"Qualquer barreira nesse canal afeta diretamente nossas exportações, nossa indústria e, por consequência, o emprego e os preços", André Matos, CEO da MA7 Negócios.
“O aumento das tarifas impostas pelos EUA gera instabilidade macroeconômica, com impactos diretos sobre cadeias exportadoras brasileiras. A tendência é de maior volatilidade cambial e pressão inflacionária pontual, especialmente em setores que dependem de insumos importados ou perdem competitividade internacional. Diante desse cenário, empresas precisarão reforçar o planejamento financeiro e revisar estruturas de capital. Nesse contexto, os FIDCs estruturados ganham protagonismo por oferecerem crédito ágil e garantido, sobretudo para companhias com ativos reais, como propriedades rurais ou operações logísticas. Investidores institucionais seguem alocando recursos em fundos com estrutura jurídica robusta e garantias sólidas, buscando resiliência diante da nova dinâmica econômica”, Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX.
“O anúncio de tarifas de até 50% sobre produtos de vários países, incluindo o Brasil, feito por Trump acendeu um alerta no mercado e no governo. Ainda que algumas exceções tenham sido negociadas, o movimento joga um novo ingrediente de incerteza sobre a economia brasileira. Isso porque os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, e qualquer barreira nesse canal afeta diretamente nossas exportações, nossa indústria e, por consequência, o emprego e os preços. Do ponto de vista dos setores da economia, alguns têm mais chance de se adaptar. O agronegócio, por exemplo, costuma ser ágil na reorientação de destinos de exportação, como China, Europa e Oriente Médio seguem abertos e são grandes compradores. Já a indústria de transformação, eletroeletrônicos, aviação e metalurgia tendem a sentir com mais força e por mais tempo, porque têm cadeias produtivas mais complexas, contratos de longo prazo e forte exposição ao mercado americano. A Embraer, por exemplo, pode sofrer atrasos ou perdas contratuais, mesmo com a exclusão parcial de tarifas sobre aviões. Para o investidor, o momento solicita mais cautela. Empresas com exposição relevante aos EUA podem sofrer reprecificação na Bolsa, como já vimos com algumas exportadoras nos últimos pregões. Além disso, a incerteza sobre o impacto das tarifas na economia como um todo pode trazer volatilidade para o câmbio e para a curva de juros. O real tende a ficar mais pressionado, encarecendo importações e pode gerar pressão inflacionária adicional nos próximos meses. No mercado, os desdobramentos devem ser monitorados com atenção: o governo já acenou com um plano de contingência e segue tentando costurar exceções setoriais. Se isso falhar e as tarifas forem implementadas na íntegra, a tendência é que o crescimento do PIB desacelere, o desemprego pare de cair e os juros demorem ainda mais para começar a cair porque o Banco Central pode entender que a pressão vinda do câmbio e dos preços externos não justifica afrouxar a política monetária agora”, André Matos, CEO da MA7 Negócios.
“O tarifaço de Trump impõe desafios imediatos à economia brasileira. Setores com maior flexibilidade, como alimentos e têxteis, podem se reorganizar mais rapidamente, enquanto autopeças, siderurgia e petroquímicos tendem a sentir impactos mais duradouros. Para investidores, o aumento da incerteza pode gerar reprecificação de ativos, especialmente em exportadoras. Há risco de pressão inflacionária via câmbio, caso o real se desvalorize. A expectativa é de que o governo intensifique negociações e busque novas rotas comerciais para reduzir os efeitos sobre a economia”, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
“As tarifas anunciadas pelos EUA funcionam como um catalisador para a reprecificação de risco em toda a cadeia de crédito e investimento. Empresas com exposição direta ao mercado norte-americano já estão revendo projeções e reforçando caixa para atravessar essa turbulência. Segmentos mais industrializados tendem a sofrer mais. Ao mesmo tempo, setores com dinâmica doméstica, como saúde, logística interna e infraestrutura urbana, têm melhores chances de adaptação. O perfil de risco muda. Investidores institucionais passam a priorizar estruturas com garantias reais, menor exposição cambial e fluxo mais previsível. Isso aumenta a relevância de veículos como FIDCs, CRIs e operações com lastro na economia real. O câmbio deve refletir tanto a aversão a risco quanto os efeitos diretos sobre a balança comercial. Já a inflação, apesar de controlada no atacado, pode sentir o impacto em setores específicos, sobretudo onde há alta dependência de insumos importados ou queda de oferta no mercado doméstico”, Pedro Da Matta, CEO da Audax Capital.
“As novas tarifas anunciadas por Trump reforçam a tendência de fragmentação das cadeias globais e exigem do Brasil uma resposta estratégica. Setores como indústria de base, automotivo e commodities tendem a sofrer os efeitos mais imediatos, enquanto segmentos voltados ao mercado interno, como infraestrutura, real estate e tecnologia aplicada a serviços, têm mais margem de adaptação. Para os investidores, o momento pede reposicionamento: volatilidade cambial e pressão inflacionária em insumos exigem cautela na exposição setorial e maior atenção aos riscos de médio prazo”, Pedro Ros, CEO da Referência Capital.
“As tarifas dos EUA exigem atenção redobrada das empresas brasileiras, tanto no planejamento financeiro quanto na gestão operacional. Indústrias tradicionais devem sentir os impactos mais rapidamente, enquanto setores de serviços, tecnologia e educação corporativa têm maior capacidade de adaptação. Para investidores, a solidez da governança e a agilidade na tomada de decisão ganham peso. O cenário também pode gerar pressão inflacionária em segmentos específicos e instabilidade cambial, exigindo cuidado na precificação e proteção de margens”, Jorge Kotz, CEO da Holding Grupo X.
“Movimentos como o atual, envolvendo tarifas, mostram como a dinâmica global pode afetar indiretamente empresas de todos os portes. No ecossistema de inovação, as mudanças nas cadeias globais criam novas demandas para startups que atuam em logística, agro, insumos e manufatura. Esse movimento abre espaço para soluções que ampliem a eficiência operacional e acelerem a substituição de importações por tecnologia desenvolvida no Brasil O investidor está atento a essas mudanças, negócios com gestão ágil, visão de longo prazo e capacidade de adaptação tendem a ganhar relevância”, João Kepler, CEO da Equity Group.
“O tarifaço impõe um novo desafio para setores exportadores, especialmente manufatura, metalurgia e bens industriais de maior valor agregado. Mesmo com algumas exceções relevantes, como energia e parte do agronegócio, o impacto sobre a balança comercial brasileira pode ser significativo. Para o investidor, o movimento aumenta a percepção de risco e pressiona o câmbio, o que pode ter efeito inflacionário indireto e reforçar a necessidade de juros altos por mais tempo. Empresas com forte exposição ao mercado americano devem sofrer reprecificação, enquanto ativos defensivos e ligados ao mercado interno ganham relevância. Os desdobramentos ainda são incertos, mas o recado é claro: em um ambiente global mais protecionista e volátil, setores com menor dependência externa e maior eficiência logística devem sair na frente”, Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
“Os setores com mais chances de se reorganizar são o agronegócio primário e a indústria têxtil, que têm maior flexibilidade logística e mercados alternativos. Já áreas como alumínio, alimentos industrializados e o setor aeronáutico tendem a sofrer impactos mais duradouros, porque operam com margens apertadas e dependem fortemente do mercado americano. No entanto, é importante destacar que o Brasil ficou com a lista mais ampla de exceções à tarifa, o que deve suavizar parte dos efeitos. Para o investidor, o cenário exige mais atenção aos setores exportadores, mas também abre oportunidades em empresas com presença internacional diversificada. No mercado, o impacto imediato é sobre o câmbio, que tende a ficar mais pressionado, mas com efeito limitado sobre a inflação, já que as tarifas recaem sobre exportações, não importações. Os desdobramentos mais relevantes devem ocorrer no campo diplomático e comercial, com o Brasil buscando novos acordos e empresas acelerando a diversificação de mercados”, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.
“Com o avanço do tarifaço, cresce a demanda por crédito com menor exposição à volatilidade externa, e os FIDCs ganham destaque como solução estratégica. Setores exportadores, como agroprocessados e autopeças, enfrentam mais pressão, enquanto empresas com receita recorrente e foco no mercado interno têm mais facilidade para captar. Investidores passam a priorizar FIDCs com garantias sólidas e baixa exposição externa. A oscilação cambial e os repasses de custos podem elevar a inflação setorial, favorecendo estruturas indexadas e bem ancoradas em recebíveis”, Gustavo Assis, CEO da Asset Bank.
“O “Tarifaço Trump” reacende temores protecionistas com impactos diretos sobre o comércio internacional e, indiretamente, sobre o Brasil. Caso efetivado, tende a penalizar setores brasileiros exportadores como siderurgia, agronegócio e indústria de base, que dependem de acesso competitivo ao mercado americano. Por outro lado, segmentos com foco no mercado interno ou com menor exposição ao comércio exterior, como serviços e tecnologia nacional, podem ter tempo para se reorganizar e se beneficiar da reindustrialização local. Para o investidor, o movimento reforça a importância de diversificação internacional e proteção cambial, fundamentos centrais da metodologia Super ETF. Mercados tendem a reagir com maior volatilidade, e uma escalada tarifária pode alimentar a inflação global, exigindo resposta monetária. A médio prazo, o mais provável é que o "tarifaço" gere tensões geopolíticas e reposicionamentos estratégicos, criando oportunidades para investidores atentos e posicionados globalmente”, Fábio Murad, Economista e CEO da Super-ETF Educação.
“A ampliação do escopo tarifário por parte dos EUA acelera uma transição que já estava em curso: cadeias globais mais fragmentadas, reavaliação de riscos geopolíticos e busca por parceiros comerciais mais próximos e previsíveis. O Brasil, por seu tamanho e potencial produtivo, segue como peça relevante nesse novo tabuleiro. Setores como agronegócio, energia e bens industriais precisarão adaptar rotas e fortalecer acordos bilaterais. Para o investidor, o momento é de mapear oportunidades em ativos resilientes e que ofereçam exposição à reorganização de fluxos globais, com atenção especial a soluções voltadas à eficiência produtiva e segurança logística”, Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital.
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