Tema ainda cercado de estigmas, a menopausa exige informação e acompanhamento global para garantir bem-estar físico, mental e emocional às mulheres.




O Dia Mundial da Menopausa, celebrado neste sábado, 18 de outubro, chama atenção para uma fase natural, mas ainda cercada de tabus na vida das mulheres. Criada pela International Menopause Society (IMS), a data busca ampliar a conscientização sobre saúde e bem-estar na meia-idade e após ela. A menopausa, que costuma ocorrer entre os 45 e 55 anos, marca o fim do ciclo reprodutivo e atinge um número crescente de mulheres: estima-se que 30 milhões de brasileiras vivam essa etapa até o fim de 2024 e que o total global chegue a 1,1 bilhão até 2025. 

Segundo a psicóloga especialista em Saúde Coletiva e docente do IDOMED FAMEJIPA, Elisabeth Rossi, falar sobre o tema é o primeiro passo para desconstruir preconceitos. “A menopausa ainda é uma fase cercada por muitos estigmas e tabus. Muitas vezes é vista como o fim da vida ativa da mulher, e na verdade não é bem assim. Abrir espaços de diálogo e difundir informações corretas ajuda a quebrar preconceitos, promover a saúde e incentivar o autocuidado”, afirma.  

As mudanças hormonais que ocorrem nessa fase afetam corpo e mente. Ondas de calor, alterações no sono e no humor, variações de peso e diminuição da libido estão entre os sintomas mais comuns. Apesar dos desafios, Rossi reforça que a menopausa pode ser vivida com leveza e equilíbrio. 

“A menopausa é uma transição natural. Com informação e acompanhamento, é possível viver essa fase com saúde e autoconhecimento. O tratamento deve ser individualizado, respeitando a vivência de cada mulher e pode incluir desde terapias hormonais e alternativas até apoio psicológico e orientação nutricional”, explica. 

Olhar integral - A especialista destaca que o acompanhamento global da saúde é essencial. A queda do estrogênio impacta o metabolismo e o sistema cardiovascular, aumentando o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes. Além disso, o sono e a saúde mental também merecem atenção. 

“A menopausa não afeta apenas o sistema reprodutor, mas todo o organismo. O cuidado integral ajuda a regular o metabolismo, controlar o humor e fortalecer o coração. Essa mulher precisa olhar para si de forma completa — corpo, mente e estilo de vida — para alcançar o verdadeiro bem-estar”, pontua Rossi. 

Hábitos saudáveis são grandes aliados. A especialista recomenda manter uma rotina regular de sono, evitar telas antes de dormir e buscar rituais relaxantes, como banho morno e leitura leve. A prática de exercícios físicos, segundo ela, também é fundamental para liberar endorfinas e melhorar o humor. 

Na alimentação, Rossi reforça a importância de priorizar alimentos naturais, ricos em ômega 3, cálcio e vitamina D, e evitar ultraprocessados, excesso de sal, açúcar e álcool. 

“A alimentação tem papel central nessa fase. Ela ajuda a regular os hormônios, prevenir doenças crônicas e preservar a saúde óssea. Hidratar-se bem e buscar acompanhamento profissional fazem toda a diferença”, orienta. 

Mais do que o fim de um ciclo, a menopausa pode representar um momento de redescoberta e liberdade. Com acesso à informação e acompanhamento adequado, essa fase se transforma em uma oportunidade de reconexão com o próprio corpo e de celebração das diversas formas de ser mulher. 

“A saúde emocional é um pilar essencial. É importante que a mulher se sinta ouvida e compreendida. A rede de apoio, família, amigos e grupos de mulheres ajuda a ressignificar essa etapa e fortalece a autoestima”, conclui Rossi.


Jéssica Gatti - Jornalista  da Agência Eko de Comunicação