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A aplicação do botox pelo dentista: Indicações, orientações e cuidados


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Apesar do assunto ter se popularizado recentemente, o botox, nome popular da toxina botulínica, não é uma novidade na Odontologia. Os cirurgiões-dentistas fazem uso terapêutico da substância para o tratamento de diversos tipos de patologias, dores faciais e problemas relacionados com a articulação temporomandibular (ATM).

Esse é um medicamento biológico injetável que, por meio de um mecanismo temporário, inibe a contração de determinados músculos faciais relacionados a problemas estéticos e funcionais. Para ser mais exato, ele atua sobre os nervos motores, impedindo a liberação de neurotransmissores que provocam a contração muscular no rosto.

Com isso, ocorre a paralisação parcial ou eventualmente total de certos grupos musculares. É dessa forma que os resultados terapêuticos são obtidos.

Há diversos tipos de patologias com consequência potencialmente atenuadas com o botox, que deve ser prescrito a critério do cirurgião-dentista. Um caso bastante comum envolve os chamados “sorrisos gengivais”, nos quais uma porção muito grande da gengiva dos dentes fica exposta quando a pessoa sorri.

Os pacientes podem, de maneira temporária, conseguir a redução do sorriso amplo por meio da aplicação de toxina botulínica. No entanto, o tratamento geralmente envolve diferentes procedimentos, como os cirúrgicos- ortognáticos (realizados por cirurgiões-dentistas em âmbito hospitalar e que reposicionam os ossos maxilares em uma posição mais favorável). Cada caso precisa ser avaliado individualmente.

Outro uso da toxina botulínica na Odontologia está relacionado à diminuição da força do músculo mastigatório masseter. Aqui, ele é uma terapia complementar aos tratamentos de implantes osseointegrados maxilomandibulares reabilitados, também conhecidos como implantes de carga imediata. O botox diminui a pressão da mastigação temporariamente para que o osso cicatrize ao redor dos implantes.

O tratamento de linhas faciais hipercinéticas também faz parte das indicações de bula da toxina botulínica. Estamos falando do controle de marcas de expressão na testa ou dos pés de galinha, por exemplo.

A diminuição de movimentos de determinados músculos, como o frontal (testa), os da região da glabela (linhas verticais da braveza entre as sobrancelhas) e os orbiculares (“pés de galinha”) ocorre alguns dias após a aplicação. Contudo, os melhores resultados surgem somente após repetidas injeções.

O número de aplicações anuais, assim como a dose de toxina em cada uma, varia de acordo com o padrão e o desenvolvimento da alteração muscular. Um dos primeiros cuidados que devemos tomar é alertar o paciente de que a toxina botulínica traz benefícios notáveis, mas sua efetividade é temporária (dura cerca de quatro meses) e não necessariamente dispensa outros produtos e técnicas.

Além disso, é importante destacar que todo procedimento injetável pode ter reações locais, como dor, edema (inchaço), eritema (vermelhidão), hematoma (roxo), sensibilidade alterada, ardor, entre outros efeitos.

Pessoas com quadros alérgicos graves a outras substâncias devem ser investigadas pelo clínico responsável. Já indivíduos com predisposição a convulsões precisam ser previamente avaliados.

As orientações gerais para pacientes submetidos a tratamentos com toxina botulínica incluem evitar massagear ou manipular as áreas tratadas (para evitar que o medicamento alcance áreas vizinhas) e fugir de ambientes muito quentes. A exposição solar imediatamente após a aplicação e as atividades físicas só devem ser realizadas após a liberação do profissional responsável.

Dr. Marcelo Januzzi é Cirurgião-dentista e Conselheiro do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp)

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