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TJMT aprova projeto para tratamento de presos dependentes químicos com acupuntura e medicamentos


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Um projeto pioneiro no tratamento de dependência química com acupuntura e medicamento para presos do sistema prisional foi divulgada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Os detalhes foram discutidos em uma reunião, na semana passada, e divulgados nessa segunda-feira (2).

P U B L I C I D A D E

Com a aprovação da capacitação dos médicos do sistema prisional, que será custeada pelo Tribunal, caberá ao governo do estado selecionar os servidores que serão treinados, além de providenciar os insumos necessários ao tratamento dos pacientes.

Representantes dos órgãos estiveram na reunião e se mostraram favoráveis à iniciativa do Judiciário.

De acordo com Winkler de Freitas Teles, diretor do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), onde o projeto funcionará inicialmente, existem cerca de 300 detentos na lista de interessados em fazer tratamento para se livrar das drogas.

Representantes dos órgãos estiveram na reunião e se mostraram favoráveis à iniciativa do Judiciário de Mato Grosso — Foto: Tribunal de Justiça de Mato Grosso/Assessoria

Representantes dos órgãos estiveram na reunião e se mostraram favoráveis à iniciativa do Judiciário de Mato Grosso — Foto: Tribunal de Justiça de Mato Grosso/Assessoria

O tribunal pretende investir na capacitação de médicos que atuam nas unidades penitenciárias para uma técnica que alia acupuntura e medicamentos no controle de liberação de dopamina e serotonina, neurotransmissores relacionados à sensação de prazer e que também são liberados quando é feito uso de drogas.

Na ocasião, a ideia foi apresentada pelo desembargador Marcos Machado, coordenador da Comissão Especial sobre Drogas Ilícitas e pelo médico especialista em dor, Reinaldo Coutinho.

Ele explicou o processo de dependência química, uma alteração neurológica que ocorre em pessoas que, em sua constituição genética, sofrem com baixos níveis de serotonina e dopamina.

Tais neurotransmissores produzem a sensação prazerosa, mas, em doses altas, podem causar lesões cerebrais e até mesmo doenças mentais, como a esquizofrenia.

Diferentemente dos métodos tradicionais, em que o dependente químico é colocado em abstinência, o tratamento proposto por Coutinho não causa sofrimento ao paciente, já que ele receberá a administração de dopamina e serotonina no organismo.

Isso se dá por meio de pontos cirúrgicos feitos em uma das orelhas do paciente, que retira os pontos em 60 dias. Aliada a essa técnica inspirada na acupuntura, o tratamento também se baseia no uso de medicamentos pelo período de 6 meses.

Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), antigo Presídio do Carumbé, Mato Grosso — Foto: Reprodução/TVCA

Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), antigo Presídio do Carumbé, Mato Grosso — Foto: Reprodução/TVCA

Reinaldo conta que começou a usar essa técnica não com usuários de drogas, mas com pacientes que sofriam de fortes dores, no Hospital Universitário Júlio Müller.

Em parceria com o Poder Judiciário, por meio do Juizado Especial Criminal, ele também realizou a capacitação de outros sete médicos da rede pública de saúde de Cuiabá, que adotou o método.

Ainda segundo o TJMT, a redução de dependentes de drogas nos presídios trará inúmeros benefícios para o sistema penitenciário, como por exemplo a redução de circulação de drogas nas unidades, onde os entorpecentes são usados como moeda de troca, menos flagrantes de visitantes tentando entrar com drogas nas cadeias, menos reincidência de presos que cometem crimes para manter o vício.

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