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Turismo rural high tech: Nova Mutum abre as portas das agroindústrias de MT


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As definições de turismo rural foram atualizadas com sucesso. Em Nova Mutum (240 km de Cuiabá), um dos municípios berço do agronegócio mato-grossense, no lugar de tirar leite da vaca e andar de charrete, o turista é convidado a conhecer, por dentro, as agroindústrias que melhor utilizam a tecnologia disponível no país.

P U B L I C I D A D E

Chamado de turismo agrotecnológico, o projeto funciona há aproximadamente um ano e envolve 12 “atrativos”, que vão de gigantescas fazendas produtoras de soja, milho e algodão, a multinacionais de processamento de alimentos e até uma fábrica de suco de uva integral e outra, de cerveja artesanal.

Os pacotes de viagem são ofertados por agências de turismo credenciadas junto à Prefeitura de Nova Mutum. Incluem guias especializados, equipamentos de proteção individual, além de transporte local e hospedagem.

As visitas às empresas e fazendas duram de duas a cinco horas. Em alguns casos, é permitido fotografar e filmar as instalações e os processos executados. Tudo a, no máximo, 50 quilômetros de distância da sede da cidade, onde o turista ainda pode desfrutar de restaurantes, assistir a uma orquestra e se divertir em um parque aquático.

A transformação

“Se eu tentasse concorrer com Nobres (125 km de Cuiabá), eu não conseguiria. Não temos atributos naturais como outras regiões. Não precisa ser muito inteligente para saber que nossa vocação está no agronegócio. Então, começamos a pensar em como transforma essa agricultura ‘tecnificada’ em um produto turístico”.

A afirmação é do secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Nova Mutum, Jimmy Anderson Huppes, segundo quem a proposta de turismo agrotecnológico passou por uma gestação de aproximadamente sete anos.

“Aqui no Brasil, eu desconheço um modelo semelhante. Até pedi que interlocutores fizessem contato para ver se havia algo parecido para ir lá ver como funciona. Eles me passaram alguns modelos, mas tudo voltado para o turismo rural. Não era isso que nós queríamos. É um produto realmente diferente o que a gente conseguiu criar aqui”.

O projeto nasceu com auxílio do Sebrae e dinheiro do próprio município para organizar a rede de serviços necessários para atender os turistas. Hoje, todas as informações estão disponíveis no site da prefeitura. Lá é possível saber até qual o melhor período do ano para viajar e ver o plantio, a colheita e o beneficiamento dos grãos, por exemplo.

De acordo com o secretário, não houve portas fechadas por parte das grandes empresas do agro instaladas na cidade. Elas, inclusive, abriram mão de cobrar qualquer quantia de quem vai conhecer suas instalações. “Eles viram como vantagem, mas o negócio deles não é receber turista”.

O público

Hoje, o desafio do secretário é equilibrar a divulgação do turismo agrotecnológico com uma demanda de turistas que não atrapalhe a produção das agroindústrias que fazem parte do projeto.

Entre os brasileiros, segundo Huppes, os mais interessados em conhecer Nova Mutum ainda são as pessoas de alguma forma ligadas ao agronegócio. Produtores de outras regiões do país, universitários, economistas.

“O pessoal do Paraná, por exemplo, fica maluco com os números que a gente apresenta. Eles fazem a mesma coisa só que numa escala vertiginosamente menor”.

Mas o projeto já começou a ser conhecido em outros países. Há cerca de dois meses, uma comitiva de 42 canadenses esteve em Nova Mutum.

“Eles têm uma peculiaridade que a gente não tem: gostam de saber o que estão comendo. De onde vem o alimento, como é produzido. Então, veio um público bastante variado. Idosos, mulheres, pessoas que a gente não vê nas delegações do Brasil”, conta o secretário.

Mapa do turismo

O turismo de negócios, de fato, é uma das vertentes do setor que se destacam em Mato Grosso, afirma o interlocutor estadual do programa de regionalização do turismo, Diego Augusto Orsini Beserra, que atua na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso.

“Mato Grosso sempre surpreende. Tem muitos municípios que ainda não estão sendo trabalhados, mas têm muito a oferecer”, ele diz, destacando que a proposta do governo tem sido trabalhar de forma regionalizada.

“Às vezes, a cidade não tem cachoeiras, rios, mas tem, por exemplo, uma produção de artesanato que, inserida no contexto de uma região, pode se ampliada, aproveitando o fluxo dos turistas das cidades próximas”.

Para obter facilidades na captação de investimentos federais no setor, 85 municípios mato-grossenses – divididos em 14 regiões – se cadastraram no Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021. O prazo terminou nesta terça-feira (30).

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