App com IA calcula como incluir bolo, pizza e hambúrguer na dieta e ainda emagrecer; os resultados impressionam em um mercado que movimentou mais de R$ 20 bilhões no último ano

Histórias como a de Isabela ilustram movimento que usa tecnologia e prioriza reaprendizado alimentar com flexibilidade sobre restrições radicais

A paulista Isabela Duarte Araújo já tinha tentado emagrecer diversas vezes. Em algumas ocasiões, até conseguiu, mas logo voltava a ganhar peso. Desta vez, porém, a história foi diferente: ela perdeu 19 quilos — e manteve o resultado. “O mais impressionante é que não sinto que estou de dieta. Isso fez toda a diferença para eu conseguir manter o peso perdido”, conta.

O segredo, segundo Isabela, está na tecnologia, que transformou sua relação com a comida sem exigir que abrisse mão dos pequenos prazeres. Com o apoio de um aplicativo de nutrição, ela aprendeu a lidar com situações do dia a dia sem culpa. “Se sinto vontade de comer um pedaço de bolo, ou se vou dividir uma pizza com a família, não preciso me privar. O app me mostra como compensar na alimentação ao longo do dia ou até no dia seguinte. Isso faz toda a diferença para eu continuar firme na decisão de emagrecer”, afirma.

A história de Isabela, porém, é diferente do que acontece com a maioria dos brasileiros: 65% não alcançaram seus objetivos com a dieta, segundo uma pesquisa recente do Instituto Real Time Big Data (2024).

“Eu também vivia começando e abandonando dietas, principalmente porque não conseguia adaptar a alimentação à minha rotina. Cozinho para toda a família e era difícil separar o que eu podia ou não comer. Além disso, meus horários de trabalho eram irregulares, e manter a dieta se tornava impossível".

A trajetória de Isabela reflete uma tendência global: 345 milhões de pessoas utilizaram aplicativos de fitness em 2024, um mercado que movimentou US$ 3,98 bilhões em receita no mesmo ano — um crescimento de 11,1% em relação a 2023, segundo dados do businessofapps.com.

O que mudou

Desta vez, o plano alimentar de Isabela foi estruturado pela nutricionista dra. Daniela Filz, que utilizou o aplicativo personalizado feito pela Fitlab para disponibilizar o cardápio e monitorar a paciente em tempo real. “O mais interessante é que, quando surge algo fora do cardápio, eu insiro no app e ele me mostra como compensar. Hoje, não sinto mais aquela frustração de falhar”, relata.

A estratégia utilizada também contrasta outra realidade na vida da maioria dos brasileiros. Segundo pesquisa recente, apesar de iniciarem o tratamento nutricional, 94% dos pacientes não mantêm acompanhamento regular com um profissional de saúde.

“Pelo aplicativo, consigo realizar esse acompanhamento de perto e identificar os momentos em que a paciente mais se desvia da dieta e, pela própria plataforma, orientar como reequilibrar a alimentação. O resultado é um plano sustentável, que garante equilíbrio no dia a dia — e não apenas por um período limitado, como acontece em muitas dietas tradicionais”, explica a nutricionista Daniela Filz.

A tecnologia usada é o FitLab, uma plataforma que tem como propósito unir ciência, tecnologia e vida real, conectando nutricionistas e pacientes que desejam transformar a dieta em um estilo de vida — e não em uma fase passageira. Atualmente, o sistema já conta com mais de 55 mil usuários cadastrados e mais de 1,4 milhão de refeições registradas.

Ao invés de proibir, a meta aqui é equilibrar. “Se a pessoa come um pedaço de bolo no café da manhã, a sugestão é ajustar o almoço ou o lanche da tarde para compensar. O importante é manter a proporção, 80% de alimentos saudáveis, 20% de exceções. É isso que garante resultado a longo prazo”, completa a nutricionista.

Para Isabela, a abordagem fez toda a diferença: “Antes, eu achava que dieta era cortar tudo que eu gostava. Agora, aprendi que posso comer de tudo, desde que tenha consciência. Não é só emagrecimento, é um reaprendizado alimentar”

Como funcina

O aplicativo utiliza inteligência artificial para adaptar, em tempo real, o cardápio prescrito pela nutricionista à rotina do paciente. Caso o alimento indicado não esteja disponível em casa, ou a pessoa queira substituí-lo por outro, basta registrar no app. "O sistema analisa os nutrientes consumidos, sugere ajustes e até atribui uma nota para cada refeição”, explica a idealizadora Renata Ikeda.

O app também avalia e classifica os alimentos industrializados, ajudando os usuários a escolherem as opções mais saudáveis no mercado, além de permitir que a nutricionista visualize o consumo dos pacientes em tempo real, inclusive com fotos, para fazer ajustes rápidos e direcionar melhor o plano alimentar, evitando a necessidade de esperar 30 dias para reavaliar.

Renata Ikeda ressalta que a tecnologia não substitui o profissional, mas potencializa o acompanhamento. “A IA não cria dietas sozinha. O nutricionista continua sendo essencial, mas o aplicativo amplia a presença dele na vida do paciente. É como se fosse uma ‘nutri de bolso’, sempre disponível para dar feedback e orientar escolhas".

Renata Ikeda, founder da FitLab

A solução se concentra nos macronutrientes como Carboidratos: principal fonte de energia (ex.: arroz, pão, frutas, batata); Proteínas: fundamentais para construção e reparo de músculos, pele, órgãos e produção de enzimas e hormônios (ex.: carnes, ovos, leguminosas); e Gorduras: fornecem energia, ajudam na absorção de vitaminas e participam de processos hormonais (ex.: azeite, castanhas, abacate). Além desses, a água!

Tudo foi construído para não sobrecarregar o usuário com informações em excesso. Assim mesmo, os cardápios, elaborados pela nutricionista, trazem variedade de alimentos para assegurar a ingestão de micronutrientes como Vitaminas e Minerais. 

Aprendizado

“A melhor dieta é aquela que o paciente consegue seguir. Cabe ao nutricionista adaptar o cardápio, incluindo alimentos que façam parte das preferências da pessoa — como um hambúrguer caseiro, por exemplo — para que o plano não se torne monótono nem difícil de manter”, diz Daniela Filz.

Isabela já se programa para perder mais 13 quilos seguindo essa mesma lógica de equilíbrio. “Isso mostra que, quando a dieta se adapta à rotina da pessoa, os resultados aparecem e são sustentáveis. O que mudou não foi só o peso, foi a forma como eu enxergo a comida. Não é inimiga, é parte da minha vida.”

Estatística

De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, lançado recentemente pela Federação Mundial da Obesidade, 68% da população brasileira apresenta excesso de peso, sendo que 31% vivem com obesidade e 37% com sobrepeso e, ao mesmo tempo, apenas 8% das pessoas costumam consultar um profissional de saúde antes de começar uma dieta.

Sobre a FitLab: https://www.fitlab.com.br/