Procedimentos como lipoaspiração, gluteoplastia com enxerto de gordura e troca de próteses mamárias podem aumentar índice de complicações graves, segundo o cirurgião plástico Christian Ferreira
A recente morte de uma empresária após uma cirurgia plástica combinada reacendeu o debate sobre os riscos associados à realização de múltiplos procedimentos estéticos em uma única intervenção. O caso, que ganhou destaque na imprensa nacional, envolveu um cirurgião desligado de uma sociedade médica por descumprimento de regras, segundo informações divulgadas.
Realizar múltiplos procedimentos estéticos em uma única cirurgia, prática cada vez mais comum entre pacientes que buscam resultados rápidos e transformações corporais intensas, pode esconder riscos potencialmente fatais. Segundo o cirurgião plástico Christian Ferreira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e CEO da Lumivie Clinique, a combinação de técnicas como lipoaspiração, enxerto glúteo e troca de próteses mamárias está associada ao aumento de complicações graves, incluindo embolia gordurosa e tromboembolismo venoso.
Dados internacionais apontam que complicações como infecção (1% a 2%), hematomas (2% a 4%) e tromboembolismo venoso (0,06% a 0,2%) ainda são consideradas raras, mas podem ter consequências severas. No caso específico da lipoenxertia glútea, a embolia gordurosa – causada pela entrada de gordura na corrente sanguínea – pode atingir incidência de até 1,7% e está associada a alta letalidade.
“Apesar de incomum, trata-se de uma intercorrência grave, muitas vezes relacionada a técnicas inadequadas de enxerto de gordura nos glúteos. A injeção em planos profundos, como intramuscular, pode levar à penetração de vasos calibrosos e causar consequências fatais”, afirma Ferreira.
O médico, que também lidera a franquia Vascularte, especializada em tratamentos ambulatoriais para varizes, explica que o tipo mais preocupante de embolia nesses casos não é a pulmonar clássica, provocada por coágulos, mas sim a embolia gordurosa. Esta ocorre quando gotas de gordura atingem órgãos como pulmões, cérebro ou coração. “É por isso que a escolha do plano de injeção é hoje considerada o principal fator de segurança na gluteoplastia com gordura. A recomendação é que o enxerto seja feito em planos mais superficiais, como o subcutâneo”, detalha.
Estudos na área sugerem que a duração da cirurgia também influencia diretamente no risco. Procedimentos com tempo cirúrgico superior a seis horas têm maior probabilidade de complicações respiratórias, trombóticas e anestésicas. O tempo total em centro cirúrgico, que pode incluir preparo e recuperação, pode ultrapassar sete horas em alguns casos.
Além disso, Christian Ferreira ressalta que o perfil clínico do paciente é determinante para a segurança da cirurgia. “Quando bem planejadas, as cirurgias combinadas podem ser realizadas com segurança. Mas é indispensável que o paciente tenha exames laboratoriais e cardiológicos normais, boa composição corporal, ausência de comorbidades e não seja fumante”, diz.
A avaliação de risco deve considerar fatores como a quantidade de gordura visceral, índice de massa magra e a performance cardiovascular do paciente, conforme aponta o especialista. “A preparação pré-operatória deve ser encarada com a mesma importância da técnica cirúrgica em si”, completa Ferreira.
Mais do que oferecer resultados estéticos, é preciso garantir que todo o processo, do pré ao pós-operatório, seja conduzido com protocolos seguros e responsabilidade médica, destaca o especialista.
O que avaliar antes de escolher um cirurgião plástico
Para evitar complicações como as relatadas, é essencial que o paciente adote critérios rigorosos na escolha do profissional que irá conduzir o procedimento. A recomendação dos especialistas é verificar, antes de tudo, se o médico é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), entidade responsável por certificar profissionais com formação adequada e conduta ética comprovada.
Além disso, Christian Ferreira orienta que o paciente investigue o histórico do profissional e a estrutura em que a cirurgia será realizada. “Não basta o médico ser conhecido nas redes sociais ou ter muitos seguidores. É fundamental confirmar se ele possui título de especialista, registro ativo e se opera em hospitais com suporte adequado para emergências”, afirma.
Outros pontos importantes incluem:
- Conferir se a cirurgia será realizada em hospital com centro cirúrgico credenciado pela Anvisa;
- Solicitar referências de outros pacientes e pesquisar sobre processos ou denúncias;
- Avaliar a clareza das informações fornecidas na consulta, especialmente sobre riscos, limites da técnica e tempo de recuperação;
- Observar se há equipe multidisciplinar envolvida (anestesista, enfermagem, fisioterapia);
- Checar a política de acompanhamento pós-operatório, considerada essencial para detectar complicações precoces.
“A escolha do cirurgião é uma das decisões mais importantes nesse processo. O paciente precisa sentir segurança, ter todas as dúvidas respondidas e compreender que, em medicina, não existe milagre nem garantia absoluta de resultado”, conclui Ferreira.
Sobre Christian Ferreira
Ele é médico cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS). É especialista em cirurgias de contorno corporal, como Lipo HD 360, mommy makeover e cirurgias mamárias com cicatriz reduzida. Atua como CEO e fundador da Lumivie Clinique, clínica de cirurgia plástica e estética localizada em Pelotas (RS), bem como em Balneário Camboriú e São Paulo. Também lidera a franquia Vascularte, rede voltada a tratamentos de varizes 100% ambulatoriais e sem cirurgia, atualmente com três unidades no Brasil e plano de expansão para novas cidades em 2025. Além da prática médica, é idealizador da mentoria LMV Club, focada em formação de médicos empresários nas áreas de liderança, gestão e estratégias de vendas.
Para mais informações, visite o Instagram.
Sobre a Vascularte
A Vascularte é uma franquia especializada em tratamentos de varizes 100% ambulatoriais e minimamente invasivos, que alia tecnologia, precisão médica e acolhimento. Fundada pelos médicos Dra. Camila Kill e Dr. Christian Ferreira, a marca tem como foco o cuidado integral da saúde venosa, oferecendo soluções eficazes e personalizadas para cada paciente. Com três unidades em operação no Brasil e expansão prevista para 2025, a Vascularte se destaca pelo atendimento humanizado, diagnóstico preciso e uso de técnicas modernas como o endolaser, que dispensam a necessidade de cirurgia convencional.
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