Especialista explica diferenças entre FIV e Inseminação Artificial e como a medicina reprodutiva vem se adaptando a novos modelos familiares e a escolhas de vida mais diversas

A decisão sobre quando e como ter filhos está cada vez mais alinhada a projetos de vida individuais, e não mais a padrões pré-estabelecidos. Essa mudança no comportamento reprodutivo das brasileiras tem impulsionado uma verdadeira revolução no campo da fertilidade.

Entre 2020 e 2023, o número de procedimentos de congelamento de óvulos cresceu 96,5% no país, saltando para 111.413 apenas em 2023, de acordo com dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio). No total, 780.024 óvulos e embriões foram congelados nesse período.

“Esse movimento reflete não apenas o avanço tecnológico, mas também uma mudança de mentalidade. Hoje, a mulher tem a possibilidade de planejar sua maternidade sem abrir mão de seus planos pessoais ou profissionais”, avalia o Dr. Marcelo Gomes Cequinel, médico especialista em reprodução assistida da Embryo, clínica do FertGroup.

FIV e Inseminação Artificial: entender as diferenças é o primeiro passo

O Brasil é líder em reprodução assistida na América Latina, segundo a Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (REDLARA), com destaque para os procedimentos de Fertilização In Vitro (FIV) e Inseminação Artificial (IA), técnicas distintas, mas igualmente relevantes.

Na FIV, a fecundação ocorre em laboratório: o óvulo é unido ao espermatozoide fora do corpo, e o embrião formado é posteriormente transferido para o útero da paciente.
“Podemos utilizar tanto óvulos da própria paciente quanto de doadoras, o que amplia as possibilidades terapêuticas. É uma alternativa indicada, por exemplo, em casos de baixa reserva ovariana, endometriose avançada, alterações graves no sêmen ou quando há necessidade de análise genética dos embriões. Mas, as razões podem ir muito além, como é o caso de escolhas pessoais”, explica o Dr. Cesar Augusto Cornel, médico especialista em reprodução assistida da Embryo.

Já a IA é um procedimento mais simples e menos invasivo, no qual o sêmen é preparado em laboratório e introduzido diretamente no útero durante o período fértil.
 “A inseminação costuma ser indicada para mulheres com menos de 38 anos, com ovulação irregular ou leve comprometimento na qualidade dos espermatozoides. Também é uma opção muito procurada por casais homoafetivos femininos, por exemplo”, complementa o especialista.

Diversidade e novos arranjos familiares impulsionam avanços na reprodução assistida

A evolução das técnicas de reprodução humana não apenas ampliou as taxas de sucesso, mas também democratizou o acesso à maternidade e paternidade, contemplando casais LGBTQIAPN+, pessoas solteiras e pacientes oncológicos que desejam preservar a fertilidade.

“Os novos arranjos familiares refletem uma sociedade mais plural e inclusiva. A medicina reprodutiva acompanha esse movimento, oferecendo caminhos seguros e individualizados para cada projeto parental, independentemente da orientação sexual, identidade de gênero ou estado civil”, destaca o Dr. César Cornel.

Esse cenário coloca a reprodução assistida como uma ferramenta de liberdade reprodutiva e de inclusão, em que o desejo de formar uma família se sobrepõe a limitações biológicas ou estruturais.

FIV pelo mundo: mais de 13 milhões de bebês nasceram graças à técnica

Desde o nascimento do primeiro “bebê de proveta” em 1978, a fertilização in vitro já possibilitou o nascimento de mais de 13 milhões de crianças em todo o mundo, segundo um estudo da Universidade de Nova Gales do Sul, publicado na revista Fertility and Sterility.

Atualmente, estima-se que um bebê nasça a cada 35 segundos por meio das tecnologias de reprodução assistida, um retrato do quanto o método evoluiu em eficácia e segurança.

Em quatro décadas, a Europa lidera o número de nascimentos por FIV, com até 4,5 milhões de bebês, seguida pela Ásia (até 4 milhões) e América do Norte (até 1,6 milhão).

Como escolher o melhor tratamento?

A definição entre FIV e IA é sempre personalizada e depende de fatores como idade, histórico clínico, reserva ovariana e causa da infertilidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 35% dos casos de infertilidade estão ligados à mulher, 35% ao homem, 20% a ambos e 10% permanecem sem causa identificável.

“Cada paciente traz uma história e um contexto únicos. Por isso, o acompanhamento especializado é essencial para garantir o sucesso do tratamento e respeitar o tempo de cada indivíduo”, finaliza o Dr. Cornel.


Sobre o FertGroup 

O FertGroup é o maior grupo especializado em reprodução humana do Brasil, reunindo clínicas de excelência em diversas regiões do país. Com uma abordagem que une ciência, inovação e acolhimento, o grupo oferece soluções completas em medicina reprodutiva para quem deseja realizar o sonho da maternidade ou paternidade. Desde sua criação em 2023, o FertGroup tem como propósito ampliar o acesso à saúde reprodutiva com qualidade, promovendo educação científica, tratamentos acessíveis e alternativas seguras para o planejamento familiar.

Para mais informações, acesse: https://fertgroup.com.br