
O mercado internacional de açúcar apresenta oscilações nos preços devido a fatores como a expectativa de exportações indianas e a retração nas vendas brasileiras. A movimentação impacta tanto os contratos futuros nas bolsas internacionais quanto o mercado interno.
Preços do açúcar recuam nas bolsas internacionais
Na última sexta-feira (12), os contratos futuros do açúcar registraram queda em Nova York e Londres. Segundo a Reuters, a pressão sobre os preços pode levar usinas brasileiras a reduzir a proporção de cana destinada à produção de açúcar.
Em Nova York (ICE Futures), o açúcar bruto para outubro/25 caiu 3 pontos, a 15,79 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o contrato de outubro/26 recuou 4 pontos, para 16,17 centavos. Apenas o contrato de março/26 teve alta de 2 pontos, atingindo 16,52 centavos.
Na ICE Europe, em Londres, o açúcar branco também encerrou a sexta-feira em baixa: outubro/25 recuou US$ 3,00, para US$ 485,20 por tonelada, e março/27 caiu US$ 1,80, para US$ 462,90. O contrato de dezembro/25 foi o único a fechar em alta, de US$ 0,20, cotado a US$ 462,40 por tonelada.
Expectativa de exportações da Índia pressiona o mercado
Um dos principais fatores de volatilidade é a expectativa de que a Índia autorize exportações de até 2 milhões de toneladas de açúcar a partir de 1º de outubro, conforme informou Ashwini Srivastava, secretário adjunto do Departamento de Alimentos e Distribuição Pública. A medida visa escoar estoques excedentes, equilibrando o mercado interno e garantindo renda aos agricultores, mas tende a pressionar os preços globais.
Em contraste, a Indonésia suspendeu temporariamente a emissão de licenças para importação de açúcar bruto até o final do ano, após reclamações de produtores locais sobre concorrência com o produto estrangeiro, informou o ministro do Comércio, Budi Santoso.
Mercado interno e açúcar cristal
No Brasil, o Indicador Cepea/Esalq (USP) apontou que a saca de 50 quilos de açúcar cristal foi negociada a R$ 117,23, queda de 1,45%. Apesar da volatilidade internacional, a demanda interna segue firme, refletindo na manutenção de preços relativamente estáveis.
Início de semana com leve alta, mas exportações recuam
Nesta segunda-feira (15), os contratos futuros do açúcar registraram leve valorização. Em Nova York, o contrato outubro/25 avançou 0,32%, cotado a 15,84 centavos de dólar por libra-peso, enquanto março/26 subiu 0,24%, a 16,56 centavos. Em Londres, outubro/25 do açúcar branco foi negociado a US$ 486,00 por tonelada, alta de 0,16%.
Analistas destacam que os preços devem permanecer acomodados, pois o contrato de outubro está em seus momentos finais e o foco do mercado se desloca para março/26, influenciando decisões das usinas brasileiras sobre preços da próxima safra.
Exportações brasileiras enfrentam desafios
Apesar da intensa movimentação nos portos brasileiros, com 83 navios aguardando embarque na semana encerrada em 10 de setembro (contra 87 na semana anterior), as exportações do Brasil recuaram em setembro. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam:
Volume exportado: 769.037 toneladas até 10/09, queda de 16,7% em relação ao ano anterior;
- Receita: US$ 325,4 milhões, média diária de US$ 65,08 milhões, recuo de 23,4%;
- Preço médio: US$ 423,20 por tonelada, redução de 7,9% comparado a setembro de 2024.
A competição internacional, principalmente com a Índia e a Tailândia, favorecidas por clima positivo, contribui para essa retração, e a expectativa de aumento das exportações indianas coloca pressão adicional sobre o mercado global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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