Especialista reforça que manter o calendário vacinal atualizado é essencial para proteger a saúde do público 60+ e reduzir riscos de complicações graves
O Dia Nacional da Vacinação, celebrado em 17 de outubro, reforça a importância de manter a imunização em dia em todas as fases da vida — especialmente na terceira idade. Mesmo com os avanços da medicina e o aumento da expectativa de vida, pessoas com 60 anos ou mais ainda figuram entre os grupos mais vulneráveis a doenças infecciosas e suas complicações.
“A vacinação representa um dos maiores avanços dos últimos anos em termos de inovação, ciência e modernidade. Estamos tratando de um tema cientificamente comprovado. Contudo, quando falamos sobre a população idosa, ainda existe um certo tabu, infelizmente”, afirma Roni Mukamal, geriatra e médico especialista em medicina preventiva da MedSênior, operadora de saúde especializada no público 49+.
Imunossenescência: o desafio do envelhecimento
Com o passar dos anos, o sistema imunológico passa por um processo natural de enfraquecimento, conhecido como imunossenescência, que reduz a capacidade do organismo de reagir a infecções virais e bacterianas. Um estudo publicado no American Journal of Managed Care destaca que, devido este enfraquecimento imunológico e à maior incidência de comorbidades, pessoas com 60 anos ou mais têm maior probabilidade de desenvolver complicações graves decorrentes de doenças infecciosas, como pneumonia ou influenza.
“Por isso, a estratégia de vacinação é muito importante, pois ela estimula o sistema imunológico a manter a produção de anticorpos. Nesse sentido, a imunização também vem incorporando novas tecnologias para estimular o sistema imunológico da população sênior. Assim, temos vacinas cada vez mais modernas e eficazes, capazes de ativar esse sistema que, naturalmente, se torna menos eficiente com o passar do tempo”, explica Mukamal.
Dados coletados durante a pandemia de Covid-19, mostram que mais de 87% das mortes registradas ocorreram em pessoas acima dos 65, conforme informações oficiais da Organização Mundial da Saúde. Além disso, segundo informações do portal de notícias do Instituto Butantan, 70% das internações por influenza são de pessoas acima de 60 anos.
“Os idosos são as pessoas mais vulneráveis e que geralmente sofrem as consequências mais graves. Doenças como gripe, pneumonia bacteriana, febre tifoide, tétano, coqueluche e covid — todas elas com vacinas disponíveis — apresentam taxas de mortalidade mais altas nessa faixa etária”, completa.
Cobertura, lacunas vacinais e riscos associados
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), que existe desde 1973, mantém um calendário específico para o público 60+, com vacinas como Influenza (gripe), Covid-19, Pneumocócica 23-valente, Hepatite B, dT (dupla adulto). No entanto, a adesão ainda está distante do ideal. A campanha de Vacina Contra a Gripe de 2025, promovida pelo Ministério da Saúde, tinha como meta imunizar, pelo menos, 90% de cada um dos grupos prioritários, incluindo as pessoas acima de 60 anos. Contudo, até junho, a cobertura era de apenas 43,96% dentro do público 60+.
Dr. Roni chama atenção especial para este caso: “Eu diria que, entre as vacinas disponíveis, a mais negligenciada quando falamos da qualidade vacinal do idoso, e talvez também a mais comum, é a vacina da gripe (influenza). Ainda existe muito preconceito. Há, até hoje, a ideia equivocada de que a vacina ‘causa gripe’, o que não é verdade.”
O que muita gente ainda desconhece é que, além dos danos mais comuns do quadro primário de uma gripe, há também diversos riscos associados. Não só condições clínicas como diabetes, pressão alta e outros problemas crônicos de saúde podem piorar, como - segundo uma pesquisa realizada recentemente da Universidade de Utrecht, na Holanda - há uma correlação entre o diagnóstico de gripe e o aumento de até seis vezes na possibilidade de ocorrência de um ataque cardíaco.
“Mas também há outras que acabam sendo esquecidas, muitas vezes porque o próprio médico deixa de mencionar. No calendário vacinal, temos, por exemplo, a tríplice bacteriana, que precisa ser conferida e pode demandar doses extras. A própria vacina contra a Covid-19 ainda gera bastante polêmica. A vacina contra a pneumonia também é essencial, principalmente para pacientes com condições crônicas — especialmente cardiovasculares e respiratórias”, ressalta o especialista.
Benefícios da vacinação
A baixa adesão preocupa instituições de saúde públicas e privadas, já que a vacinação é comprovadamente capaz de reduzir hospitalizações e mortalidade. Segundo o boletim do InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em decorrência da influenza A foi a principal causa de óbito de idosos com doenças respiratórias em 2024.
Além da queda no número de internações e vítimas fatais, e da redução da sobrecarga do sistema de saúde, acompanhar corretamente o calendário vacinal traz ainda diversos outros benefícios para o público sênior. A imunização adequada ajuda a preservar a autonomia e a qualidade de vida, evitando interrupções na rotina pelo desenvolvimento de doenças graves - o que, na população idosa, pode significar um período longo de repouso, uma recuperação lenta e impactar ainda no retorno de funcionalidades e da força muscular.
Segundo Mukamal, “há infecções e doenças mais prevalentes neste público que podem levar à perda de mobilidade, internações e até à morte. Muitas dessas vacinas previnem justamente essas doenças e suas consequências. Por isso, a vacinação na população idosa é fundamental”.
Imunização como pacto coletivo de saúde pública
Seguir corretamente o cronograma de vacinação ajuda a manter a proteção e a qualidade de vida em todas as fases do envelhecimento. Mas, para muito além disso, a imunização individual não protege apenas uma pessoa, mas também quem está ao seu redor. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) ressalta que a vacinação “ao longo da vida” é uma estratégia essencial em um país que envelhece rapidamente. E, segundo o IBGE, o Brasil deve ultrapassar 66 milhões de pessoas com 60 anos ou mais até 2050, o que representará quase 30% da população.
“Há ainda novas imunizações para novas condições, como contra o herpes zoster. É uma vacina recente, com tecnologia moderna, capaz de estimular o sistema imunológico do idoso a produzir anticorpos e, assim, prevenir a doença, que pode ser extremamente dolorosa nessa faixa etária e levar a internações, complicações graves, além de custos significativos para o sistema de saúde. Infelizmente, essa ainda não está disponível no calendário público, mas pode ser feita em clínicas privadas ou farmácias”, comenta o médico.
“Como exemplo, no programa de medicina preventiva da MedSênior, criamos parcerias com farmácias e laboratórios para que - principalmente no caso dessas vacinas privadas e mais modernas - possam ser oferecidas com desconto aos beneficiários. Além disso, realizamos diversas campanhas incentivando-os à imunização”, destaca o especialista sobre a importância do esforço conjunto entre a medicina pública e privada.
Sobre a MedSênior
A MedSênior é uma operadora de saúde especializada no atendimento ao público a partir dos 49 anos, com foco em medicina preventiva e no conceito do Bem Envelhecer. Seu modelo de cuidado é baseado na excelência do atendimento humanizado, personalizado e multidisciplinar, tendo como compromissos a promoção da autonomia, qualidade de vida e da longevidade saudável - tudo isso aliado à inovação e ao acompanhamento integrado da jornada do paciente.
Completando 15 anos de atuação e com 45 unidades próprias em sete estados e no Distrito Federal, além de uma ampla rede credenciada, a empresa tem a tecnologia como aliada para oferecer serviços que proporcionam qualidade de vida real aos seus mais de 250 mil beneficiários.
Acompanhe a MedSênior:
Assessoria de Imprensa | MedSênior
0 Comentários