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Após quase uma semana, secretário que reagiu a assalto e matou suspeito se recupera em hospital no AC e tem quadro estável


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Depois de quase uma semana, o secretário da Escola Estadual Lourival Sombra, de 30 anos, que reagiu a um assalto e matou o suspeito na semana passada continua internado no Pronto-Socorro de Rio Branco e tem quadro estável, segundo informou nesta quinta-feira (22).

P U B L I C I D A D E

O servidor público foi atingido com cinco tiros: na mão, tórax, abdômen, rosto que pegou no nariz e na cabeça de raspão. Ele diz ter duas balas alojadas no corpo, sendo uma próxima ao tórax e outra na cervical que não devem ser retiradas, conforme o servidor.

Temendo por sua segurança, ele pede para não ter o nome divulgado e também preferiu não passar informações sobre quando deve ter alta do hospital. O servidor passou por uma cirurgia na mão, porque estava com um sangramento intenso nessa região.

“A situação é essa: estou bem, fora de risco. Os procedimentos médicos que tinham que ser feitos como cirurgia já foram feitos. Estou andando e não precisa de mais nenhuma cirurgia”, disse.

Escola Lourival Sombra suspendeu atendimento presencial  — Foto: Murilo Lima/Rede Amazônica Acre

Escola Lourival Sombra suspendeu atendimento presencial — Foto: Murilo Lima/Rede Amazônica Acre

Legítima defesa

O assalto ocorreu na última sexta (16) na escola que fica no Conjunto Tangará, em Rio Branco. Segundo a polícia, o criminoso invadiu a escola, rendeu os servidores e foi morto a tiros pelo secretário.

O assaltante, identificado com Ivanilso Ângelo Reis da Silva, de 28 anos, morreu durante a ação. Um comparsa dele, que estava do lado de fora do colégio, fugiu ao ouvir os disparos dentro da instituição. A coordenadora administrativa da escola, de 50 anos, que também ficou ferida na ação criminosa, recebeu alta do hospital ainda na sexta.

Em uma análise preliminar dos fatos, o delegado Marcus Cabral, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), acredita que o secretário agiu em legítima defesa.

Por isso, o relatório final do inquérito que tramita na DHPP deve pedir o arquivamento do processo com relação à morte violenta. Por se tratar de um roubo, o caso também é apurado pela Delegacia de Combate a Roubos e Extorsões, a Decore.

“Fizemos uma análise preliminar dos fatos, trata-se de um crime de roubo mal sucedido. Após o anúncio do assalto, um dos servidores da escola que estava portando arma de fogo revidou a injusta agressão, agindo em legítima defesa dele e também de terceiros, vindo a alvejar o assaltante, que foi a óbito no local”, disse o delegado.

Cabral informou que ainda deve ouvir o secretário e que foram requisitadas informações para confirmar se ele realmente tinha porte de arma de fogo. A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação (SEE) disse que a pasta não tinha conhecimento de que o servidor estava armado.

Sobre o suposto comparsa que estaria com o assaltante no dia do crime, o delegado Marcus Cabral falou que a identificação e prisão devem ser feitas pela Decore.

Porte de arma

Ainda internado e se recuperando dos ferimentos no pronto socorro, o secretário conversou com o G1 e contou como foi a invasão ao colégio.

“Não teve conversa, falou que era um assalto. Ficamos esperando o que ele ia fazer e só sacou a arma e não falou o que queria. Não pediu nada. Era eu ou ele ou outro servidor [morto]. Já aconteceu na escola questão de segurança também, não com arma de fogo, mas com outros profissionais com pais que agrediram”, recordou.

Mesmo ferido, o servidor disse que não desmaiou e nem caiu. Após o suspeito morrer, ele relembrou que chegou a ir até a frente do colégio e depois se abrigou na sala e pediu para chamarem socorro. O servidor garantiu que tem porte de arma desde 2017, que entregou a arma para perícia e apresentou a documentação exigida.

Ainda segundo o servidor público, essa foi a primeira vez que teve que sacar a arma e reagir a um assalto.

“Ando com minha arma para onde vou, inclusive, já fui parado pela polícia e apresentei a documentação. Minha arma foi recolhida para perícia. Acho que tinham morrido até mais gente [se não tivesse armado]. Quando esse pessoal entra na escola nunca sabe se vão executar vários, como já aconteceu no Brasil, ou qual é a situação. Sem saber que eu estava armado sacou a arma e apontou. Não dá para saber”, disse.

Local ficou sujo de sangue das vítimas após tiroteio dentro do colégio — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Local ficou sujo de sangue das vítimas após tiroteio dentro do colégio — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Assalto

Um vídeo gravado por populares mostra o momento da chegada da PM-AC no colégio. O assaltante morreu no local.

À Rede Amazônica Acre, o tenente da Polícia Militar (PM-AC) Rogério Silva explicou que o suspeito entrou no colégio, andou pelo corredor e foi na sala do secretário escolar. Ele retornou para o corredor e, segundo relatos, nesse momento, a coordenadora administrativa, que estava na sala, saiu e foi rendida.

“A pessoa pegou essa senhora [coordenadora] e levou para a sala do secretário, provavelmente se fosse roubo era para ninguém perceber, entraram e aconteceram os disparos lá dentro. Foi alvejado o secretário, a pessoa que estava com ele e o assaltante”, contou o militar.

Atendimento presencial em escola suspenso

A direção das Escola Estadual Lourival Sombra, em Rio Branco, suspendeu o atendimento presencial na instituição, segundo a coordenadora Gleicy Ribeiro.

“A equipe está toda apreensiva, com medo. Principalmente as pessoas que estavam aqui presentes na sexta (16), que participaram do que aconteceu. No momento, a gente suspendeu o atendimento presencial na escola. Vamos continuar nossos trabalhos de maneira totalmente remota. O atendimento ao público está suspenso até a gente conseguir se organizar novamente”, informou.

G1.globo.com

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