Especialista explica que o desequilíbrio metabólico e hormonal nessa fase da mulher pode aumentar o risco da doença. Novas terapias e mudanças de estilo de vida ajudam a equilibrar o corpo e proteger a saúde feminina

Com a chegada do climatério e menopausa, o corpo feminino passa por uma série de transformações naturais. A principal delas é a queda do estrogênio, o hormônio que ajuda a regular o metabolismo, o humor e o funcionamento do coração. Quando seus níveis diminuem, o metabolismo desacelera e o corpo tende a acumular mais gordura na região abdominal. Segundo a Endocrine Society, até 60% das mulheres entre 45 e 59 anos desenvolvem obesidade abdominal durante essa fase da vida. Esse aumento de gordura visceral não é apenas uma questão estética, está diretamente ligado a doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão e até câncer de mama.
Uma pesquisa publicada no Journal of Clinical Endocrinology e Metabolism e no Cancer Epidemiology, Biomarkers e Prevention aponta que esse excesso de gordura e a chamada síndrome metabólica -conjunto de alterações como pressão alta, glicose elevada e aumento de gordura abdominal-, estão entre os principais fatores de risco para o câncer de mama durante e após a menopausa. Isso acontece porque o tecido de gordura em excesso continua produzindo estrogênio e gera pequenas inflamações no corpo, criando um ambiente que pode favorecer o desenvolvimento de tumores.
A endocrinologista e metabologista Dra. Elaine Dias JK, PhD pela USP, explica que a menopausa deve ser encarada como uma fase de atenção integral à saúde. “A mulher não perde apenas hormônios, ela muda a forma como o corpo processa energia. Isso afeta o peso, o sono, o humor e o risco de doenças. É um momento que pede um olhar mais completo, considerando o metabolismo, a alimentação e o bem estar emocional”, comenta.
Nos últimos anos, a medicina tem avançado bastante na forma de cuidar da saúde feminina nessa fase da vida. Um dos recursos mais comentados são os agonistas de GLP-1 e GIP, conhecidos popularmente como as “canetas emagrecedoras”. Esses medicamentos ajudam a controlar o apetite, reduzir o peso e melhorar a forma como o corpo usa a glicose. Estudos publicados na revista Nature Medicine mostram que eles podem ajudar a diminuir de 10% a 20% do peso corporal e reduzir a gordura abdominal, além de melhorar a sensibilidade a insulina e diminuir inflamações.
Ainda segundo a Dra. Elaine, o segredo está no equilíbrio. “As canetas podem ser uma aliada importante, mas não substituem o estilo de vida. Alimentação equilibrada, exercícios de força e acompanhamento médico formam o tripé da saúde feminina. É a combinação desses fatores que realmente faz diferença”, destaca. Outra estratégia é a reposição hormonal que, quando bem indicada e acompanhada por um profissional, pode ser segura e melhorar a qualidade de vida. Segundo estudos do Women’s Health Initiative e da North American Menopause Society, a terapia hormonal adequada ajuda a aliviar sintomas e não aumenta o risco de doenças, desde que utilizada adequadamente.
De acordo com a American Cancer Society, é importante manter o peso corporal dentro da faixa ideal, pois pode diminuir em até 20% as chances de desenvolver tumores mamários após a menopausa. Já para a Dra. Elaine, informação e cuidado é o primeiro passo. “O corpo da mulher muda, mas não perde vitalidade. Com acompanhamento e conhecimento, é possível passar por essa fase com saúde e confiança. A menopausa é um convite ao autocuidado, não uma sentença. E cuidar do metabolismo é uma das formas mais eficazes de reduzir o risco de câncer de mama.”, explica.
A médica também recomenda o acompanhamento nutricional para reposição adequada de vitaminas e minerais essenciais. “Especialmente nessa fase de tratamento para minimizar os efeitos da menopausa, é fundamental incorporar uma suplementação alimentar personalizada, para auxiliar no funcionamento do metabolismo, evitar a perda de massa magra e óssea, que é vital para a saúde, bem como melhora do sono e disposição. Na clínica, criamos um protocolo exclusivo que contempla todas as necessidades de bem-estar para a mulher”, conclui a Dra. Elaine.
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