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Alzheimer e demência, quais são as diferenças?


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Quando uma pessoa da terceira idade começa a apresentar perda de memória e algum grau de desorientação, é comum que seus entes queridos se preocupem e cogitem algumas doenças, como o Alzheimer, por exemplo.

P U B L I C I D A D E

O governo brasileiro estima que o Alzheimer acomete 11,5% da população idosa do país, mas é importante não ter pressa ao realizar o diagnóstico. Até mesmo porque ele é apenas um dos tipos de demência que pode manifestar-se em pessoas idosas. É importante conhecer bem as diferenças entre Alzheimer e demência para transmitir esse esclarecimento aos pacientes e seus familiares. 

Confira a seguir o que difere a demência do Alzheimer, e os principais sintomas a serem observados em cada caso. 

 

O que é a demência? 

O termo demência diz respeito a uma extensa classe de doenças, composta por mais de 150 tipos diferentes de problemas de saúde semelhantes entre si, incluindo o Alzheimer. 

 

O que é a demência? 

O que é a demência? 

Como a palavra demência se tornou popularmente usada para atribuir um tom pejorativo, os especialistas substituíram a nomenclatura para transtorno neurocognitivo maior. 

Esse transtorno é principalmente caracterizado pelo comprometimento das funções cognitivas, como comunicação, linguagem, orientação espacial, capacidades motoras ou sensoriais.

É uma perda irrecuperável de células nervosas, incluindo neurônios e massa encefálica. Trata-se de uma transformação mais rápida e precoce do que a que acontece no processo de envelhecimento natural, no qual há uma perda discreta e mais difícil de ser observada. 

Como o principal fator de risco para esse tipo de transtorno é a idade, a maior parte dos casos acontece em idosos. Os diagnósticos começam com cerca de 65 anos de idade. 

 

E quanto ao Alzheimer?

Como o Alzheimer é um dos transtornos neurocognitivos de maior incidência, muitas pessoas acabam confundindo e achando que demência é sinônimo de Alzheimer, ou que esse seria o único tipo possível de demência.

Mas isso está incorreto: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Alzheimer representa cerca de 60% a 70% dos casos de transtorno neurocognitivo maior.

 

E quando ao Alzheimer?

E quando ao Alzheimer?

Os sintomas que mais chamam atenção em casos de pacientes com suspeita de Alzheimer são a perda de memória e a dificuldade de adquirir novos conhecimentos. Isso acontece porque o hipocampo é a principal parte do cérebro afetada pela doença, e essa estrutura é a principal responsável pelas funções de aprendizado e memória. 

O hipocampo fica localizado nos lobos temporais do cérebro humano e, além de ser essencial para a memória, está relacionado à navegação espacial e é também um importante componente do sistema límbico, que é responsável pelas respostas emocionais. 

Cabe ao hipocampo guardar novas informações. Por isso, nos estágios iniciais da doença, o paciente ainda consegue manter a memória referente a acontecimentos de anos atrás, mas esquece do que fez no dia anterior, por exemplo.

Com o tempo, os sintomas vão se agravando gradualmente. O paciente pode enfrentar dificuldades com a linguagem (ao esquecer o nome de objetos, por exemplo), e ficar desorientado com relação ao tempo e espaço (se perdendo em lugares conhecidos, esquecendo como voltar para casa, ou perder a noção do horário para realizar suas atividades).

 

Com o tempo, o paciente pode ir agravando nos sintomas
Com o tempo, o paciente pode ir agravando nos sintomas

Conforme a doença progride, o paciente tende a perder sua independência, ter insônia, agitação e dificuldade para executar tarefas cotidianas, como escovar os dentes, por exemplo. Pode perder a capacidade de controlar estímulos corporais, dificuldade para se alimentar e deficiência motora progressiva.

No estágio terminal da doença, há a perda praticamente total da memória e dependência integral de terceiros para realizar qualquer atividade.  

Reforçando, então: o Alzheimer é apenas um dos tipos de demência que pode afetar a saúde de pessoas idosas. Confira a seguir algumas outras doenças que pertencem à categoria do transtorno neurocognitivo maior. 

Que outras demências existem? 

Como explicado acima, o Alzheimer não é o único tipo de transtorno neurocognitivo maior. Algumas das outras doenças também representativas nessa categoria são a demência vascular, a demência frontotemporal, a demência de Corpos de Lewy e a doença de Parkinson. Veja a seguir. 

Demência vascular

Esse tipo de transtorno é caracterizado pela perda das funções cognitivas devido à destruição do tecido cerebral, quando o suprimento de sangue é reduzido ou bloqueado por alguma razão. 

 

Demência vascular
Demência vascular

A demência vascular é geralmente uma consequência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que compromete o funcionamento de uma área importante do cérebro.

Pode acontecer também em decorrência do descuido com relação a doenças como diabetes e pressão alta, que levam a pequenas isquemias que afetam progressivamente o cérebro. 

Seus sintomas também envolvem a perda de memória, mas esse tipo de demência se diferencia do Alzheimer por apresentar, desde o início, alterações referentes aos reflexos e sensibilidade (o que geralmente demora a acontecer nos pacientes com Alzheimer).

Além disso, a aparência da demência vascular nos exames de imagens realizados para obter o diagnóstico é diferente de como o Alzheimer se apresenta. No caso da demência vascular, a atenção também fica muito prejudicada. 

 

Demência frontotemporal

Como o próprio nome da doença já sugere, ela afeta os lobos frontais e temporais do cérebro, responsáveis por regular o humor e o comportamento. Sendo assim, o que mais chama a atenção na demência frontotemporal é justamente a perceptível mudança de comportamento do paciente. 

 

A agressividade desproporcional é um dos sintomas
A agressividade desproporcional é um dos sintomas

Nos estágios iniciais desse tipo de demência, aspectos como a memória e a orientação são pouco ou nada afetados.

Por outro lado, a pessoa pode ficar apática, ou se tornar completamente desinibida, o que pode ser facilmente identificado como uma mudança no comportamento por parte dos familiares e pessoas próximas. 

Alguns dos seus sintomas típicos podem envolver conduta sexual inadequada, impulsividade, agressividade, dificuldade de julgar emoções e a adoção de hábitos sem sentido.

 

Demência de Corpos de Lewy

Como outros tipos de demência, essa também se caracteriza pela perda progressiva da função mental. Nesse caso, acontece pelo depósito anormal da proteína alfa-sinucleína (também conhecida como corpos de Lewy) em regiões cerebrais.

Cerca de 80% dos pacientes com esse problema desenvolvem alterações importantes na cognição, como alucinações visuais. Além disso, também há mudanças imprevisíveis na concentração, atenção, alerta e vigília ao longo do dia.

O paciente pode vivenciar uma perda severa de habilidades de raciocínio, o que acaba interferindo no desenvolvimento de atividades diárias.

 

Demência de Corpos de Lewy
Demência de Corpos de Lewy

Ao contrário do que acontece em pacientes com Alzheimer, os problemas de memória podem não ser evidentes no início, mas muitas vezes surgem à medida que a doença progride.

Há também alterações motoras, que podem levar à rigidez muscular, movimentos lentos, problemas de equilíbrio, tremores, perda de coordenação, expressão facial reduzida e dificuldade para engolir, entre outras.

Pacientes com essa doença costumam flutuar entre os sintomas, um dia estão bem, alguns dias depois ficam muito mal, depois podem apresentar melhora, e assim por diante. 

Doença de Parkinson

O Parkinson também ocorre pelo depósito de alfa-sinucleína, mas nesse caso nas áreas responsáveis pelo movimento. A demência por corpos de Lewy e a demência da doença de Parkinson podem ser variações de uma só doença, diferenciando-se pelo local onde a proteína é depositada. 

 

Doença de Parkinson
Doença de Parkinson

A principal diferença entre as duas consiste em sua manifestação. No caso da demência por doença de Parkinson, os sinais de parkinsonismo (como movimentos lentos e tremores) surgem pelo menos um ano antes da demência em si.

Já no caso da demência com corpos de Lewy, a demência se manifesta integralmente antes ou ao mesmo tempo em que o parkinsonismo.

Como realizar o diagnóstico de demência?

Ainda que os diversos tipos de demência possam apresentar semelhanças entre si a respeito das suas formas de manifestação, o diagnóstico precisa ser feito com cuidado e paciência, fundamentando-se em diversos tipos de instrumentos médicos. 

 

Como realizar o diagnóstico de demência?

Como realizar o diagnóstico de demência?

É preciso colher o histórico médico do paciente, investigar possíveis casos de transtorno neurocognitivo maior na família e compreender quais os sintomas manifestados até então.

Além disso, uma série de exames físicos e laboratoriais podem ser solicitados, de acordo com os sinais apresentados, até mesmo para excluir outras possibilidades de diagnósticos. 

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