Ginecologia, saúde mental e exames de rotina estão entre os principais cuidados priorizados por brasileiras, especialmente entre os 25 e 29 anos
Em um momento em que a saúde feminina volta ao centro do debate, um levantamento da Clínica da Cidade revela uma tendência cada vez mais sólida entre as mulheres brasileiras: o foco na prevenção. Segundo os dados da rede, 60% dos atendimentos realizados entre janeiro e maio deste ano foram procurados por mulheres, sendo a maioria voltada a cuidados preventivos e rotineiros.
A pesquisa aponta ainda que o maior volume de consultas partiu de mulheres entre 25 e 29 anos, reforçando o protagonismo da geração mais jovem quando o assunto é autocuidado. Na lista dos atendimentos mais frequentes estão consultas ginecológicas, exames laboratoriais, ultrassonografias e, em crescimento expressivo, atendimentos nas áreas de psiquiatria e cardiologia.
Para especialistas, os números indicam uma mudança de comportamento que pode ter impactos positivos duradouros no sistema de saúde como um todo. “Quando as mulheres cuidam da saúde de forma contínua, conseguimos detectar doenças precocemente e evitar agravamentos que sobrecarregam o sistema público”, explica Rafael Teixeira, CEO da Clínica da Cidade. Ele lembra que, apesar do avanço da medicina, o acesso ao atendimento ainda é desigual em muitas regiões, e que modelos alternativos têm ajudado a democratizar o cuidado.
A data marcada como o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher reforça o alerta sobre a importância do cuidado contínuo, especialmente em um país onde, mesmo com a maioria das pacientes sendo mulheres, ainda há obstáculos estruturais para garantir atendimento regular e de qualidade.
“A mulher brasileira é historicamente mais presente nos serviços de saúde, mas também é quem mais sente os efeitos da sobrecarga do sistema. Quando criamos um ambiente que acolhe e incentiva o cuidado preventivo, estamos cuidando também do futuro da saúde pública”, afirma Rafael.
O estudo da Clínica da Cidade traz ainda outro dado relevante: além da ginecologia e dos exames laboratoriais, a busca por psiquiatras também tem crescido, o que aponta para uma conscientização maior em relação à saúde mental. “Essa abertura para falar sobre emoções, ansiedade e estresse também é um sinal de amadurecimento”, destaca.
Enquanto o setor enfrenta desafios de acesso e desigualdade regional, o comportamento das pacientes mostra um caminho possível: informação, prevenção e um cuidado mais ativo com a própria saúde.
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