evitar a doença. Por meio do exame é possível retirar pólipos, grudados na parede do intestino, que – caso não fossem expelidos – poderiam evoluir para câncer. O rastreamento inclui o exame de sangue oculto nas fezes.

O câncer de pulmão é o terceiro mais incidente em homens e quarto em mulheres. Embora não seja uma política de rastreamento no Brasil, evidências apontam que o exame de tomografia de baixas doses em fumantes reduz as taxas de mortalidade pela doença. O câncer de colo do útero, tumor ginecológico mais comum, é uma doença evitável por meio de vacina contra HPV e exame de Papanicolau.

“Olhando para os demais cânceres que estão entre os dez mais comuns em cada gênero enxergamos também uma janela de oportunidade de diagnóstico precoce por meio de endoscopia (estômago e esôfago), de atuação já na cadeira do dentista (cavidade oral) e atenção aos sintomas de tumores como ovário e bexiga. E a principal mensagem, que é a da prevenção primária, por meio de hábitos de vida que evitem os fatores de risco”, ressalta Héber Salvador.

O presidente da SBCO aponta que 80% dos casos de câncer vão necessitar de alguma cirurgia no transcurso da doença. “A cirurgia oncológica é uma das principais ferramentas para a cura dos tumores sólidos e pode ser o único tratamento em casos diagnosticados mais precocemente. Nesta situação, as taxas de cura são superiores a 90%”, afirma.

De fato, dados da OPAS/OMS apontam que 70% das mortes por câncer ocorrem em países de baixa e média renda; 40% dos casos poderiam ser prevenidos evitando fatores de risco. “A ciência e a medicina apresentam um histórico de evolução constante em relação a diagnóstico, tratamento e cura de muitas doenças oncológicas. O desafio é fazer este arsenal estar disponível para todos, o que ainda não acontece no Brasil”, afirma Héber.

Outro obstáculo é a falta de informação sobre câncer e pior ainda quando há desinformação patrocinada pela divulgação de fake news, ressalta o presidente da SBCO. “Nesse cenário o tema deste ano do World Cancer Day nos instiga a refletir sobre a importância de democratizar o acesso à saúde e à informação sobre as doenças oncológicas, como estratégia para diminuir a incidência de todos os tipos de cânceres”, diz. Muitas doenças oncológicas são potencialmente evitáveis e, mesmo assim, o câncer está entre as principais causas de mortes do mundo.

  • O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo.
  • 10 milhões de pessoas morrem de câncer todos os anos.
  • Mais de 40% das mortes relacionadas ao câncer poderiam ser evitáveis, pois estão ligadas a fatores de risco modificáveis, como tabagismo, uso de álcool, má alimentação e inatividade física.
  • Quase pelo menos um terço de todas as mortes relacionadas ao câncer poderiam ser evitadas por meio de exames de rotina, detecção precoce e tratamento.
  • 70% das mortes por câncer ocorrem em países de baixa a média renda.
  • Milhões de vidas poderiam ser salvas a cada ano com a implementação de estratégias apropriadas de recursos para prevenção, detecção precoce e tratamento.
  • O custo econômico anual total do câncer é estimado em US$ 1,16 trilhão.

Sinais e sintomas de câncer

Com tantos tipos diferentes de câncer, os sintomas são variados e dependem de onde a doença está localizada. No entanto, existem alguns sinais e sintomas importantes a serem observados, incluindo:

  • Nódulos ou inchaço incomuns – nódulos cancerígenos geralmente são indolores e podem aumentar de tamanho à medida que o câncer progride.
  • Tosse, falta de ar ou dificuldade para engolir – fique atento a episódios persistentes de tosse, falta de ar ou dificuldade para engolir.
  • Alterações no hábito intestinal – como constipação e diarreia e/ou sangue encontrado nas fezes.
  • Sangramento inesperado – inclui sangramento da vagina, passagem anal ou sangue encontrado nas fezes, na urina ou ao tossir.
  • Perda de peso inexplicável – uma grande quantidade de perda de peso inexplicável e não intencional durante um curto período de tempo (alguns meses)
  • Fadiga – que se manifesta como um cansaço extremo e uma forte falta de energia. Se a fadiga for causada por câncer, os indivíduos normalmente também apresentam outros sintomas
  • Dor ou ardência – inclui dor inexplicável ou contínua, ou dor que vem e vai.
  • Complicações ao urinar – inclui a necessidade de urinar com urgência, com mais frequência, ou ser incapaz de ir quando precisa ou sentir dor ao urinar
  • Alterações incomuns da mama – procure alterações no tamanho, forma ou sensação, alterações na pele e dor.
  • Perda de apetite – sentir menos fome do que o habitual por um período prolongado de tempo.
  • Uma ferida ou úlcera que não cicatriza – incluindo uma mancha, ferida ou úlcera na boca.
  • Azia ou indigestão – azia ou indigestão persistente ou dolorosa.
  • Suores noturnos intensos – esteja ciente de suores noturnos muito intensos e encharcados.

Alterações na pele – atenção se a alguma pinta ou mancha altera o seu padrão. Para tanto, uma espécie de autoavaliação leva em conta a Assimetria (se o formato for irregular é motivo de alerta), Bordas (irregularidade também requer atenção), Cor (observe se o sinal tem coloração uniforme ou apresenta mais de uma tonalidade), Dimensão (sinais na pele maiores que seis milímetros requerem atenção máxima. Isso porque, em geral, pintas benignas não ultrapassam essa dimensão) e Evolução (a evolução da pinta, ou seja, quando ela muda de tamanho, cor e formato com o tempo, muitas vezes, de forma veloz, requer bastante atenção).

Sobre a SBCO – Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Héber Salvador (2021-2023).

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