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Seminário internacional debate os desafios e potencialidades para o futuro dos Brics


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Ipea recebe delegações dos países do bloco para discutir sobre cooperação e financiamento ao desenvolvimento do bloco.

P U B L I C I D A D E

É crescente a participação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na economia mundial.  Entre 2010 e 2017, a fatia dos BRICS no total de exportações mundiais saltou de 7,7% para 18%. O dado foi apresentado nesta terça-feira, 4, durante o seminário internacional “A Agenda Econômica dos Brics, em Busca de Novos Caminhos para Cooperação e Desenvolvimento”, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília. O encontro, que prossegue nesta quarta-feira, 5, reúne autoridades e pesquisadores dos cinco países do bloco.

Financiamento do desenvolvimento, comércio, cooperação para ciência, tecnologia e inovação estiveram em pauta no primeiro dia do seminário. Os palestrantes foram unânimes em reconhecer que é necessário avançar na multilateralidade e aprofundar as relações. “Embora não tenha sido criada como mecanismo de comércio, a parceria dos Brics é parte de uma agenda do Brasil com o mundo”, destaca o diretor de Estudos e Políticas Internacionais do Ipea, Ivan Oliveira. Pesquisador sênior da Observer Research Foundation, o indiano Abhijit Mukhopadhyay lembra que o próximo bilhão de consumidores não virá dos Estados Unidos ou da Europa Ocidental. “Eles vêm da Ásia, da América Latina e da África. Essa é uma tarefa para os BRICS”, afirma.  

Os participantes destacaram a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), em 2014, como um marco importante da contribuição do bloco para a governança global e o potencial cooperativo entre os países – o banco entrou em funcionamento com um capital subscrito inicial na ordem de 50 bilhões de dólares. 

Outros pontos ressaltados pelos especialistas envolvem uma mudança de olhar do bloco para a conjuntura, com destaque para a ascensão das novas tecnologias da informação; a sociedade em rede, sob a ótica da ética e a eclosão das fake news; o aumento da produtividade; a promoção do comércio intra-Brics; e a crise de confiança nas instituições, sobretudo as públicas. “São desafios globais. Quais a agendas dos bancos de desenvolvimento para contribuir com esses desafios?”, questionou a economista sênior do Departamento de Pesquisa e Planejamento do BNDES Lavínia Barros de Castro.

O presidente substituto do Ipea, Rogério Boueri, lembrou que a discussão ocorre num momento oportuno, antecedendo o ano em que o Brasil assumirá a presidência rotativa do bloco. O subsecretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Renato Baumann, lembrou que o país precisa definir um tema base para guiar a reunião da cúpula dos BRICS que será realizada em 2019. Ele destaca três assuntos que merecem a atenção: crescimento desigual das nações; reforma de cotas e governança do Fundo Monetário Internacional; e a reformulação da Organização Mundial do Comércio. 

Além da reunião da cúpula, a agenda dos Brics para 2019 prevê mais de 100 eventos, como o Fórum Acadêmico organizado pelo Ipea. Ainda para o ano que vem, segundo o subsecretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Erivaldo Gomes, está previsto o início das operações do Escritório Regional das Américas. “A previsão é de entrarmos em plena operação”. O escritório permitirá ao NDB ampliar o alcance de suas operações, ao estimular a prospecção e desenvolvimento de projetos a serem financiados pelo banco no Brasil e na região.

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