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Saúde

Síndrome de West: O que é, sintomas, tratamento e tem cura?


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O que é síndrome de West?

A síndrome de West (CID 10 – G 40.4) é uma das encefalopatias epilépticas que surgem na lactância, sendo caracterizada por espasmos infantis, interrupção do desenvolvimento e uma alteração específica no eletroencefalograma, chamada de hipsarritmia.

P U B L I C I D A D E

Essa doença geneticamente determinada costuma aparecer entre os 3 meses e um ano de idade e faz com que haja uma regressão no desenvolvimento neuropsicomotor da criança.

Causas

De acordo com a pediatra do Hospital Anchieta, Bianca Mazete, a doença pode ser classificada em dois grupos. Os sintomáticos são aqueles que tiveram existência prévia de sinais de lesão cerebral por causas conhecidas, como:

  • Malformações cerebrais
  • Infecções de sistema nervoso central
  • Hemorragias intracranianas
  • Lesão hipóxico – isquêmica após sofrimento fetal, seja por nascimento pré-termo, pós-termo, ou síndrome de aspiração meconial
  • Erros inatos do metabolismo
  • Condições genéticas como a esclerose tuberosa e a síndrome de Down.

Já o segundo grupo, criptogênico, é caracterizado pela falta de sinais prévios de lesão cerebral ou a etiologia não pode ser definida. Este tipo corresponde a 40% dos casos.

Sintomas

Os principais sintomas da doença são os espasmos infantis, atraso ou interrupção dos marcos do desenvolvimento e eletroencefalograma com hipsarritmia.

Espasmos rápidos (2 a 10 segundos): ocorrem geralmente ao despertar e no início do sono. “Muitas vezes são acompanhados de gritos, risos ou choros (durante ou após a crise), perda de consciência e hipotonia”, explica a neurologista infantil Bianca Mazete.

Esses espasmos podem ser de flexão ou de extensão dos braços ou pernas e também podem aparecer na forma de queda de cabeça. Além disso, os pais podem confundir esse sintoma com susto, cólica ou com o ato de se espreguiçar.

“Com o aumento desses espasmos, se a criança não for diagnosticada e tratada precocemente, ela pode vir a ter uma perda de desenvolvimento e começar a regredir nas aquisições que ela já teve”, afirma Marco Cesar Roque, neuropediatra da Maternidade Pro Matre Paulista.

Atraso ou interrupção do desenvolvimento do lactente: segundo a pediatra, é importante ficar atento quando o bebê não sustenta o pescoço com 2 meses, não rola o tronco com 4 meses, não senta sem apoio com 6 meses, ou já estava sentando e inesperadamente parou de sentar (indica que não consegue sustentar o tronco) – tudo isso concomitante com o aparecimento dos espasmos.

Diagnóstico

O diagnóstico da síndrome de West é feito com base nos relatos de sintomas do bebê e por meio do exame de eletroencefalograma com hipsarritmia. Entre os três meses e um ano de vida já é possível diagnosticar a doença.

  • Síndrome de Sandifer
  • Mioclonia benigna do lactente
  • Spasmus Nutans
  • Torcicolo paroxístico benigno da infância.

Como tratar a síndrome de West

O tratamento deve ser iniciado precocemente. Na prática atual, é indicado o uso de medicações como ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) sintético ou natural, e a Vigabatrina, que é um fármaco antiepiléptico (FAE).

Devido à dificuldade de acesso ao ACTH no Brasil, são usados outros corticosteróides orais, como a prednisolona. Outros fármacos antiepilépticos (FAEs) também podem ser utilizados, porém com menor eficácia:

  • Valproato de sódio
  • Topiramato
  • Benzodiazepínicos em associação com outros FAEs
  • Levetiracetam
  • Lamotrigina.

Vale ressaltar que somente um médico pode dizer qual é o medicamento mais indicado, bem como a dosagem correta. Siga sempre à risca as orientações do médico pediatra para o melhor tratamento do bebê.

Além disso, segundo o neuropediatra Marco Cezar, o tratamento também inclui fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, geralmente feitas por profissionais em clínicas de reabilitação ou até mesmo em atendimento domiciliar.

Síndrome de West tem cura?

Não existe cura para a síndrome de West, apenas um controle das crises que acontece gradativamente ao realizar o tratamento corretamente. Por isso, é importante diagnosticar e tratar a criança precocemente, já que o objetivo do tratamento é diminuir os sintomas e corrigir as anormalidades do cérebro.

Fonte:Minha Vida

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