Levantamento do Cepea mostra que o país segue como líder global, mesmo com queda sazonal em agosto.

Os preços da soja continuam em movimento de alta neste início de setembro, de acordo com informações levantadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O cenário é influenciado por uma combinação de fatores, como o ritmo acelerado das exportações brasileiras e a forte demanda, tanto interna quanto internacional, que tem intensificado a disputa pela oleaginosa.

Pesquisadores destacam que a valorização recente do dólar frente ao Real também desempenha papel decisivo nesse processo. Com o câmbio favorável, o produto brasileiro ganha ainda mais competitividade no mercado externo, incentivando exportadores e atraindo maior volume de negociações dentro do próprio país. Esse movimento, por sua vez, pressiona os preços domésticos, refletindo a maior disputa entre compradores estrangeiros e indústrias nacionais.

O desempenho dos embarques brasileiros tem sido expressivo. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), analisados pelo Cepea, mostram que somente em agosto o Brasil exportou 9,33 milhões de toneladas de soja em grão. Embora esse número represente uma queda de 23,8% em relação ao mês de julho – retração considerada típica para o período – o volume foi o maior já registrado para o mês de agosto em toda a série histórica.

No acumulado de janeiro a agosto de 2024, as exportações atingiram o patamar de 86,5 milhões de toneladas, o que também configura recorde absoluto para o período. Esse desempenho reforça a importância do Brasil como um dos principais fornecedores globais da oleaginosa e confirma a força do agronegócio brasileiro diante da demanda crescente em diversas regiões do mundo.

Com esse cenário, analistas indicam que o mercado segue atento aos próximos passos do câmbio, à competitividade do grão brasileiro e ao ritmo das exportações, fatores que devem continuar influenciando diretamente a formação dos preços nas próximas semanas.

Fonte: Vanessa Faria // Capitalist