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Mato Grosso

Após usar fantasia racista, empresária de MT se desculpa e diz que vai “estudar sobre o tema”


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A empresária de Mato Grosso, Carolina Scheffer, divulgou uma nota à imprensa nesta sexta-feira (26) após a repercussão causada pelo uso da fantasia de “nega maluca”, prática considerada racista e conhecida como blackface. Ela lamentou a situação e disse que irá “estudar sobre o tema”.

P U B L I C I D A D E

Carolina passou a ser alvo de críticas nas redes sociais após postar uma foto em uma festa no Grupo Bom Futuro, no último sábado (20), em que se “vestiu” de mulher negra. Branca, ela usou luvas e meia claça pretas, assim como pintou o rosto com tinta preta e vestiu peruca com cabelo afro.

Ela é casada com Elizeu Zulmar Maggi Scheffer, irmão do “Rei da Soja”, Eraí Maggi, e primo do ex-governador Blairo Maggi. Eles são donos do Grupo Scheffer, que atua na produção de algodão, soja e milho, além de ter negócios de mineração, pecuária e armazenamento de grãos.

O caso repercutiu e foi parar em sites nacionais como o da Revista Istoé, UOL, O Globo, Metrópoles, Jornal Correio, entre outros. Por causa das críticas, ela bloqueou o acesso às suas redes sociais.

“Lamento pelo uso de uma fantasia durante uma festa em Cuiabá. Não tinha a dimensão do seu significado, e agora compreendo ser ofensiva, mesmo sem qualquer intenção de gerar esse sentimento. Estou sensibilizada com a repercussão, e comprometo-me a estudar sobre o tema com a devida atenção e continuar buscando novos conhecimentos sobre um assunto tão relevante ao país”, diz a nota.

A prática conhecida como blackface é antiga, surgiu no século 19, e era uma forma de atores brancos ridicularizarem pessoas negras com uso de estereótipos e comportamentos exagerados. Esse tipo de “imitação” é considerada ofensiva e racista, por pregar estereótipos negativos sobre pessoas negras.

Nas redes sociais, dezenas de pessoas se manifestaram contra a atitude da empresária. A jornalista e escritora Eliana Alves Cruz manifestou seu “desprezo” pela ação de Carolina.

“A mulher negra, essa pessoa tão humilhada na sociedade brasileira. Nosso corpo é fantasia e escárnio pra essa gente. Todo desprezo por estas verminoses é nada perto do que merecem”, postou no Twitter.

“Gente racista é grotesca. O racismo recreativo é velho conhecido dos pretos nesse país onde ainda se desperdiça o erário para trazer corações imperiais putrefatos, mergulhado em sabe-se lá em que substância para não desmanchar”, escreveu o diretor regional da Ford Brasil, Atila Roque.

“Empresária do agronegócio Carolina Scheffer, de 62 anos, usou tinta preta para pintar o rosto e se “fantasiar” de “nega maluca”. Não somos fantasia, não somos piada para a racista burguesia brasileira”, se indignou a jornalista Thais Pereira.

“Tem práticas que mesmo abominável ainda tem pessoas que tem a pachorra de reproduzir. Blackface não é sobre fantasia é sobre o racismo que violenta nossos corpos e zomba a nossa história. Essa é Carolina Scheffer que se achou no direito de se pintar de preta enquanto o feminicídio mata majoritáriamente as mulheres negras. Tem que ser denunciado. Se quiser fantasiar se fantasie de qualquer coisa, mas não se pinte de preto. Racistas não passarão!”, se manifestou o presidente estadual do Movimento Negro do PDT, Vinicius Brasilino.

J1agora

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